Crianças atendidas no Hospital Infantil Albert Sabin recebem bonecos de pano bordados com histórias de superação

6 de maio de 2024 - 11:35 # # # # #

Ligia Freitas Duarte - Ascom Hias - Texto e fotos

Equipe do projeto “À Flor da Pele” entregou bonecos às crianças internadas

As crianças atendidas no Centro Pediátrico do Câncer e Unidade de Cuidados Prolongados do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), receberam uma visita especial na manhã desta quinta-feira (2). Uma equipe da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) e membros do projeto sem fins lucrativos “À Flor da Pele” entregaram 114 bonecos de pano bordados à mão aos pequenos em tratamento.

Os brinquedos artesanais foram produzidos pela equipe do projeto “À Flor da Pele” e por internas da unidade prisional feminina Auri Moura Costa (UFP). A iniciativa visa levar, através das histórias das bonecas, temas como superação, solidariedade e também uma forma de proporcionar conforto e carinho por meio dos “companheiros” às crianças que estão em tratamento hospitalar.

A diretora-geral do Hias, Fábia Linhares, diz que momentos como esse podem mudar a perspectiva dentro do ambiente hospitalar. “Ações como essas são muito esperadas e a gente fica muito feliz quando recebe essas doações para que possam transformar esse momento de vulnerabilidade. A família está nesse momento difícil, uma quebra de seu ambiente de casa. E a chegada de ações como essa, que vêm contar histórias do dia a dia, que elas se veem dentro desse processo, dessa história, faz com que esse momento se torne mais leve e agradável”, ressalta.

Imaginário lúdico

Pela segunda vez no Hias, a coordenadora do projeto À Flor da Pele, Madalena Fontenelle, explica que o objetivo é despertar o imaginário lúdico e sentimentos positivos que ajudem no bem-estar e na recuperação dos pacientes. “O projeto visa deixar uma companhia com as crianças que estão internadas pois, apesar de ser permitido que a mãe ou pai fiquem, muitas vezes eles precisam trabalhar ou ficar com outras crianças, e as bonecas são uma companhia”, pontuou.

O grupo conta com quase 200 pessoas, sendo 60 delas do Presídio Feminino, e a realização das ações é possível principalmente por conta das parcerias. “Temos parcerias que fornecem tecidos, parcerias que bordam, que costuram as bonecas, todas essas parcerias são essenciais. O que nos motiva é receber o sorriso da criança, do acompanhante da criança, o depoimento das voluntárias que bordam e que se sentem cuidadas porque estão fazendo o bem para alguém,” conta.

Momentos de cuidado

Os bonecos entregues levam o nome das crianças que receberam

Miriam Freitas, mãe do Miqueias, que está internado há cinco meses no hospital, expressou sua felicidade com a realização desse momento. Para ela, ações como essa reforçam todo o carinho e cuidado que a instituição tem com a família e com os internos. “É um momento diferente para eles e para nós, e quando tem algo assim nos deixa muito felizes, porque vejo que, mesmo sem conhecer meu filho, alguém lembrou dele e das outras crianças. Achei um projeto muito legal e interessante, com essa história a ser contada através de bordados. Vivemos uma vida tão difícil aqui dentro e esses momentos trazem alegria e descontração, ficamos satisfeitas por sermos lembradas, tanto nós como nossos filhos”, afirmou.

À Flor da Pele

Concebido pela artista plástica e professora Terezinha Bevilaqua, na cidade de São José dos Campos (SP), o “À Flor da Pele” é um projeto de confecção de bonecas de pano bordadas à mão, com histórias autorais sempre abordando temas de luta, superação, solidariedade, aceitação, afetos e desejos de mudanças.

Fruto de trabalho voluntário realizado por bordadeiras, as bonecas são doadas a crianças em hospitais e a idosos em asilos, com o objetivo de despertar o imaginário lúdico e sentimentos positivos que ajudem no bem-estar e na recuperação desses pacientes. O projeto se encontra em quase todo o território brasileiro e em outros países, como Portugal, Estados Unidos, Chile, Canadá e México.