Uece/Feclesc mapeia literatura de cordel do Sertão Central
7 de dezembro de 2023 - 14:17 #Letras #Sertão Central #Uece
Ascom Uece - Texto
O Laboratório de Formação em Cultura Popular Nordestina e Ibérica, coordenado pelo professor Rodrigo Marques da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc) consolidou os dados de um estudo que mapeia a literatura de cordel no Sertão Central Cearense. O projeto Mapeamento do Cordel no Sertão Central Cearense teve a colaboração dos bolsistas de extensão Juliana Souza Cunha, Carlos Wagner de Lima Filho e Maria Mirely Maciel de Souza.
O mapeamento é uma parceria também com a Casa de Saberes Cego Aderaldo, em Quixadá, e Casa Antônio Conselheiro, em Quixeramobim. Os dois equipamentos são vinculados à Secretaria da Cultura do Ceará, e administrados pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).
O produto é resultado de uma ação de extensão do Laboratório que também investiga e promove ações extensivas em torno da cultura nordestina e também de países da América Latina. Conta com a colaboração das professoras da Uece Cleide Amorim e Kadma Marques.
Foram coletadas informações de 51 artistas, entre homens, mulheres, jovens e adultos que moram na zona rural ou nas cidades do Sertão Central e também na região do Maciço do Baturité. A metodologia utilizada foi através de um formulário eletrônico contendo as principais informações desses produtores culturais, além da divulgação das informações dos cordelistas nas redes sociais.
Publicação realizada pelo Laboratório de autoria da cordelista mapeada no estudo Terezinha Feijão
Segundo o coordenador do projeto, professor Rodrigo Marques, o mapeamento é o primeiro passo para “salvaguarda desse patrimônio junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para que o Instituto possa ser mobilizado. Então, o mapeamento serve para localizar os cordelistas, as cordelistas e também as artes afins, como a xilogravura, a cantoria e a embolada, e também as dramistas, os apologistas de cantoria e quem declama poesia popular”. Essa ação se soma às políticas de preservação da cultura imaterial do estado do Ceará.
“A Universidade Estadual do Ceará se soma a uma ação da Secult de mapeamento de bens imateriais, sendo o Cordel reconhecido em 2018 como um bem imaterial brasileiro. Um patrimônio cultural brasileiro”, finaliza o coordenador do laboratório.
O professor pontua ainda que o próximo passo do programa é um detalhamento maior dos cordelistas pesquisados. Para isso, o laboratório conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Uece e com a Casa de Saberes Cego Aderaldo.
Laboratório e seus projetos futuros
O Laboratório de Formação em Cultura Popular Nordestina e Ibérica possui dois grandes projetos: o primeiro e principal é o projeto de Mapeamento do Cordel no Sertão Central Cearense. O segundo grande projeto do laboratório é a tradução de poesia popular latino-americana e caribenha para o português e também de cordéis brasileiros para o espanhol. Esse trabalho de tradução conta com a colaboração da pesquisadora Mary Anne Warken, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para o ano de 2024, o inventário também contará com o Grupo de Estudos das Transformações Econômicas e Territoriais (Getete) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), através do Instituto de Economia da Unicamp, na figura do professor Fernando César Macedo. O grupo da Unicamp vai auxiliar com dados sociais e econômicos da região, na perspectiva de realização de análises cruzadas de dados socioeconômicos com a produção de cordéis.
Tradução (do espanhol para português) e publicação realizadas pelo Laboratório em parceria com a Aluá Editora