SPS capacita equipes de referência dos Creas regionais para atuarem no atendimento a população cearense

13 de março de 2024 - 15:00 # # # #

Sheyla Castelo Branco - Ascom SPS - Texto
Divulgação - Fotos

Os Creas regionais são coordenados e acompanhados integralmente pela Secretaria da Proteção Social (SPS). Nos equipamentos, chegam famílias que muitas vezes vêm encaminhadas por delegacias, Cras, Ministério Público, secretarias da Educação e Saúde, e diversos outros órgãos vinculados à rede de proteção do Estado. Atualmente, existem três Creas regionais no Ceará, com suas sedes situadas nas cidades de Barbalha, na Região do Cariri, Fortaleza, que atende municípios da Região Metropolitana e do Maciço de Baturité, e Iracema, no Vale do Jaguaribe.

Cada Creas é acompanhado por um técnico de referência que assiste às equipes atuantes nas sedes e nos municípios também contemplados com os serviços dos Creas regionais. “Nosso trabalho consiste em prestar orientações, acompanhar e fazer os encaminhamentos destas famílias ou indivíduos para os órgão competentes, para que com a ajuda necessária possam sair do ciclo da violência. Esta é nossa missão e, para tanto, investimos em capacitações constantes, para que nossas equipes estejam sempre prontas para atuar, inclusive, atendendo às comunidades mais distantes, com visitas domiciliares”, resume a coordenadora da Proteção Social Especial da SPS, Mônica Gondim.

As próximas capacitações estão previstas para julho e outubro, quando acontecem as oficinas de nivelamento para os profissionais das equipes de referência e de trabalho social com as famílias atendidas nos Creas regionais. As capacitações acontecem a cada três meses e o contato com as equipes é diário.

A secretária da Proteção Social, Onélia Santana, reforça o esforço da SPS em aprimorar esse contato e a qualificação com os municípios. “Estamos implantando a Escola de Gestão do Sistema Único da Assistência Social, com todo um programa pedagógico voltado para os equipamentos da Assistência Social”, destaca. Atualmente, uma comissão técnica está desenhando o cronograma e o conteúdo programático da Escola.

“Nossas equipes saem diariamente para realizar as visitas domiciliares e acompanhar as famílias atendidas pelo equipamento. Fazemos uma escuta qualificada nas visitas, que têm uma duração de no mínimo seis meses. Esse tempo de acompanhamento é para que possamos entender como estas famílias estão respondendo ao nosso plano de trabalho e aos atendimentos dos órgãos para as quais as encaminhamos. Caso as famílias tenham alguma dificuldade com os atendimentos, entramos em contato com os órgãos responsáveis para que aquele caso possa ser solucionado com a devida urgência”, enfatiza o técnico de referência dos Creas regionais, Franzé Carvalho.

Fluxo de atendimento

Shalon Neves é assistente social do Creas regional de Fortaleza e relata que foi nas capacitações realizadas pela SPS que ela aprendeu estratégias para ajudar as pessoas que atende diariamente. “Durante as visitas domiciliares é que conhecemos a realidade das pessoas que buscam nosso atendimento e vamos entendendo como lidar com determinadas situações. Uma vez atendi um adolescente que estava sob ameaça e lembrei imediatamente que em uma das nossas capacitações, o Franzé havia citado o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), que seria o programa ideal para encaminhá-lo. Essas trocas nos fortalecem e nos preparam para atender com estratégias diferentes e que vão de fato ajudar as pessoas que nos procuram”, pontua a assistente social.

Leandro Lopes, psicólogo no Creas do Cariri, avalia as capacitações como muito pertinentes para o desenvolvimento das equipes. “Nas oficinas de nivelamento recebemos atualizações sobre as políticas sociais, sobre as leis, além de um ponto importantíssimo: nosso fluxo de trabalho. A nossa rotina é muito intensa. As demandas são diversificadas e as capacitações têm esse papel de nos manter atualizados e nos ajudam no trabalho de articulação com a rede de proteção”, reforça.

Assistente social do Creas de Iracema, Jailma Galdino, pontua que as capacitações fazem toda a diferença no rendimento das equipe. “Nas diversas oficinas, discutimos as formas de violação de direitos, o trabalho infantil e as violências contra crianças e adolescentes e também contra a pessoa idosa. Temas que lidamos no dia a dia e que precisamos dominar para que possamos descobrir as melhores abordagens para cada caso. Nas oficinas, aprendemos sobre a importância de observar os territórios onde moram as famílias atendidas, além de reforçarmos uma atuação que possa erradicar as subnotificações que ainda existem em algumas localidades”, reitera Jailma.

Assim como Jailma, Izidora Maia, psicóloga do Creas regional de Iracema, conta que foi por meio das capacitações que conseguiu entender as atribuições exatas de cada equipamento da Rede de Proteção Social e pode trocar experiências com outros profissionais. “Durante as capacitações tivemos momentos com profissionais de toda a rede de proteção e conseguimos entender melhor as dificuldades, os pontos fortes e a operacionalização de cada órgão que recebe as famílias atendidas nos Creas regionais, o que foi muito positivo, porque nos deu mais segurança para atuar e avaliar com precisão cada caso que atendemos”, complementa a psicóloga.

A titular da SPS, Onélia Santana, destaca que os Creas regionais trabalham muito na perspectiva da família, entendendo famílias como pessoas que moram na mesma casa. “Os Creas desempenham um papel fundamental a partir das visitas domiciliares. Esse é um trabalho que exige compromisso e conhecimento dos territórios onde moram as famílias atendidas, para que as ações pensadas para cada caso possam se concretizar, resultando na saída destas famílias do ciclo da violência”, frisa a gestora.