Mulheres no Ceará Sem Fome: a representatividade de uma indígena pelos que mais precisam

6 de março de 2024 - 12:40 # # # #

Aline Freires - Ascom Gabinete Primeira-dama - Texto
George Braga - Ascom Gabinete Primeira-dama - Fotos

A terceira personagem é a Cacique Madalena Pitaguary, que atua como liderança há quase 30 anos

A terceira personagem da série “Mulheres no Ceará Sem Fome” vem de uma comunidade indígena, na cidade de Pacatuba, no Ceará. Cacique Madalena Pitaguary é uma das líderes da reserva, onde também funciona uma cozinha do programa. Um detalhe que chama atenção é que durante um momento de diálogo com ela, muitas borboletas que vêm da mata se agitam. É como se a natureza dialogasse e também quisesse participar do momento.

Com um cenário que tem a majestosa Serra da Aratanha bem próxima, a calmaria toma conta da reserva nas primeiras horas da manhã. Apesar da timidez em conceder entrevistas, aos poucos as mulheres da comunidade vão se aproximando. Três delas atuam na Cozinha Ceará Sem Fome do local, onde são distribuídas 100 refeições todos os dias.

Uma das líderes daquele povo é a Cacique Madalena, que se junta a crianças e outros indígenas para apresentar um toré, que é expressão espiritual-religiosa. “Eu exerço esse papel enquanto liderança já há quase 30 anos e foi através do meu trabalho voluntário dentro da comunidade e fora dela também. Porque a gente não é reconhecido só dentro do nosso povo, a gente tem uma luta muito grande. É um trabalho muito forte, um trabalho muito pesado e muito árduo representar mais de 5 mil pessoas”, destaca.

Com a personalidade de liderança, ela reforça sobre o seu papel como mulher e como cacique. “O objetivo do cacique é unificar, fazer reunião, buscar melhoria para a comunidade e tentar ter o respeito e o apoio de toda a comunidade”, pontua.

Assim como as cozinhas Ceará Sem Fome, que hoje atendem 17 territórios com povos indígenas, o programa também chega às comunidades originárias do Estado por meio do cartão com R$ 300 todos os meses. Ao todo, são 343 famílias beneficiadas com o valor. “A chegada do Ceará Sem Fome aqui foi uma maravilha para a nossa comunidade. Porque veio para agregar muitas pessoas necessitadas. Todos os dias, 100 pessoas vêm buscar o seu alimento. Eu acho lindo quando vejo, que parecem umas formiguinhas. É um projeto muito bom e que não pare por aqui.”, disse.

Para finalizar, a Cacique Madalena deixa uma mensagem para as mulheres, que como ela já conquistaram seus espaços ou que estão no caminho para alcançar seus objetivos. “Bom, sempre eu digo que nós, enquanto mulher, temos que ter a nossa propriedade. Nós temos que nos apropriar mesmo. Não queremos mandar nos homens, de maneira nenhuma. Queremos andar lado a lado com eles. Que eles reconheçam e valorizem também o nosso trabalho. Que o nosso trabalho não é só estar na cozinha, não é só cuidar de família. Nós temos direito de estarmos onde nós quisermos”, finaliza.