Beneficiários do Circo Escola têm oportunidades profissionais na Cidade Mais Infância
27 de março de 2024 - 14:30 #Cidade Mais Infância #Circo Escola #Oportunidades #trabalho
Leo Capibaribe - Ascom SPS - Texto e fotos
Oportunidade e valorização dos artistas circenses. Isso é o que a Cidade Mais Infância, equipamento do Governo do Ceará, administrado pela Secretaria da Proteção Social (SPS), tem feito em conexão com os circos escolas. Os equipamentos, presentes nos bairros Bom Jardim e Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, são o berço de recreadoras e recreadores que hoje trabalham na Cidade Mais Infância.
A supervisora de conteúdo, Erbênia Eulália, veio do Circo Escola Bom Jardim. Ela entrou no projeto aos sete anos. Lá, aprendeu atividades acrobáticas aéreas, como trapézio e lira. “Comecei a participar, fiz parte de muitos espetáculos. Finalizei a trajetória como beneficiária, aos 17 anos, e retornei aos 19 com a proposta de arte-educadora, ficando lá por sete anos nessa atividade. Foi daí que deu um salto, um norte na minha vida, que é trabalhar com crianças, algo que eu gosto, e eu me encontrei, aplicando tudo que eu aprendi durante a minha infância no Circo Escola”, conta Erbênia.
Ela chegou à Cidade Mais Infância como assistente e, hoje, como supervisora, participa da elaboração das atividades para o público infantil do equipamento. “Estou me sentindo realizada em poder dar continuidade ao trabalho que eu já fazia antes, que é a criação de espetáculos, de atividades diferenciadas para crianças. Poder presenciar ali na prática o desenvolvimento de cada um que nos visita é recompensador”, destaca.
Oportunidades
Danielle Gregório, 27 anos, chegou à Cidade Mais Infância após passar pelo Circo Escola do Conjunto Palmeiras, onde passou oito anos. “Eu fiz uma trajetória muito legal lá dentro, pratiquei várias atividades circenses – trapézio, cilindro, contorção – que é a minha habilidade principal, também fiz tecido, lira, um pouco de salto e também trabalhei um pouco como palhaça”, lembra a recreadora, que atualmente é responsável pelo receptivo.
Ela, que sempre trabalhou com crianças, destaca: “Sempre estive nessa parte de recreação e essa experiência de trabalhar numa cidade em miniatura e, ao mesmo tempo, tão grande, é incrível. E é tão gratificante quando a gente olha lá para trás e vê o quanto a gente mudou até aqui”, ressalta Danielle.
A personagem Faísca é incorporada pela recreadora Railani Ribeiro, 22 anos, que veio do Circo Escola Bom Jardim, onde ficou dos sete aos 18 anos. “Quando eu cheguei aqui e me deparei com o espaço, eu me encantei. Porque o caminho todo eu vinha me perguntando ‘como isso seria possível? ’. Quando eu cheguei aqui, que eu vi a Cidade, eu pensei: ‘eu preciso trabalhar aqui! ’”, lembra Railani. “Quando entrei na Cidade, para mim, era como se fosse um sonho se realizando, porque eu estava unindo a arte, uma coisa que dá um caminho, uma luz na minha vida, desde sempre, junto ao trabalho com as crianças”, acrescentou.
Descoberta
Foi no Circo Escola Bom Jardim que Francisco Wanderson, 21 anos, encontrou-se nas artes, especialmente na acrobacia solo. Lá, ele entrou aos 11 anos, e ficou até ser indicado para o Cidade Mais Infância, dando vida ao personagem Flick, nome escolhido por ele, atribuído ao movimento de saltos e pulos que faz. Seus movimentos diferenciados, inclusive, têm despertado a curiosidade e impressionado a criançada. “Teve um dia que veio uma mãezinha me procurando. Ela nunca tinha vindo aqui na Cidade. Aí ela perguntou: ‘Vocês conhecem um menino chamado Flick? Podem chamá-lo para mim? Porque o meu filho o viu em uns stories da Cidade, e ele quer tirar foto com o Flick’. Eu fico muito lisonjeado. É gratificante demais”, conta o recreador.
Realização
Marcos Alves, 26 anos, dá vida ao personagem Fly, criado por ele mesmo, na Cidade Mais Infância. “Escolhi esse nome por conta das atividades aéreas que eu realizava lá no Circo Escola do Conjunto Palmeiras, como cilindro, trapézio, lira e tecido, minha maior paixão”, ressalta. “E trabalhar aqui, na Cidade Mais Infância, para mim, é gratificante, é onde eu me reencontrei. Aqui, sou quem eu consigo ser. Eu consigo trabalhar com o que eu gosto que é a parte artística. Eu consigo trabalhar ensinando as crianças, que é onde eu me sinto bem”, acrescentou.
“Aqui na Cidade Mais Infância reconhecemos o valor das habilidades circenses não apenas como forma de entretenimento, mas também como ferramenta educativa e de desenvolvimento pessoal. Ao trazer esses talentos do Circo Escola para nossa equipe, estamos proporcionando às crianças a oportunidade de se envolverem em atividades que promovem a criatividade, a coordenação motora e o trabalho em equipe, enriquecendo ainda mais sua estadia em nossa Cidade e estimulando uma educação continuada”, pontua a coordenadora-geral do equipamento, Patrícia Rinaldi.
Cidade Mais Infância
A Cidade Mais Infância é um equipamento do Governo do Ceará coordenado pela Secretaria da Proteção Social. O espaço é um parque coberto que reproduz uma cidade onde a criança é a protagonista. A Cidade funciona no Centro de Eventos do Ceará, de quinta a domingo, das 13h às 18h. Para visitar, é preciso agendar no site