A difusão de conhecimento por profissionais de segurança do Ceará que também são escritores
25 de julho de 2025 - 09:40 #AESP #Ceará #Dia Nacional do Escritor #educação #profissionais de segurança #Segurança Pública
Texto e fotos: Ascom Aesp/CE
Neste Dia Nacional do Escritor, a Aesp/CE traz quatro profissionais que compõem a instituição e como seus trabalhos impactam a sociedade
Compartilhar conhecimentos, experiências e histórias por meio de palavras, frases e parágrafos. Assim é a vida de quem se dedica a escrever e publicar obras, sejam elas científicas, literárias ou didáticas. Na segurança pública, alguns desses personagens ganham destaque, especialmente em um ambiente acadêmico, como a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE), que traz em sua missão institucional produzir e socializar o conhecimento científico e tecnológico por meio do ensino, da pesquisa e da extensão.
Neste 25 de julho, Dia Nacional do Escritor, a Aesp apresenta quatro personalidades que integram a Aesp/CE e que fomentaram suas expertises por meio da publicação de livros ou de contribuições em obras coletivas. Um deles é o coronel BM Ricardo Catanho, assessor de Controle Interno e Ouvidoria da Aesp/CE. Com livros que vão desde títulos como “A Competência Constitucional e Infraconstitucional do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará no Âmbito da Segurança Pública” até “Rascunhos Poéticos”, o oficial comenta sobre como o ato de escrever vai além daqueles que compõem o sistema de segurança pública.
“A escrita é uma das ferramentas mais importantes da humanidade, haja vista que, através dela, inúmeras civilizações têm conseguido perpetuar, desenvolver e compartilhar o conhecimento em diversas áreas e, consequentemente, a maior amplitude e qualidade da escrita se relaciona com a potencial melhoria de vida nos mais variados aspectos.”
Catanho, que é pós-doutorando em Ciências Jurídicas, doutor em Políticas Públicas e mestre em Planejamento e Políticas Públicas, também fala sobre seu ponto de vista quando se trata de trazer um olhar mais humanizado da sociedade em relação ao profissional de segurança.
“A esfera do conhecimento ligado à segurança pública, sendo esta entendida não de modo restrito a crime e violência, mas sim numa dimensão mais correta, abrangendo a proteção (preventiva e reativa) dos interesses sociais, também pode e deve ser semeada, inclusive por aquele que tem grande propriedade para tal, qual seja, o agente de segurança pública, numa integração fundamental entre este profissional e a sociedade da qual ele também faz parte, enquanto cidadão, com ganhos individuais e coletivos, produzindo uma visão mútua, empática e humanística”, comenta.
Outro oficial que também é escritor é o capitão PM Anderson Duarte, que publicou o livro “Policiamento Comunitário, Neoliberalismo e Educação – Uma Abordagem Genealógica”, mas também possui diversas publicações em obras coletivas dentro da temática da segurança pública e da educação.
“Olha, não há dúvidas de que escrever é também uma forma de servir à sociedade. É deixar um legado. Escrever sobre temas essenciais e direitos fundamentais, como a segurança e a educação, para mim, significa uma tarefa muito especial. Eu sempre quis contribuir com os debates nessa área porque eu acho que, como policial e como pesquisador, esse debate fica muito mais enriquecido se a gente puder unir teoria e prática. As ideias movem o mundo. Então, foi isso que eu tentei fazer quando eu escrevi e lancei esse livro, bem como os artigos científicos que publiquei ao longo da carreira”, comenta.
Doutor e mestre em Educação Brasileira pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará, e especialista em Gestão Pública e em Gestão de Segurança Pública, Anderson estimula que outros profissionais da segurança também se tornem escritores.
“Em relação aos profissionais que desejam contribuir com a segurança pública por meio da escrita e que ainda não começaram, costumo dizer sempre o seguinte: mergulhe fundo, sistematize e organize o conhecimento que já adquiriu e se aventure. Tente escrever, tente publicar, converse com outros escritores e, sem dúvida alguma, sua obra será uma contribuição importante para a sociedade.”
