HRSC capacita equipes para acolher pacientes neurodivergentes
1 de fevereiro de 2024 - 16:10 #acolhimento #capacitação #HRSC #neurodivergentes #Pacientes
José Avelino Neto - Ascom HRSC - Texto e Fotos
Colaboradores são capacitados para identificar traços que possam sugerir alguma disfunção cognitiva no usuário e oferecer um atendimento mais acolhedor
O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), ofereceu aos seus colaboradores um minicurso sobre acolhimento e abordagem a usuários neurodivergentes. O evento reuniu profissionais da assistência e do apoio, visando garantir um serviço de excelência a pacientes com alterações cognitivas, de comportamento, linguagem e/ou interação social.
Realizado pelo Núcleo de Experiência do Paciente (Nexp) do HRSC, o curso foi pensado a partir das contribuições do Fórum de Participação dos Usuários, iniciativa que reúne bimestralmente representantes de entidades representativas da sociedade civil para discutir propostas e aprimorar os serviços do HRSC.
Com foco na trajetória do usuário do momento de sua chegada na unidade até o seu atendimento e alta, a capacitação envolveu cerca de 50 colaboradores, desde os que trabalham na recepção até os profissionais da equipe de Enfermagem, assistentes sociais, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, nutricionistas, psicólogos e residentes, habilitando as equipes a um acolhimento mais efetivo em casos específicos.
Preparo das equipes favorece melhor atendimento
O curso foi organizado pelo coordenador de Psicologia hospitalar do HRSC, Claudione Cavalcante, e realizado em conjunto com a psicóloga Carla Vida; a terapeuta ocupacional Jamila Gaspar; a fonoaudióloga Emanuele Farias; e a enfermeira Anne Rafaela. O médico neurologista da Unidade de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Alan Cidrão, apresentou alguns dos transtornos neurocognitivos, como Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Demência Frontotemporal (DFT). Em sua fala, ele apresentou os traços dos pacientes que são afetados, como atenção, linguagem, percepção, empatia, sociabilidade e memória.
Parte da equipe que participou do curso, realizado e oferecido a colaboradores do HRSC
“O hospital é um ambiente naturalmente estressor. Para um paciente com TEA, a iluminação, o ruído e a quantidade de pessoas podem interferir no processo que motivou a internação. Identificar esses elementos permite um acolhimento mais à altura da necessidade daquele paciente, e a forma como o abordamos vai impactar diretamente na sua internação”, esclarece Claudione Cavalcante.
“O paciente neurodivergente é uma especificidade importante no contexto da sociedade e isso tem reflexo na prestação de serviço das unidades de referência em saúde como a nossa”, aponta o presidente do Nexp e diretor administrativo do HRSC, Elisfabio Duarte. Para ele, capacitar as equipes para reconhecer as especificidades dos usuários é um ponto importante. “Dessa forma, contribuímos para qualificar continuamente nossas equipes, ante a nossa responsabilidade em prestar cuidado inclusivo e acolhedor”.
A elaboração de diretrizes internas de manejo e acesso no atendimento as especificidades desses pacientes, a adoção do padrão internacional nas pulseiras de identificação e sinalização visual dos leitos desses clientes foram algumas das propostas planejadas após o evento. Está previsto ainda um curso de comunicação em saúde voltado ao atendimento à pessoa surda, em parceria com a Associação dos Surdos de Quixeramobim.