Ceará TEAcolhe transforma atendimentos a crianças autistas com o apoio direto de 40 instituições

25 de julho de 2025 - 10:26 # # # #

Daniel França - Ascom SPS - Texto
Mariana Parente - SPS - Fotos

O programa fortalece entidades e aproxima atendimentos de saúde e assistência a famílias. Mães relatam mudança de vida com serviços no próprio bairro. 

O Ceará TEAcolhe, programa da Secretaria da Proteção Social (SPS), tem se consolidado como uma importante política de ampliação e descentralização do atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Ceará. A iniciativa fortalece instituições comunitárias e amplia o acesso a serviços essenciais para crianças, adolescentes e suas famílias em diversas regiões do Estado.

Com investimento de R$ 4 milhões, o programa já contemplou 40 instituições da sociedade civil, sendo 29 com convênio assinado e 11 em fase final de contratação. Cada organização recebeu R$ 100 mil do Fundo Mais Infância Ceará, com a meta de realizar ao menos 400 atendimentos durante o período de execução.

A ação tem representado um divisor de águas para centenas de famílias que, agora, contam com atendimento especializado perto de casa, incluindo serviços de fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e orientação social.

Instituto Arte e Cor: cuidado perto de casa

No bairro Autran Nunes, em Fortaleza, o Instituto Arte e Cor foi uma das instituições selecionadas. Atuando há anos com ações sociais e educativas, agora o Instituto oferece arteterapia e acompanhamento especializado para crianças de 3 a 17 anos com TEA.

Para a assistente social Vânia Pinheiro, o impacto já é visível. “Muitas mães nos relatam que agora encontram apoio no próprio bairro, com escuta, orientação sobre direitos e acesso a benefícios como o BPC e o Bolsa Família. Isso muda tudo”, afirma.

A instituição funciona com equipe multiprofissional, atendimento diário e rodas de conversa com mães, pais e responsáveis, fortalecendo a aceitação e o cuidado dentro das famílias.

Quem também encontrou acolhimento no Instituto foi a dona de casa Rosângela Lima, mãe do pequeno Pedro Asafe, 3 anos, diagnosticado com autismo não verbal. “Aqui é perto, tem todos os profissionais e vai ser ótimo para o desenvolvimento dele. As crianças atípicas são sensíveis e o deslocamento de ônibus é muito difícil. A gente precisa desse cuidado perto de casa”, conta emocionada.

A mesma percepção é compartilhada por Adriana Lima, mãe da Alana, que busca apoio para o desenvolvimento da fala e da interação da filha. “É um alívio ter esse atendimento aqui, sem precisar enfrentar filas longas e deslocamentos que desgastam ainda mais a criança”, diz.

Para o coordenador da instituição, Carlos Benvindo, o recurso do TEAcolhe viabilizou a ampliação de um trabalho necessário e urgente. “Antes, só oferecíamos assistência básica. Agora, com essa parceria, temos condições de atender com qualidade e dignidade crianças com autismo que nunca haviam sido acompanhadas de forma adequada”, afirma.

Casa de Gui: o acolhimento como missão

Outro exemplo de impacto do programa é o Instituto Casa de Gui, também em Fortaleza. Criado há quatro anos, o espaço atendia crianças com TEA com o apoio de voluntários. Com o Ceará TEAcolhe, passou a oferecer mais de 400 atendimentos mensais, com uma equipe multidisciplinar.

“Esse recurso foi um divisor de águas. Agora temos equipe e conseguimos cuidar não só das crianças, mas também dos cuidadores, com o projeto ‘Cuidando de quem Cuida’”, explica Cláudia Maia Barreto, idealizadora do instituto.

Sara Monalene, mãe de Isaac, de 10 anos, afirma que o atendimento tem transformado a relação do filho com o mundo. “Ele aprendeu a esperar a vez, a respeitar os colegas. Agora, lida melhor com os sentimentos. É uma evolução linda de ver”, conta.

O Ceará TEAcolhe segue sendo construído com escuta, parceria e compromisso. E, sobretudo, com esperança, a mesma que move mães como Sara, Rosângela, Adriana e Roberta, a acordar todos os dias para lutar por um futuro mais acolhedor para seus filhos.