Governo do Ceará reafirma luta por democracia, igualdade e direitos humanos ao inaugurar Galeria da Liberdade

18 de junho de 2025 - 11:59 # # # #

João Pedro Guedes - Ascom Casa Civil - Texto
Hiane Braun - Casa Civil - Fotos

Espaço pertence ao Palácio da Abolição, em Fortaleza

Ressignificando um local pertencente ao Palácio da Abolição, em Fortaleza, o governador Elmano de Freitas sancionou, nesta quarta-feira (18), a lei de criação da Galeria da Liberdade, espaço gerido pelo Museu da Imagem e do Som do Ceará que vem para reafirmar a luta pela garantia de direitos humanos na construção de uma sociedade mais democrática e diversa. Inaugurado na mesma cerimônia, o ambiente recebe a exposição “Negro é um rio que navego em sonhos”.

“Estamos fazendo um reparo histórico por meio desse espaço. O espaço que representa o poder político do Ceará precisa ser um local de união para o povo cearense. Aqui está a bandeira do Ceará e, se tem algo que orgulha muito qualquer cearense, é dizer que foi aqui onde se libertou primeiro os escravos no país. Tenho absoluta convicção que ter a Galeria da Liberdade no Palácio da Abolição une o povo cearense. Temos que dizer com muita clareza: ditadura nunca mais. E precisamos ter um espaço para falar bem da democracia, do amor ao próximo, do povo negro, dos povos indígenas”, destacou o governador Elmano de Freitas.

A Galeria da Liberdade ocupará o espaço do antigo Mausoléu Castelo Branco. O prédio, criado em 1972, faz parte do conjunto arquitetônico do Palácio da Abolição, projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes. Inicialmente, o horário de funcionamento será quarta e quinta-feira, das 10h às 18h, e sexta e sábado, das 13h às 20h.

Secretária da Cultura, Luísa Cela pontuou que a memória viva do Ceará será lembrada a cada exposição, a cada visita dentro da Galeria. “Esse é um espaço que ressignifica a luta pelos direitos humanos. Teremos um espaço que vai trabalhar com uma série de iniciativas que estimulem a pesquisa, o conhecimento da nossa história. Aqui será um lugar para construir, conhecer e reconhecer a história do Ceará, em um local diretamente ligado ao Palácio da Abolição”, disse.

Secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira ressaltou o olhar do Governo do Estado para os espaços culturais e suas importâncias. “O Governo do Estado tem investido fortemente na cultura e nos seus espaços culturais. A Galeria vem se somar a esses equipamentos, possuindo um simbolismo forte. Aqui vamos falar de liberdade, respeito, tolerância, diálogo. É uma forma de enaltecer cada vez mais o Ceará, a nossa Terra da Luz”, comentou.

A área total da edificação é de cerca de 300 metros quadrados, possuindo duas galerias laterais que totalizam 220 metros quadrados (110 metros quadrados cada) e uma área fechada de 58 metros quadrados.

Secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira lembra que a chegada da Galeria da Liberdade é também um ato antirracista. “Para nós, é muito importante esse espaço. A Galeria representa um corredor para contar, para expor a nossa memória e a nossa história. O povo negro no Brasil sempre buscou liberdade. Teremos aqui um espaço para diálogo, apresentando nossas riquezas e termos também ações antirracistas. A abertura desse espaço é um ato antirracista”, afirmou.

Titular da Secretaria dos Direitos Humanos, Socorro França falou com orgulho sobre a abertura da Galeria da Liberdade. “A chegada desse espaço significa o respeito aos direitos fundamentais, algo que não se delega. Quero agradecer o governador Elmano de Freitas e dizer que me sinto orgulhosa em viver esse momento de consagração para a Galeria da Liberdade”, afirmou.

Exposição

A exposição “Negro é um rio que navego em sonhos”, de curadoria de de Ana Aline Furtado, conta com obras por todo espaço da Galeria da Liberdade, inclusive a céu aberto. As obras expostas são de Alexia Ferreira, Blecaute, Cecília Calaça, Clébson Francisco,  Darwin Marinho, Roberto Silva, kulumyn-açu, Luli Pinheiro, Suellem Cosme, Trojany e Wellington Gadelha.

Coordenadora da Galeria da Liberdade, Cícera Barbosa detalhou o processo para a definição da exposição de abertura. “Fizemos um exercício de convidar as pessoas. A exposição em si é um convite para que as pessoas se sintam contempladas. Acredito que esse espaço representa uma ressignificação histórica e corajosa, pensando a partir do passado e também da perspectiva do futuro. Esse exercício de se sentir representado vem por meio da coletividade”, contou.

Em cada lado da Galeria, estão adinkras (símbolos ideográficos, parte da cultura do povo Akran, na África Ocidental) além de imagens de mulheres negras referências para o movimento negro no Ceará.

Diretor do MIS, Silas de Paula ressaltou que a Galeria da Liberdade vem para ocupar um espaço antes vago na sede do Governo. “A Galeria vem para ocupar um vácuo enorme. Acredito que com esse espaço, em conjunto com todo trabalho do MIS, estamos trabalhando cada vez mais a inclusão para a população”, pontuou.