Seplag destaca como a transformação digital amplia a eficiência e a transparência no orçamento público

13 de junho de 2025 - 10:05 #

Raquel Mourão - Ascom Seplag - Texto
Dennis Moraes - Ascom Seplag - Fotos

Durante o Triplo Fórum Internacional de Governança do Sul Global, realizado nessa quinta-feira (12), no Centro de Eventos do Ceará, o titular da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado (Seplag-CE), Alexandre Cialdini, destacou o papel da transformação digital na melhoria da gestão orçamentária pública. Ele participou da mesa temática “Os atuais e novos indicadores de orçamentos públicos sob a perspectiva do Sul Global na era digital”, ao lado dos representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Luís Fernando Vitagliano (assessor da presidência) e Cleiton Batista (técnico em Informações e Geográficas).

Segundo Cialdini, a implementação de um governo digital ocorre em quatro estágios: digitalização, transformação, engajamento e contextualização. Para ele, cada etapa representa um avanço não só em tecnologia, mas na forma como o Estado se relaciona com a sociedade e administra os recursos públicos. “Na fase de transformação, o uso de ferramentas digitais passa a promover mudanças organizacionais na administração pública, com a reestruturação de funções de departamentos e modificação de atribuições funcionais de gestores públicos”, afirmou.

O gestor da Seplag-CE explicou que esse processo de transformação tem como objetivo modernizar a administração pública e melhorar a vida das pessoas. Segundo ele, com o apoio de tecnologias digitais avançadas, o governo pode chegar a um modelo de orçamento mais integrado, participativo, transparente e orientado por dados. “Os caminhos são a digitalização dos processos orçamentários dentro de uma plataforma interoperável, a integração dos sistemas, o aperfeiçoamento dos dados abertos e da linguagem simples, além da utilização de inteligência artificial e big data para o planejamento orçamentário.”

O secretário acrescentou que a Seplag-Ce vem investindo no desenvolvimento de painéis de Business Intelligence (BI) para apoiar a tomada de decisão e ampliar a transparência na gestão pública. Na ocasião, ele também apresentou um trabalho conduzido pela equipe da Secretaria, que mapeou 36 arranjos produtivos locais e 103 aglomerações econômicas no Estado. “Dentro desse arcabouço, há uma logística de transporte, em que a Ferrovia Transnordestina cruza o Ceará e vai até o Porto do Pecém. Nesse interregno, tem o porto seco de Quixeramobim e Iguatu”, explicou, ao apontar as oportunidades estratégicas para o desenvolvimento econômico local.

Luís Fernando Vitagliano fez uma reflexão crítica sobre o papel do orçamento público e os desafios para torná-lo um instrumento mais compreensível. Segundo ele, no Brasil, a ideia de “público”, muitas vezes, é associada a um senso individualista de propriedade sobre os recursos do Estado. “Essa noção de que o público ‘é meu’ é muito neoliberal. O público é público e tem uma deliberação de governo. Temos um problema muito sério: há quem se apropria do orçamento público através de falácias. Essa de que o dinheiro do orçamento é ‘meu’ é uma delas. O dinheiro pertence ao público, não tem pessoalidade, tem gestão”, enfatizou, complementando que esse entendimento distorcido dificulta a participação social no processo orçamentário.

O assessor da Presidência do IBGE também destacou as escolhas difíceis enfrentadas pela gestão pública, especialmente pelas secretarias de planejamento e finanças. “Não existe decisão correta. Qualquer decisão implica vantagens, desvantagens, benefícios e sacrifícios”, afirmou, ao questionar a ideia de que a inteligência artificial pode substituir as escolhas humanas. Ele defendeu que, por trás de cada indicador ou solução tecnológica, há decisões que precisam ser transparentes e compreendidas pela sociedade.

Por fim, Vitagliano apontou que o planejamento público precisa ser compreendido como um esforço de transformação do presente. “Você planeja o futuro para mudar o presente, para mudar o imediato”, disse. Nesse sentido, ele destacou que as novas tecnologias podem colaborar para ampliar e facilitar o diálogo com a população, promovendo um debate mais qualificado sobre o orçamento.

Sobre o Triplo Fórum

O Triplo Fórum é organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em coorganização com o Governo do Estado do Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE). O evento teve início nessa quarta-feira (11) e segue até esta sexta-feira (13), no Centro de Eventos do Ceará.

A conferência internacional conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), do Banco do Nordeste do Brasil, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Programa Ceará Sem Fome, da Companhia de Participação e Gestão de Ativos do Ceará (Ceará Par), da Secretaria de Turismo do Ceará e da Secretaria Nacional de Juventude – Secretaria Geral da Presidência da República. As plenárias estão sendo transmitidas pelo IBGE digital, e pelos canais oficiais do instituto IBGE Digital, Youtube, Instagram, TikTok e Facebook.