População indígena de Caucaia recebe ações do Projeto Acolher

8 de abril de 2024 - 10:42 # # #

Rafaela Leite - Ascom SPS - Texto
Rafaela Leite e Claudio Rocha - SPS - Fotos

O evento foi realizado na Escola Indígena Tapeba do Trilho e integra uma série de ações que acontecerão em comunidades indígenas, no mês de abril

A comunidade indígena do município de Caucaia recebeu, na última sexta-feira (5), ações de cidadania, saúde, qualificação profissional e apoio jurídico do Projeto Acolher. A iniciativa acontece no Abril Indígena, marcado pela valorização da cultura e diversidade dos povos originários. O evento foi realizado durante todo o dia, na Escola Indígena Tapeba do Trilho, atendendo comunidades dos povos Tapeba e Anacé.

Luzia Elânia da Silva, 35 anos, é moradora da Lagoa dos Tapebas e trouxe os dois filhos para emitirem a nova Certidão de Identidade Nacional e título eleitoral. “A ação está sendo muito boa porque facilitou nosso acesso. Além da necessidade de agendar, tem gente que não sabe onde ficam os lugares que fazem documentação, e é muito difícil se deslocar para a cidade, para lugares que tem esse serviço. Então é uma ação excelente, porque a gente realmente precisa da nossa documentação, mas nem todo mundo tem condição, e aqui foi rapidinho”, comemora.

Promovida pela Secretaria da Proteção Social (SPS), em parceria com a Secretaria dos Povos Indígenas e outros órgãos estaduais, a iniciativa está levando serviços gratuitos para etnias indígenas de diferentes municípios do Estado.

Entre os beneficiários está Raquel dos Santos, 19 anos, que chegou cedo na ação para garantir a sua dose vacinal contra a gripe. “Eu estava precisando tomar faz um tempo e aproveitei a oportunidade para já tomar aqui. É muito difícil conseguir essas coisas aqui pela distância, pela disponibilidade mesmo. Muitas vezes não tem, ou tem que esperar. E ter aqui, pertinho de casa, é uma oportunidade muito grande pra muita gente, dá pra ver, todo mundo aqui aproveitando para se vacinar, fazer os documentos”, conta.

Secretária da Proteção Social (SPS), Onélia Santana destaca que este é o início de uma trajetória que seguirá durante todo o mês de abril. “Vamos estender durante o mês com todos os serviços da Secretaria da Proteção Social, de saúde, encaminhamento para o mercado de trabalho, emprego, cidadania”, ressalta. “Além disso, estaremos em 16 municípios com cursos de qualificação profissional em várias localidades de povos indígenas”, completa.

Secretária dos Povos Indígenas do Ceará e cacika do povo Jenipapo-Kanindé, Juliana Alves explica que os serviços partem de uma demanda apresentada pelas próprias comunidades indígenas. “Nós escolhemos o mês de abril por ser um dos meses mais significativos para os povos indígenas. Nós estamos falando de povos que, até então, existia uma invisibilidade muito forte. E hoje, eu tenho certeza, pela experiência que estou tendo dentro do Estado, que o nosso governador e os nossos secretários de Estado não medem força para chegar nesses territórios”, ressalta.

Apoio aos artesanato indígena

Entre os parceiros está a Central de Artesanato do Ceará (CeArt), com orientações e apoio ao artesão e empreendedor, incluindo exposição de seus produtos, a fim de promover o desenvolvimento econômico e social dos povos indígenas.

Edemir Tapeba é natural da comunidade da Jandaiguaba e trabalha como artesã há mais de 25 anos, um ofício que aprendeu com os avós e levou para a vida. Entre suas produções estão colares e pulseiras feitas com sementes, tangas de tucum, cocar e pitchulas feitas com palha de buriti. “Está sendo uma ótima oportunidade para a gente, estar aqui hoje, expondo nossas peças, porque a gente já vende alguma coisa. É através do nosso trabalho, como artesãos, que tiramos nossa sobrevivência”, relata. “Eu tenho minha carteirinha de artesã há muitos anos, já fui até renovar, e para mim é muito importante ter o reconhecimento do meu trabalho”, completa.

A próxima ação acontece na sexta-feira (12), na Escola Indígena Tremembé de Tapera, em Itarema. Os serviços do Acolher seguem ao longo do mês, sempre às sextas-feiras, em Maracanaú e Monsenhor Tabosa. Entre as etnias atendidas estarão os povos Tremembé, Pitaguary, Gavião, Potyguara, Tabajara e Tubiba-Tapuia.