Seminário debate participação comunitária e educação ambiental para proteção dos mangues
28 de julho de 2025 - 16:47 #centec #meio ambiente
Ascom Centec - Texto e Foto
O mangue foi tema de intensas discussões na manhã desta segunda-feira (28) durante o Seminário da Semana Estadual de Proteção aos Manguezais, uma iniciativa do Instituto Centec em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), com o Ecomuseu Natural do Mangue (Ecomunam) e com o Laboratório de Ecologia de Manguezais (Ecomangue), do IFCE campus Acaraú.
Com a presença de educadores, estudantes, pesquisadores, gestores públicos e lideranças de comunidades costeiras, o evento contou com palestras abordando questões urgentes relacionadas ao bioma, como a preservação dos ecossistemas costeiros e a importância da educação ambiental e da participação comunitária na restauração dos mangues.
Representando o diretor-presidente do Centec, Cleyton Monte, a gestora da Diretoria de Extensão Tecnológica e Inovação (Deti), Edilina Feitosa, considerou o evento um marco da vanguarda do Ceará de valorização dos manguezais.
“O Centec está à frente do projeto Mangueando, em que o nome por si já diz: andar pelo mangue, conhecer suas raízes. Com isso, a gente valoriza quem está ali no dia a dia, fazendo parte dessa transformação. Já formamos 75 professores e reafirmamos nosso compromisso de levar esse conhecimento para os cidadãos do Ceará”, destaca.
O Mangueando é o curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) de Preservação e Defesa dos Manguezais no Ceará. A formação é voltada para professores da rede pública de ensino e aborda de forma transversal a educação ambiental, a preservação e conservação dos manguezais no desenvolvimento das práticas pedagógicas.
O evento contou com a participação do diretor do Ecomuseu do Mangue, Rusty Sá Barreto, do diretor de Ensino e Pesquisa do Centec, Silas Alencar, e com a apresentação de uma mensagem do deputado estadual Acrísio Sena (PT), criador da lei da Semana Estadual de Proteção aos Manguezais.
Sagrado
“Nós temos o mangue como um lugar sagrado, de reprodução. Eu sou indígena do povo Tapeba e chamamos de lama sagrada. É de onde muitos tiram seu sustento, mas também tem valor espiritual, do bem viver, da comunhão com a comunidade”, relata o secretário executivo da Sema, Cassimiro Tapeba. Ele ressalta a importância de avançar em políticas públicas de preservação dos manguezais como resposta à emergência climática, considerando o papel do mangue no sequestro de carbono.
Proteção
Inácio Arruda, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresentou uma palestra sobre a integração oceânica na educação brasileira. Em sua fala, ele pontou a necessidade de atenção para uma série de intervenções que podem afetar os manguezais, como a exploração desregulada do turismo e os projetos de saneamento básico.
A bióloga Rafaela Camargo Maia trouxe um pouco da sua relação de afeto com o mangue para falar sobre sua atuação à frente do Laboratório Ecomangue do IFCE Acaraú e sobre educação ambiental. Para tanto, ela apresentou conceitos sobre o mangue, as consequências da degradação desse bioma e a necessidade da preservação dos manguezais.
A oceanógrafa Natália Beloto partiu do relato do incêndio que atingiu o Parque do Cocó em 2024 para falar sobre os impactos do fogo sobre o mangue e sobre os trabalhos do projeto RestauraCocó, que teve início depois desse evento. A pesquisadora explicou que existe bastante pesquisa envolvida e também a participação das comunidades.