Farmacêuticos na Pefoce: profissionais auxiliam na elucidação de crimes e possibilitando reencontros

21 de janeiro de 2024 - 09:26 # # # # #

Lucas Memória - Ascom SSPDS - Texto
Paulo Victor Cavalcanti - SSPDS - Foto

Profissionais essenciais nas ações de prevenção e cuidados com doenças, inspeção de produtos e alimentos, os farmacêuticos também exercem uma importante missão na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Seja no Núcleo de Bioquímica e Biologia Forense (NUBBF), no Núcleo de Toxicologia Forense (Nutof) ou no Núcleo de Perícia em DNA Forense (NUPDF), os profissionais, que celebraram neste sábado (20), o Dia do Farmacêutico, realizam análises que auxiliam na elucidação de crimes e possibilitam o reencontro entre familiares e parentes desaparecidos. E nesta data, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) destaca o excelente trabalho desempenhado pelos farmacêuticos que atuam na Pefoce.

A perita legista Lyara Freitas é mestre em Farmacologia e atua como supervisora do NUBBF. Ao reforçar as inúmeras possibilidades de atuação na Perícia Forense do Ceará, a farmacêutica lembra que seu trabalho dialoga com outros setores da própria Pefoce e com órgãos externos. “Ele pode trabalhar no Núcleo de Bioquímica e Biologia Forense, onde trabalho, mas também pode trabalhar na toxicologia forense, analisando drogas e medicamentos. Toda a apreensão de entorpecentes é constatada por farmacêuticos para avaliar sua composição. Os farmacêuticos também podem trabalhar no laboratório de DNA, obtendo os perfis genéticos de todos os casos em que existe a suspeita de crime”, explica.

As demandas recebidas pelos farmacêuticos chegam por outros colegas peritos, que colhem vestígios em locais de crime e encaminham o material para o laboratório responsável pela análise. Mas as solicitações também podem ser encaminhadas via Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) ou até mesmo pelo Poder Judiciário.

No NUBBF, a principal demanda é a análise da pesquisa de sêmen e de sangue humano. “Por exemplo, se uma vítima sofreu uma violência sexual, ela vai à delegacia, faz um Boletim de Ocorrência, é encaminhada para a Perícia e o médico vai coletar os vestígios para que o nosso Núcleo possa pesquisar por sêmen e sangue humano, a partir do relato da vítima. Também fazemos a análise de objetos como lençóis, uma veste íntima, com o mesmo intuito. Depois, todos os objetos são encaminhados para o DNA, para  a obtenção do perfil genético e a identificação do suspeito”, detalha a perita legista Lyara Freitas.

O farmacêutico Mailson Magalhães atua no NUPDF, responsável pela pesquisa de DNA. Na sua rotina, o perito legista costuma fazer a extração do material genético com a finalidade de individualizar as pessoas. “Através do DNA, conseguimos dizer, por meio de estatísticas, se aquela amostra de uma pessoa ou de outra”, informa. Seu trabalho, no entanto, também tem um teor social, por possibilitar reencontros entre desaparecidos e seus familiares, dialogando com outros setores da sociedade como a 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP/PCCE), especializada na localização de desaparecidos. “O material genético é incluído no banco de pessoas desaparecidas. Todas as amostras vão para esse banco e fazemos o cruzamento de dados. Quando há uma similaridade entre os DNAs, é realizado um um ranking, onde a gente descobre por exemplo, se uma mãe está buscando um filho e conseguimos, com ajuda da ciência, resolver esse problema, e promover, caso seja possível, um reencontro”, explica.

O Nutof é outro núcleo da Pefoce integrado por farmacêuticos como Thiala Josino. A perita legista é uma das responsáveis pela análise de entorpecentes e amostras biológicas. “No setor de drogas brutas, o farmacêutico faz a identificação das drogas que chegam, como cocaína, LSD e maconha. E no setor de amostras biológicas, nós fazemos identificação das drogas em amostras como sangue e vítimas”, detalha a perita legista. Ela destaca a responsabilidade da função que desempenha. “Podemos inferir, por exemplo, se uma pessoa ingeriu drogas ou foi envenenada. Nós também conseguimos descobrir qual é a substância que causou aquele quadro de intoxicação”, finaliza.

Dia do Farmacêutico

A data faz referência à fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), em 1916, mas foi criada somente em 2007, pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio da Resolução nº 460 de 23 de março de 2007. A aprovação foi em novembro de 2010, com a aprovação da Lei 12.338.