Ceará inicia etapas macrorregionais da Conferência de Promoção da Igualdade Racial

29 de maio de 2025 - 15:50 #

Eliezio Jeffry - Ascom Casa Civil - Texto
Seir - Fotos

Primeiros municípios a sediarem os eventos foram Tauá, no Sertão dos Inhamuns, e Horizonte

O município de Tauá sediou, nesta quarta-feira (28), a primeira Conferência Macrorregional de Promoção da Igualdade Racial do Ceará. O evento foi realizado por meio de articulação entre a Secretaria da Igualdade Racial (Seir), o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Coepir), a Prefeitura de Tauá e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) – Campus Tauá, que acolheu o encontro.

A mesa de abertura contou com a presença de diversas autoridades, como a secretária da Igualdade Racial do Ceará, Zelma Madeira; a vice-prefeita de Tauá, Fátima Veloso; os secretários municipais Valdemar Júnior (Proteção Social, Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade), Luiz Vicente (Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo) e Marcos Caracas; o presidente da Câmara Municipal de Tauá, Chico Neto; a diretora de Ensino do IFCE – Campus Tauá, Kélvia Jácome; além de ⁠Nyck Jhonson, representante dos povos de terreiro no Conselho Municipal de Igualdade Racial.

A macrorregião do Sertão dos Inhamuns é composta por cinco municípios: Quiterianópolis, Parambu, Arneiroz, Aiuaba e Tauá, sede do evento. Ao longo da programação, foram realizados grupos de discussão para a formulação de propostas que serão levadas à etapa estadual. Ao final do encontro, foram eleitos quatro delegados que representarão a macrorregião na Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir), prevista para o mês de agosto.

Região Metropolitana e Litoral Leste

Já nesta quinta-feira (29), a programação seguiu no município de Horizonte, que sediou a etapa macrorregional da Região Metropolitana de Fortaleza e do Litoral Leste. Realizado no IFCE Campus Horizonte, o evento reuniu representações de povos originários, população negra e comunidades tradicionais que reivindicam origem étnica, como quilombolas, ciganos, povos de terreiro e de matriz africana.

Entre as autoridades presentes esteve o prefeito municipal, Nezinho Farias. “Sejam todos bem-vindos e aproveitem esse momento especial. Ficamos muito felizes com a oportunidade de sediar esta conferência”, afirmou, destacando que Horizonte foi uma das primeiras cidades a instituir uma secretaria voltada à promoção da igualdade racial.

A deputada estadual e primeira-dama do município, Jô Farias, também compôs a mesa de abertura. “É inegável a importância de cada uma dessas políticas para que possamos ter um mundo digno e uma sociedade mais igualitária. Quero me somar a vocês e dizer que este é um direito de vocês, mas também uma obrigação nossa – enquanto representantes políticos – garantir esses direitos, para que vocês possam estar fortalecidos nessa luta”, declarou.

Também participaram da mesa de abertura Tatiana Ramalho, presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Horizonte; Lipe da Silva, presidente do Coepir; Kassia Eneas, articuladora de Promoção da Igualdade Racial de Horizonte; e Madalena Silva, diretora do IFCE Campus Horizonte.

Construção do Pepir

As conferências que estão sendo realizadas em todo o estado são uma oportunidade para que a sociedade contribua com sugestões para a construção do Plano Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Pepir). De acordo com Zelma Madeira, titular da Seir, o instrumento é essencial para combater desigualdades estruturais e promover justiça social e racial.

“Esse espaço de participação e fortalecimento da esfera pública é o mais apropriado para discutirmos e construirmos o nosso plano estadual de igualdade racial para o decênio de 2025 a 2035. Ele estabelece diretrizes para garantir direitos fundamentais, fortalecer a participação democrática e implementar ações afirmativas”, afirmou durante a abertura da conferência em Horizonte.

Paralelamente à atuação nas conferências, a Seir disponibilizou um formulário online para envio de sugestões. O prazo foi prorrogado até 30 de junho, com o objetivo de promover uma construção participativa. Clique aqui e envie sua sugestão.

Luta por direitos

O auditório do IFCE Campus Horizonte ficou lotado, com cerca de 200 participantes. Uma delas foi Val Silva, da comunidade quilombola de Alto Alegre, localizada no município. Ela destacou a importância do momento para o fortalecimento da identidade quilombola. “Falar de conferência é falar de construção. Esse era um momento muito esperado, e acredito que hoje serão fortalecidas políticas públicas para a valorização das nossas culturas e identidades”, afirmou.

Cyano de Chiquita, pai de santo da Casa Príncipe Sibamba, em Pacajus, também participou do evento e destacou a luta por direitos como principal motivação. “Meu interesse em estar aqui hoje é lutar e fazer valer a nossa lei, a nossa raça, a nossa cultura, mostrar para todos que não conhecem e apenas criticam. Todos somos filhos do mesmo pai e estamos aqui para lutar unidos”, disse.

Representante do Movimento Cultural Maloka, de Maracanaú, Virgínia Ramos considerou a conferência um primeiro passo para a garantia de direitos no futuro. “A conferência é um momento em que a sociedade civil participa, dialoga com o poder público, planeja e constrói coletivamente. Embora demore, a gente precisa dar o primeiro passo para que nossos filhos e netos tenham acesso à garantia dessa luta que estamos travando agora”, celebrou.