Mesmo com aporte hídrico de 55% no Ceará economia de água deve continuar

5 de junho de 2025 - 16:27 # # #

Texto e fotos: Ascom Cogerh

O balanço da quadra chuvosa de 2025 no Ceará registrou 55% da capacidade total de armazenamento hídrico preenchido nos 157 reservatórios estratégicos monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Mesmo diante do que representa cerca de 10,2 bilhões de metros cúbicos de água, a orientação da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é que a economia de água precisa continuar.

Mesmo com o aporte semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado, o volume de chuvas que chegou aos reservatórios foi inferior em 2025. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (4), durante coletiva de imprensa na sede da Secretaria dos Recursos Hídricos.

A diretora de Mercado da Cagece, Cláudia Caixeta, afirma que apesar do aporte “não podemos esquecer que estamos em um estado semiárido e que o uso responsável da água é imprescindível para cada cidadão que mora no Ceará, pois uma vez que aprendemos conviver com a seca, a economia deve ser um hábito, para que no futuro não tenhamos situação crítica de escassez hídrica, que é quando o aporte está abaixo de 30%”.

Além disso, algumas regiões ainda demandam atenção. A bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús finalizou a quadra com apenas 20% da capacidade hídrica acumulada. Já o Banabuiú, que chegou a secar entre 2015 e 2018, está atualmente com 36%, enquanto o Médio Jaguaribe, onde se localiza o Castanhão, maior açude do Estado, acumula apenas 30%.

Em uma análise mais aprofundada, verificou-se que 59,4% do território ficou na categoria abaixo da média, tomando áreas do interior do Ceará, principalmente. Os maiores acumulados ficaram concentrados na porção mais norte do Estado, majoritariamente entre os litorais de Fortaleza e Pecém, cujos observados foram 936,1 mm e 693,1 mm, respectivamente.

O secretário dos Recursos Hídricos, Fernando Santana, reforça a gestão do Sistema dos Recursos Hídricos cearense para garantir segurança hídrica em todas as regiões. “Hoje, nós trabalhamos de forma integrada com diversos órgãos estaduais e federais para ter a garantia que todos os municípios serão atendidos. Seja com obras da Cagece, intervenções da SRH, Cogerh e Sohidra ou com atendimentos de outros órgãos como Defesa Civil e Sisar, é feito um trabalho de gestão conjunta e participativo, através dos Comitês de Bacia, que garantam diversificação da matriz hídrica e abastecimento a nossa população”.

O aporte hídrico (volume de água que efetivamente entrou nos reservatórios) foi de 5,87 bilhões de metros cúbicos neste ano. Mesmo com uma quadra chuvosa menos generosa, alguns resultados foram positivos, como o retorno da sangria do Açude Orós, o segundo maior do Estado, que voltou a transbordar após 14 anos. A última vez que o fenômeno havia ocorrido foi em 2011. A recuperação do reservatório foi impulsionada por chuvas concentradas em sua bacia de contribuição.

Regiões como Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitanas, Serra da Ibiapaba, Curu e Alto Jaguaribe apresentaram situação considerada “muito confortável”, com volumes acima de 70% da capacidade total. As Bacias Metropolitanas registraram o maior aporte hídrico dos últimos 20 anos, com entrada de 911,4 milhões de metros cúbicos em seus 23 reservatórios monitorados.