Ex-alunos retornam à EEEP Leopoldina Gonçalves como professores e inspiram nova geração
15 de maio de 2025 - 11:37 ##Educação #Inovação #EEEP
Bruno Mota - Ascom Seduc - Texto
Arquivo pessoais - Fotos
Durante o tempo em que foram alunos, eles participaram de projetos, aprenderam uma profissão, fizeram amizades, superaram desafios e construíram a base que os levou ao Ensino Superior. Anos depois, o retorno de Ana Môser, Francisco Sérgio, Maria Rydleily e Luana Barros como educadores da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Leopoldina Gonçalves Quezado, em Aurora, carrega não apenas memórias, mas também um forte compromisso com a transformação social por meio da educação.
A história de reencontro é celebrada na unidade de ensino, que existe há 13 anos e oferece a formação básica atrelada à aprendizagem de um ofício. A presença dos ex-alunos e hoje professores representa não só a valorização da escola pública, mas também o poder da educação em impactar vidas e criar pontes entre gerações. Dentro da sala de aula, os quatro continuam a aprender e a ensinar, agora em um novo papel, mas com o mesmo sentimento de pertença.
Francisco Sérgio de Lucena, de 28 anos, e Maria Rydleily Leal, de 27, fizeram parte da primeira turma formada pela EEEP de Aurora, em 2014. Ambos fizeram curso técnico em Agrimensura durante o Ensino Médio, mas seguiram caminhos diferentes na universidade, o que lhes possibilitou ampliar a visão de mundo e diversificar os conhecimentos.
Maria Rydleily é licenciada em Matemática, especialista em Metodologia do Ensino da Matemática e em Matemática e Física. Hoje atua como professora de Matemática. Quando aluna da EEEP, participou do Grêmio Estudantil, de feiras de ciência, defendeu projetos e participou da Companhia de Teatro da escola.
“É com o coração cheio de gratidão e emoção que estou de volta ao lugar onde tudo começou. Retornar a esta escola, não mais como aluna, mas agora como professora, é um privilégio. Este lugar fez parte da minha história, dos meus sonhos e da formação de quem sou. Agradeço a todos que fizeram parte da minha trajetória enquanto estudante e aos que hoje me acolhem com tanto carinho nesta nova etapa. Que eu possa retribuir, com dedicação e amor, tudo o que recebi aqui. Que cada aula seja uma oportunidade de fazer a diferença na vida dos meus alunos, assim como muitos professores fizeram na minha. É uma honra voltar para casa”, ressalta.
Francisco Sérgio optou pela graduação em Desenvolvimento de Sistemas e, na sequência, tornou-se especialista em Engenharia de Software e em Gestão de Tecnologia da Informação. Atualmente, cursa licenciatura em Matemática, além de ser professor do curso técnico em Informática na EEEP.
“É uma sensação difícil de descrever: caminhar pelos mesmos corredores, olhar para as salas de aula e lembrar de quando estava ali como aluno. Hoje estou do outro lado, com a missão de ensinar, motivar e retribuir tudo o que um dia recebi aqui. A EEEP Leopoldina Gonçalves Quezado é uma escola que transforma, que acredita nos alunos, valoriza os professores e constrói oportunidades reais. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história. Que minha trajetória sirva como incentivo para todos os que estão começando agora. Sonhar é o primeiro passo, e essa escola ajuda a realizar”, enfatiza.
Diferentes áreas do conhecimento
Ana Môser Fernandes, de 26 anos, concluiu o curso técnico em Desenho da Construção Civil em 2016. Durante o Ensino Médio, participou ativamente da Companhia de Teatro, do Grêmio Estudantil e da elaboração e defesa de projetos no Ceará Científico, em âmbito regional e estadual. Licenciada em Filosofia, hoje a jovem leciona este mesmo componente curricular na EEEP de Aurora. “Ter antigos professores agora como colegas de trabalho torna essa nova fase ainda mais especial e gratificante. A Leopoldina foi parte fundamental do meu crescimento acadêmico, e é uma grande alegria retornar, agora como professora”, frisa.
Luana da Silva Barros, de 25 anos, terminou o curso técnico em Administração em 2018. Graduada em Letras – Língua Portuguesa, pós-graduada em Língua Portuguesa, Literatura, Produção Textual e Artes, Luana agora leciona Português na escola onde foi aluna.
“Voltar a esta escola, agora como professora, é uma experiência única e profunda. Aqui, onde fui aluna, aprendi não só os conteúdos, mas também valores que me formaram como pessoa. Cada sala de aula, cada corredor, todos os gestos dos meus professores, agora se transformam em algo ainda mais significativo. Como aluna, eu sonhava com o futuro, e agora, ao estar de volta como educadora, tenho a honra de ser parte do processo que ajuda outras mentes a sonharem e alcançarem seus objetivos. A educação é um ciclo contínuo de aprendizado, e é uma alegria imensa poder compartilhar com os meus alunos o que aprendi nas salas em que um dia tomei a posição de aluna. Tenho orgulho de ser fruto da escola Leopoldina, pois aqui aprendi bons valores e vivi alguns dos melhores momentos da minha vida”, diz.
Inspiração
O retorno dos jovens, ontem alunos e hoje professores, tem inspirado os atuais estudantes da unidade de ensino, conforme explica o diretor da escola, Plácido Bezerra, que acompanhou toda a trajetória de Ana Môser, Francisco Sérgio, Maria Rydleily e Luana, a partir do momento em que estes ingressaram ainda adolescentes na instituição. Plácido trabalha na EEEP desde a fundação da mesma, em 2012, tendo atuado como coordenador escolar por 12 anos e assumido a direção no ano passado.
“Vi estes jovens chegarem na escola ainda infantis, inseguros, e hoje vê-los em sala de aula, excelentes professores, me deixa muito orgulhoso do trabalho que estamos fazendo. É com imensa alegria que parabenizamos nossos ex-alunos que, após trilharem seus caminhos acadêmicos e profissionais, hoje retornam à nossa escola como professores. São exemplos vivos de dedicação, superação e amor pela educação. Ver antigos alunos ocupando o papel de educadores nesta mesma instituição é uma prova do impacto transformador da escola em suas vidas — e agora, do impacto que eles terão nas vidas de tantos outros. Sejam bem-vindos de volta, agora como colegas e educadores”, destaca.