História de esperança: após quase um ano de tratamento, paciente recebe alta da Casa de Cuidados do Ceará

15 de abril de 2024 - 10:58 # # # # #

Márcia Catunda - Ascom CCC - Texto e Fotos

A família de Iolanda Ribeiro Martins, 63, teve um grande susto, após a idosa ser submetida a uma cirurgia aparentemente simples para retirada de pedra na vesícula. A paciente, carinhosamente chamada de “Papinha” por gostar muito de bater um bom papo, passou um período sem poder se comunicar como gostaria após ser traqueostomizada. Mas esse foi só um dos problemas enfrentados por Iolanda, depois de passar mal e se internar. A rotina dela e de todos da família mudou completamente durante 11 meses. Agora, eles comemoram a tão sonhada alta médica.

Dona “Papinha” ficou internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) durante uma semana e depois foi transferida a um hospital, onde precisou ser entubada. Após uma infecção e parada cardíaca, ficou em estado grave. “Consegui medicação para combater a bactéria que causou a infecção e fiz hemodiálise para evitar que meus rins parassem de funcionar. Ainda tive outras paradas cardíacas, mas felizmente tive toda a assistência no hospital e sobrevivi”, lembra.

Após três meses internada no hospital, a aposentada foi transferida para a Casa de Cuidados do Ceará (CCC), unidade estadual de transição hospitalar. E então a paciente pôde evoluir cada vez mais no tratamento.

Aryadne Marques, fisioterapeuta da CCC, foi uma das profissionais que acompanhou a paciente no equipamento. “Sabíamos que ela passaria um tempo considerável conosco devido aos dispositivos que ela usava. O acompanhamento multidisciplinar colaborou na boa evolução do tratamento, assim como a parceria e dedicação da família, proporcionando uma estadia adequada para ela”, diz.

Dona Iolanda mostra, ao lado da irmã, os produtos de crochê feitos por ela durante tratamento na CCC; equipe de saúde cedeu material

Os irmãos e alguns amigos de Iolanda passaram a se revezar nos cuidados com a idosa. “No total, foram 15 pessoas ajudando. Fazíamos um cronograma de revezamento, quando alguém não podia ir, era substituído”, relata Ildênia Silva, uma das irmãs que atuou nos cuidados. “Todos aprenderam a fazer aspiração, por exemplo. Em nenhum momento fiquei sozinha”, relembra Iolanda, com gratidão.

A jornada da paciente também envolveu ventilação mecânica, alimentação por sonda e uso de traqueostomia. Os momentos mais marcantes envolveram a retirada da traqueostomia e quando deixou de se alimentar por sonda. “Eu nem acreditei quando eu consegui comer uma comida tradicional. E quando retiraram minha traqueostomia, que me impedia de me comunicar como eu queria, tirei o atraso em bater um bom papo com quem eu amo. Não é à toa que meu apelido é Papinha”, conta a paciente, com bom humor. Iolanda passou por uma reabilitação fonoaudiológica na CCC.

Apesar do tratamento intenso, a paciente ainda tinha energia, durante o período de internação, para resgatar um antigo hobby: fazer crochê. “Quando eu contei que gostava de crochê, a equipe de saúde trouxe o material. Durante esse período em que fiquei internada, consegui fazer 20 pares de sapato para as crianças da minha família”, relembra, orgulhosa.

O carinho e a dedicação dos familiares com a equipe multidisciplinar da CCC fizeram toda a diferença no tratamento de Iolanda

Com os cuidados da equipe multidisciplinar da CCC e a dedicação da família, o resultado não poderia ser diferente. Iolanda está recuperada e recebeu alta na última quarta-feira (10). O sentimento que prevalece é de gratidão. “Agradeço a Deus e a toda a equipe da Casa que cuidou de mim, além da minha família. Posso dizer que a fé e o apoio de quem amamos são essenciais para vencermos qualquer desafio, eu me senti amada e bem cuidada por todos à minha volta”, diz Iolanda.

Apesar dos desafios enfrentados, a cuidadora Ildênia revela que todo esse período trouxe grande aprendizado. “O problema de saúde da minha irmã serviu para unir e mobilizar toda a família. Aprendi a ser mais empática, mais humana e a ver as pessoas com um outro olhar. Papinha é o milagre de nossas vidas”, finaliza.