Cuidados com pacientes diabéticos antes e depois da cirurgia reduzem riscos e aceleram recuperação
26 de junho de 2025 - 14:12 ##Cuidado humanizado #Cuidados pré e pós-cirúrgico #Dia Nacional do Diabetes #Paciente com diabetes
Texto e foto: Radene Fortaleza / Ascom Sesa
Aos 80 anos, Maria Pereira de Oliveira se prepara para uma cirurgia urológica no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Diagnosticada com diabetes, ela entende que a boa evolução do procedimento não depende somente da intervenção em si, mas também dos cuidados adotados antes e depois da operação.
“Assim que descobri o nódulo, fui morar com minha filha e minha glicemia passou a ser cuidada mais de perto. Antes vivia com a glicemia alta, agora é diferente. Recebo acompanhamento médico e mudei minha alimentação”, relata Maria, que segue uma rotina mais disciplinada desde então.
Maria Pereira recebe cuidados antes de cirurgia urológica. Acompanhamento é essencial para controle do diabetes e recuperação segura
O caso da paciente reforça a importância do controle adequado do diabetes ao longo de todo o processo cirúrgico. “O acompanhamento no pré-operatório precisa ser individualizado. Avaliamos a glicemia, ajustamos as medicações, orientamos sobre o jejum e contamos com o suporte da equipe multidisciplinar para reduzir qualquer risco. Além disso, monitoramos frequentemente a glicemia nas 24 horas que antecedem o procedimento”, explica o coordenador e cirurgião-geral do Helv, Adller Gonçalves Barreto.
O médico destaca ainda que, em alguns casos, a cirurgia pode ser adiada por segurança. “Quando o diabetes está descompensado, adiar o procedimento pode ser a melhor decisão. Isso acontece, por exemplo, se a hemoglobina glicada estiver muito elevada, se as glicemias estiverem persistentemente acima de 250 ou 300 mg/dL, ou se houver sinais de infecções associadas”, reforça.
Todos esses cuidados reduzem os riscos que, naturalmente, pessoas diabéticas podem ter quando precisam passar por cirurgias, já que esse perfil de paciente pode ter problemas com cicatrização e maior risco de infecções, úlceras de pressão e outras complicações pós-operatórias.
Assistência integrada e humanizada
Os pacientes com diabetes recebem acompanhamento integral durante toda a internação. A equipe realiza o monitoramento frequente da glicemia, ajusta a administração de insulina quando necessário e adapta a alimentação hospitalar conforme a condição clínica de cada paciente.
Segundo Adler Barreto, esse cuidado precisa continuar mesmo após a alta hospitalar. “O acompanhamento rigoroso no pós-alta é essencial. Isso inclui o ajuste de medicamentos, como insulina ou antidiabéticos orais, revisão do controle glicêmico e da dieta, além de orientações claras sobre sinais de infecção ou má cicatrização. Também é importante garantir o retorno precoce para reavaliação clínica e, quando necessário, o encaminhamento para fisioterapia, suporte nutricional ou cuidados com feridas”, detalha o cirurgião.