Fisioterapia com uso de realidade virtual garante recuperação mais rápida de pacientes no HRSC
17 de novembro de 2023 - 15:27 #fisioterapia #HRSC #realidade virtual
José Avelino Neto - Ascom HRSC - Texto
Cynara Nobre - Foto
A realidade virtual está sendo utilizada junto à Fisioterapia para acelerar o processo de recuperação de movimentos nos pacientes internados no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC). O recurso faz parte da rotina de tratamento da unidade de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e passou a ser incorporado aos atendimentos fisioterápicos.
Francisco Chagas da Cunha, 75 anos, perdeu parte dos movimentos depois de sofrer um AVC quando estava na roça, na localidade de São Miguel, em Quixeramobim. Internado no HRSC, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), ele se recupera na Clínica Médica, onde continuou a fazer fisioterapia.
Nas primeiras sessões, o paciente não correspondia ao procedimento tradicional. Preocupada em evoluir o tratamento e encurtar a internação, a equipe decidiu incorporar a realidade virtual no processo. Enquanto era induzido a movimentar um cicloergômetro com as pernas, Francisco Chagas usava óculos de realidade virtual com projeções de uma paisagem, dando a sensação de estar pedalando em uma praia. A iniciativa deu certo e ele respondeu melhor ao processo.
Francisco acreditava que estava usando uma bicicleta, como costumava fazer para ir ao roçado
A professora Antônia Alice Cunha, 48, filha de Francisco, deu uma força: enquanto o pai pedalava, ela o fazia lembrar das vezes em que ele ia para o roçado de bicicleta. “Meu pai é agricultor, ele ia para a roça de bicicleta, então enquanto ele ia pedalando, eu ia dizendo: ‘Pai, o senhor tá indo pro São Miguel’, e ele foi reagindo e começando a pedalar!”, explica.
Foco no tratamento e no acolhimento
“Usamos esse recurso para inserir ele em um outro ambiente que não fosse o hospitalar e, desta forma, estimular os movimentos. Ao mesmo tempo em que pedalava, ele tinha o estímulo cognitivo, sensorial e motor”, explica a fisioterapeuta Juliana Bernardo. Ela diz que a proposta traz bem-estar e garante o retorno que a equipe espera. “A sensação de enxergar o que acontece enquanto faz atividade motora, traz ganhos já comprovados na neurociência”, diz Juliana.
Cynara Nobre, enfermeira e integrante do Núcleo de Experiência do Paciente (Nexp) do HRSC, lembra que a iniciativa é um exemplo de como o hospital alinha o tratamento de êxito à experiência positiva do paciente. “Seu Francisco estava sonolento nas sessões e quando usamos óculos de realidade virtual, ele ficou mais esperto. A gente podia se contentar em fazer o básico, mas nosso foco está também no que ele vai ter, sentir e viver enquanto estiver conosco”, explica.
Para Antônia Alice o tratamento conferido pelo HRSC ao pai é o que tem garantido sua boa evolução. “Todo dia ele diz que é muito bem cuidado aqui. Meu pai não andava, não ficava em pé, e hoje já está se levantando pra ir tomar banho”, felicita-se.
Leonardo Miranda, diretor da gestão do cuidado do HRSC, reforça que a prática proporciona uma experiência única ao paciente, além de atender ao propósito principal: a reabilitação. “Iniciativas como essas trazem benefícios físicos e mentais para quem passa por um internamento e espera por sua recuperação. Esse ambiente, com profissionais tendo essa percepção e sensibilidade, é o que tanto nos motiva”, pontua o médico.