FeirArt transforma Praça Luíza Távora em palco de tradição, arte e cultura

26 de novembro de 2024 - 10:59 # # #

Ascom SPS - Texto e Fotos'

Em cada detalhe, a 65ª edição da FeirArt celebrou o que há de mais genuíno no artesanato cearense: a capacidade de unir passado e presente em um momento que conecta gerações. Realizada de 22 a 24 de novembro na Praça Luíza Távora, no bairro Aldeota, a feira não apenas valoriza a arte, mas também reafirma seu papel como parte essencial da identidade do Ceará, atraindo um público diverso.

Durante todo o fim de semana, a praça se transformou em um mosaico de tradições de diversas regiões do Estado, com o colorido das técnicas artesanais e o som das apresentações musicais. Ao todo, 80 artesãos e artesãs participaram, representando associações, grupos produtivos e iniciativas individuais credenciadas pela Central de Artesanato do Ceará (CeArt). A abertura contou com a presença da primeira-dama do Estado, Lia Freitas, e da secretária da Proteção Social, Onélia Santana.

Na ocasião, elas anunciaram os vencedores do concurso de presépio artesanal, e destacaram a importância do artesanato cearense. “Essa é uma oportunidade de comprar direto dos artesãos, conversar, conhecer suas histórias”, destacou a secretária Onélia Santana.

Entre os expositores, a artesã Maria Vanda, de Jaguaribara, emocionava ao contar a história de seu crochê, técnica que aprendeu com a mãe. “Cada peça leva tempo e dedicação, mas é aqui, na feira, que a gente vê o valor do que faz. As pessoas elogiam, compram e levam um pedacinho do nosso trabalho para casa”, compartilhou.

Ela afirma que a CeArt é essencial para que se dê visibilidade ao artesanato de quem vem do interior. “Sem o credenciamento, o artesão não seria visto, não participaria de feiras e, sem isso, a gente não teria tantas oportunidades para aprimorar a técnica com que produzimos as peças”, afirma Vanda sobre a importância da Carteira de Identidade Artesanal.

A coordenadora da CeArt, Germana Mourão, reforçou o impacto da feira no fortalecimento do setor artesanal, fruto de uma política pública que valoriza e investe no segmento, consolidando o Ceará como referência nacional. “O artesanato cearense carrega histórias e memórias que merecem ser compartilhadas. A FeirArt não é apenas um espaço de venda, mas de troca, aprendizado e reconhecimento do que é feito no Estado. Vemos artesãos ganhando visibilidade, fortalecendo suas associações e, claro, conquistando mais oportunidades de renda”, explicou.

Representando a Associação dos Artesãos de Juazeiro do Norte, Francisco Marcos, escultor em madeira, destacou como o evento abre portas para quem vive do artesanato. “A CeArt tem sido uma parceira incrível. Sem ela, seríamos nada. Participar da FeirArt é uma chance de mostrar o que fazemos, alcançar novos públicos e, por isso, é muito importante estar aqui”, ressaltou.

Concurso de Presépios Artesanais e homenagem à cultura indígena

Germana Mourão destacou ainda que a FeirArt vai além de um simples espaço de comercialização; ela é uma plataforma para a valorização das histórias e tradições que evidenciam as singularidades do artesanato cearense. Essa proposta ficou evidente no Concurso de Presépios Artesanais, que reuniu 42 peças na Galeria Mestre Noza, loja da CeArt na Praça Luíza Távora. Cada trabalho refletiu a dedicação e as técnicas dos artesãos de diferentes regiões, conectando o público às tradições natalinas e ao simbolismo dessas criações.

Para o vencedor do concurso, José Bonieck, o Boni, a emoção de ver seu trabalho reconhecido foi marcante. “É uma honra pra mim ser o escolhido entre tantos trabalhos. Hoje, tô aqui representando o Cariri, a minha terra, nossos mestres, nossa arquitetura. Agradeço a CeArt por valorizar nosso trabalho, isso é realmente importante”, afirmou o artesão, cujo presépio foi elogiado pela riqueza de detalhes e autenticidade.

A edição deste ano também prestou uma homenagem especial às etnias Kanindé, Anacé e Jenipapo Kanindé, que participaram da exposição e venda de suas produções. Suas peças trouxeram um olhar único para a ancestralidade indígena, conectando os visitantes às raízes culturais dos povos originários do Ceará. “Nosso trabalho é uma forma de mostrar quem somos e de onde viemos. Participar da FeirArt é importante para que mais pessoas conheçam e valorizem nossa história. É uma forma de nossa cultura resistir ao tempo, de ser reconhecida e a CeArt tem sido fundamental para isso”, disse Antônio Teixeira, da aldeia Taba dos Anacé, localizada em Caucaia.