Dia D da Empregabilidade conecta empresas a profissionais com deficiência, em Fortaleza
26 de junho de 2025 - 17:39 #Dia D da Empregabilidade #empresas #Fortaleza #profissionais com deficiência
Daniel França - Ascom SPS - Texto
Claudio Rocha - Fotos
A ação contou com a participação de 33 empresas e reforçou a importância de políticas públicas voltadas à profissionalização de pessoas com deficiência.
Atento a todas as oportunidades para ingressar no mercado de trabalho, o bacharel em Ciências Sociais Francisco Cleyson, 46, foi umas das pessoas que esteve presente no Dia D da Empregabilidade, realizado no Complexo Cultural Estação das Artes. Especialista em gestão financeira, ele fala com franqueza sobre a realidade de quem, como ele, enfrenta a exclusão profissional: “Eu trago comigo uma paraparesia no membro superior direito. Fui diagnosticado com homologação e tudo como a lei determina. E sigo nessa caminhada na esperança de encontrar uma empresa que me acolha como um profissional, como um ser humano, como deve ser.”
Cleyson foi um dos participantes da ação promovida nesta quinta-feira (26) pelo Centro de Profissionalização Inclusiva para a Pessoa com Deficiência (Cepid), equipamento da Secretaria da Proteção Social (SPS). Ao todo, 33 empresas estiveram presentes, oferecendo 568 vagas nas áreas comercial, industrial e administrativa. Além das oportunidades de emprego, os participantes tiveram acesso a atendimentos médicos para homologação de deficiência, intermediação de mão de obra com apoio do SINE IDT e até sessões de massoterapia.
Para Gleyson, o Dia D é mais que uma feira de empregos: é um espaço de escuta e acolhimento. “Aqui a gente é ouvido, é orientado, é tratado com dignidade. Isso dá força pra continuar buscando. Eu saio daqui renovado, acreditando que tem gente fazendo a diferença.” E ele ressalta os principais obstáculos enfrentados por pessoas com deficiência na busca por emprego. “O maior desafio é o preconceito silencioso. Às vezes, a empresa até quer contratar para cumprir cota, mas não oferece estrutura ou vê a gente só pela deficiência, não pelo potencial. O que a gente precisa é de oportunidade de verdade, de respeito.”
Conexões que geram cidadania
A iniciativa do Governo do Estado busca não apenas ampliar a contratação de pessoas com deficiência, mas também promover autonomia, cidadania e justiça social. Para a vice-governadora e secretária da SPS, Jade Romero, o Dia D é um passo importante nesse caminho. “As pessoas estão buscando as vagas de trabalho e nada mais justo que aproximar as pessoas que têm deficiências para que possam alcançar esse sonho de ter autonomia econômica e independência. Além de ajudar as empresas que têm percentuais a serem cumpridos legalmente com a inclusão de pessoas com deficiência. Aproximando e conectando as empresas e a sociedade nesta busca por emprego.”
Nos últimos dois anos, o Ceará gerou mais de 120 mil novos postos de trabalho. A qualificação, segundo Jade Romero, é uma ponte essencial nesse processo. “A gente tem investido bastante em qualificação profissional. Nós sabemos que tem pessoas procurando emprego, assim como tem emprego procurando por profissionais qualificados. Então, essa conexão por meio das políticas públicas é fundamental.”
Além da SPS, o evento contou com apoio de diversos órgãos públicos e parceiros, como a Superintendência Regional do Trabalho, OAB, INSS e IDT. Para o secretário do Trabalho, Vladyson Viana, o impacto dessa rede é essencial. “O Governo do Estado tem uma série de equipamentos para qualificação e intermediação de mão de obra. O Cepid, por exemplo, funciona diariamente com cursos, esportes, intermediação e parcerias que garantem a fiscalização para o cumprimento das cotas e o apoio à empregabilidade.”
Exemplo de superação e conquista
Entre as histórias de sucesso do evento está a de Alexandro Moreira, que conseguiu um emprego na edição anterior da feira. “Minha deficiência é de nascença. Conquistei uma vaga através daqui e hoje consigo mostrar minha experiência. Muitos amigos também conseguiram. Mas é preciso dar o primeiro passo e sair de casa.”
Ele reconhece que ainda há desafios, mas vê avanço nas políticas públicas. “Tem muitos PCDs que não conseguem se locomover até o trabalho, mas o Governo está ajudando com o cartão do vai e vem, o cartão de identificação, o laudo, a perícia. São oportunidades que precisamos agarrar.”
Lei de Cotas
A reserva legal de cargos, conhecida como Lei de Cotas (art. 93 da Lei nº 8.213/91), determina que empresas com cem ou mais funcionários devem destinar de 2% a 5% das vagas a pessoas com deficiência, a depender do número de empregados.