Com passeio ao ar livre e doce favorito, paciente com deficiência visual internada no Hospital Universitário do Ceará recebe pela primeira vez comemoração de aniversário

3 de julho de 2025 - 18:28 # # #

Texto e fotos: Natássya Cybelly - Ascom HUC

atendimento realizado pela equipe do Hospital Universitário do Ceará (HUC), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), vai muito além da assistência à saúde. Gestos de empatia humanizam, promovem o acolhimento, resgatam a dignidade e proporcionam momentos únicos e emocionantes aos pacientes. Nesta terça-feira (2), Antônia Alves, paciente com deficiência visual e física, que está internada no HUC, comemorou a chegada dos 72 anos de idade de forma especial e cheia de simbolismo. Foi a primeira vez que ela teve uma celebração de aniversário. Além dos parabéns, ganhou o doce preferido dela e um passeio na unidade, com descrição da paisagem do local.

A paciente Antônia e a enfermeira Sara durante atendimento humanizado

Internada para tratar um problema vascular, Antônia nunca havia comemorado a data. Sabendo disso, a equipe do hospital resolveu preparar um momento com afeto, atenção e um gesto simples, mas profundamente simbólico: um pequena celebração no quarto da enfermaria, onde ela recebeu carinho, canjica (seu doce preferido) e, principalmente, presença. “Quem nunca teve nunca nada disso é um presente de Deus. Eu nunca tinha recebido nenhum ‘parabéns’ durante toda a minha vida”, contou entre lágrimas.

“Momentos como esses transformam nosso dia, e é muito gratificante poder tocar vidas de maneiras especiais. O cuidado de enfermagem vai além de técnicas, envolve empatia, humanização e é isso que buscamos no nosso dia a dia”, conta Sara Fonteles, enfermeira que diariamente acompanha a paciente.

Antônia também teve outro desejo atendido. Após dias deitada na cama de hospital, pôde sair do leito em uma cadeira de rodas e sentir novamente o calor do sol e a brisa no rosto, em um passeio pelos corredores e varanda do HUC. “A gente só deitada numa cama, sem poder sair e se levantar, não é bom. Eu queria tanto sair, e hoje as meninas fizeram isso comigo”, contou, com um sorriso no rosto.

Antônia em passeio na varanda do HUC com a equipe de profissionais da saúde

A vista da varanda do hospital, descrita com riqueza de detalhes pela enfermeira Sara Fonteles, pelo fisioterapeuta Pedro Rodrigo e pela psicóloga Daniela Sampaio, foi imaginada por Antônia como um quadro vivo. “Como a dona Antônia tem deficiência visual, relatamos para ela como estava o dia, a paisagem, situações que aconteciam na rua naquele momento. Ela ficou muito emocionada e grata”, descreve Sara.

Os olhos podem não ver, mas o coração sente cada demonstração de carinho e afeto. “Eles me contaram que naquele momento tinham duas crianças soltando pipa com os pés descalços, na luz do sol da tarde. Eu achei muito lindo ouvir aquelas palavras e imaginar o que estava acontecendo. Eu vi tudo branco, mas é como se eu tivesse enxergando. Fiquei feliz e agradeci a Deus por eles me proporcionarem essa alegria. Sou grata por todo o cuidado dos médicos e enfermeiros deste hospital”, relata.

A paciente está internada no HUC para tratar a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) que compromete a circulação sanguínea dos membros inferiores. No hospital, Antônia recebeu assistência especializada com  cirurgião vascular, clínico geral, exames de imagem e tratamento cirúrgico.