O impacto da escrita
Se os escritores citados anteriormente ressaltaram a contribuição para a sociedade, um exemplo prático disso foi a publicação do livro “O Delegado de Polícia como Membro das Carreiras Jurídicas: Aspectos Positivos para a Excelência da Persecução Penal”, de autoria do ouvidor da Aesp/CE e delegado de Classe Especial da Polícia Civil do Estado do Ceará, desde 2000, Demóstenes Cartaxo, que é natural da cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba.
Sua publicação serviu como base para que os delegados do Estado do Ceará tivessem suas carreiras reconhecidas também como jurídicas, no ano de 2017.
“O que o livro pontuou é o porquê o delegado é uma carreira policial e também é uma carreira jurídica. Então, nós fizemos um paralelo entre as carreiras, por exemplo, dos magistrados, dos juízes, dos defensores públicos, dos promotores de justiça, dos procuradores de estado, e pontuamos as características similares. E o fruto disso foi que o governador do Ceará, à época, encaminhou uma emenda constitucional na Constituição do Estado do Ceará aferindo aos delegados de polícia essa condição de carreira jurídica do Estado. Então, efetivamente, foi uma obra que trouxe um grande contributo para a carreira de delegados de Polícia”, explica.
Com isso, o livro “O Delegado de Polícia como Membro das Carreiras Jurídicas: Aspectos Positivos para a Excelência da Persecução Penal” ganhou destaque, inclusive nacional. “Foi uma obra reverberada até mesmo na Polícia Federal, na Associação dos Delegados de Polícia Federal, e divulgada no Senado e na Câmara dos Deputados Federais”, revela.
Outra publicação que tem impactado a vida dos profissionais da segurança é o “Manual de Orientação para Quesitação Oficial à Perícia Forense do Estado do Ceará”, cujo um dos autores é o diretor de Ensino de Perícia da Aesp/CE, perito criminal Túlio Oliveira, que é doutor em Química pela Universidade Federal e pelo Instituto Quadram, na Inglaterra. O manual foi escrito de forma conjunta também com a perita criminal Manuela Cândido e com dois delegados de Polícia Civil: Patrícia Aragão e Marciliano Ribeiro.
“Foi um marco histórico na segurança pública em relação à padronização de quesitos e mostrou a relevância na parceria da Polícia Civil com a Perícia Forense. O foco principal da divulgação e da disseminação é pelo livro digital, porque, caso o profissional da segurança pública esteja, por exemplo, no interior do estado, ele terá acesso ao livro digital com todas as quesitações, de acordo com a Carta de Serviço da Pefoce. Então, hoje, nós estamos com mais de seis mil downloads, graças a uma parceria da SSPDS e do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), da Assembleia Legislativa do Ceará”, comenta.
A publicação está disponível para todos os profissionais de segurança por meio do site do Inesp. O diretor de Ensino de Perícia encerra informando que o próximo passo é uma atualização do manual, o que trará resultados ainda mais positivos para a sociedade.
“O manual de quesitação contém diversos quesitos que a Polícia Civil usará como orientação à expedição dos ofícios à Perícia Forense na requisição das perícias em diversos exames na Carta de Serviço, como, por exemplo, exames cadavéricos, exames de lesão corporal, exames para a determinação da estimativa da idade por meio da odontologia legal, exames balísticos, entre outros. E o processo de atualização está em andamento com a comissão, principalmente, para aumentar a Carta de Serviço, como, por exemplo, na busca por pessoas desaparecidas. Estamos trabalhando para entregar ainda mais resultado à sociedade cearense, porque este manual traz um impacto à sociedade quando se tem uma boa quesitação, porque, dessa forma, serão gerados laudos cada vez mais técnicos e cada vez mais robustos”, finaliza.