Balanço bom: redes de dormir são recurso terapêutico para acalmar e desenvolver bebês prematuros no HRSC

28 de outubro de 2023 - 10:52 # # # # #

José Avelino Neto - Ascom HRSC - Texto
Kátia Idaline - Foto

Bebês se aconchegam nas pequenas redes de dormir, no HRSC

Considerada artigo indispensável entre os nordestinos, a tradicional rede de dormir ganha nova cara no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em Quixeramobim. Ela é usada como recurso terapêutico para bebês prematuros. De acordo com a equipe de neonatologia, a rede é uma forma de tranquilizar os pequenos e ainda ajuda no desenvolvimento deles.

Desde setembro, a chamada “redeterapia” passou a ser incorporada às práticas de cuidados com os bebês que são internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do hospital. O recurso é utilizado em bebês que nascem com menos de dois quilos e que respiram sem o auxílio de oxigênio.

Eucilene Kássya, médica pediatra do HRSC, explica que a rede funciona como uma espécie de simulação do ventre materno, o que é essencial principalmente para os que nascem antes de 37 semanas. “No período conhecido como exterogestação, que são os primeiros três meses de vida do bebê, acredita-se que o bebê ainda deveria estar no ventre materno, e a rede é muito propícia nesse sentido, porque o bebê se sente mais aconchegado”, explica.

A implementação da redeterapia no serviço de Neonatologia do HRSC durou pelo menos quatro meses, período em que as equipes avaliaram a viabilidade do material e os cuidados necessários com a higienização. As redes são armadas dentro da incubadora, e os bebês são manuseados a cada 3 horas, alternando períodos na rede e períodos no ninho da incubadora.

Rede proporciona maior liberdade aos bebês no desenvolvimento dos movimentos

Kássya explica que, além de servir como um protótipo de útero, a rede ainda possibilita maior liberdade aos bebês no desenvolvimento dos movimentos. “Além de estar acolhido e aquecido, a rede possibilita movimentos mais livres para o bebê”, detalha.

A enfermeira Kátia Viana, que participou do processo da avaliação da viabilidade do uso de redeterapia no HRSC, afirma que a aceitação entre as mães está sendo positiva. “Esse é um hábito cultural, então como é um costume que muitos já têm de colocar o filho na rede em casa, a aceitação foi muito boa”.

E dá pra imaginar que, mesmo com poucos dias de nascido, o balanço da rede já traz mais calmaria aos bebês? Kátia explica que à medida que se movimentam, os bebês provocam o balanço na rede. “E a gente percebe que eles ficam mais tranquilos e mais calmos”, acrescenta.