Saúde do Ceará reforça prevenção contra a febre do Oropouche no estado
15 de abril de 2025 - 16:14 #Ceará #Febre do Oropouche #prevenção #Reforça ações #Sesa
Kelly Garcia Ascom Sesa - Texto
Thamires Oliveira - Foto
A detecção da febre do Oropouche é feita por meio da investigação da carga genética do vírus
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) reforça as ações voltadas à prevenção e à vigilância epidemiológica da febre do Oropouche, arbovirose transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), orienta a população para as principais medidas preventivas. “As pessoas devem fazer a adoção de repelentes e blusas de mangas compridas, assim como evitar sair de casa nos horários em que o mosquito está mais ativo, que é ao nascer e ao pôr do sol, especialmente as populações mais vulneráveis, como as mulheres gestantes”, disse. As orientações valem, principalmente, para moradores de lugares serranos e pessoas que irão viajar para esses locais.
O gestor explica ainda que a Sesa tem acompanhado de perto as ações de prevenção nos municípios com casos confirmados. “Temos estado próximo aos municípios, que têm tido uma colaboração importante no combate e na prevenção à doença. Fizemos duas visitas recentes a distritos de Aratuba, Baturité e região para entender a dinâmica de transmissão da doença”, destaca.
Entenda a diferença entre o mosquito da dengue (direita) e o maruim (esquerda)
Mosquito pode ser encontrado em áreas rurais ou urbanas
O mosquito maruim é considerado o principal transmissor do vírus da febre do Oropouche em áreas rurais e urbanas. Há, ainda, o Culex quinquefasciatus, inseto comumente encontrado em ambientes urbanos que também pode transmitir a doença. Depois de picar o ser humano ou animal infectado, o mosquito permanece com o vírus no sangue por alguns dias e pode transmiti-lo por meio da picada a uma pessoa saudável.
Para se prevenir, a população também deve tomar medidas ambientais. Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas é fundamental. Os profissionais da Sesa estão trabalhando em campo para averiguar possíveis focos de proliferação do mosquito, capturar vetores, monitorar casos suspeitos e capacitar as secretarias municipais de saúde para o enfrentamento à doença. Desde o seu surgimento no Ceará, já foram realizadas várias ações preventivas com o objetivo de capacitar profissionais da saúde da região sobre o tema.
A febre do Oropouche circula desde a década 1960 no Brasil, com casos mais numerosos em regiões silvestres e de transição, entre as zonas urbana e rural. No entanto, nos últimos três anos, a doença migrou também para regiões urbanas.
Entenda a doença
A febre do Oropouche apresenta sintomas como febre, náusea, diarreia e dores de cabeça, musculares e nas articulações. O quadro clínico se assemelha à dengue e à chikungunya. Por isso, em caso de suspeita, a população deve procurar atendimento médico. A Sesa orienta que os profissionais de Saúde solicitem o exame RT-PCR ainda nos primeiros cinco dias de sintomas dos pacientes, quando há maior carga viral.
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), referência em diagnóstico laboratorial e controle epidemiológico, é a unidade responsável no estado pela análise das amostras provenientes de unidades públicas e privadas. A detecção da febre do Oropouche é feita por meio da investigação da carga genética do vírus.
Números
Em 2025, até o dia 5 de abril, foram confirmados 310 casos de febre do Oropouche no Ceará. Desses, 307 casos estão distribuídos em quatro municípios que fazem parte da Coordenadoria Regional de Saúde (Coads) de Baturité, são eles: Aratuba (81), Baturité (224), Capistrano (1) e Mulungu (1).