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Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão previne amputações com educação em saúde e avaliação de neuropatia

31 de julho de 2025 - 14:41 #CIDH #neuropatia #Rede Sesa

Além da educação em saúde, consulta envolve exames específicos para avaliação de neuropatias e doença arterial periférica (Foto: Alana Matias/CIDH)

A alta concentração de açúcar no sangue ao longo do tempo, em decorrência da diabetes descompensada, pode levar a complicações graves nos nervos, especialmente dos pés. Para tentar evitar esse problema, o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), oferece consultas no Ambulatório de Avaliação de Neuropatia. O serviço ajuda a prevenir lesões mais complexas, atendidas pelo Ambulatório do Pé Diabético do CIDH, evitando amputações, diminuindo custos e aumentando a qualidade de vida dos pacientes.

Anne Soares, enfermeira do CIDH, explica que os atendimentos focam na prevenção, com ações educativas, exames específicos para avaliação de neuropatias e doença arterial periférica (circulação da perna) e até tratamento de lesões pré-ulcerativas (ferimentos iniciais e superficiais), incluindo a remoção de calos e indicação do calçado apropriado. No primeiro ano de funcionamento (março de 2024 a março de 2025), foram realizados 625 atendimentos no Ambulatório.

“Algumas pessoas acham que remover o calo retira a proteção. Porém, muitas vezes o desbaste (raspagem), feito por um profissional capacitado e de modo seguro, ajuda a detectar uma úlcera por baixo, que pode atingir o osso”, alerta Anne, estomaterapeuta. A Estomaterapia é uma especialidade da enfermagem focada, entre outros pontos, na prevenção e tratamento de feridas agudas e crônicas. Por isso, Anne ressalta, a pessoa com calos ou úlceras nos pés jamais deve tentar fazer a retirada por conta própria, pois isso pode colocar em risco a vida da pessoa com diabetes, além de prejudicar o tratamento.

As úlceras nos pés podem se manifestar em 19% a 34% das pessoas com diabetes, segundo dado divulgado pela Sociedade Brasileira de Diabetes. “A maioria das úlceras neuropáticas se inicia com um calo e pode evoluir para uma amputação. É possível prevenir amputações com um simples corte adequado das unhas e hidratação dos pés”, ensina Anne.

Caminhada de mudanças

O aposentado José Hugo Batista Rodrigues, 73, retomou os cuidados com os pés após avaliação de neuropatia (Foto: Thiago Mendes)

O aposentado José Hugo Rodrigues, 73, convive com diabetes tipo 2 há cerca de 15 anos. Ele conta que andava um pouco “relaxado” com o cuidado com os pés, mas tudo mudou depois da consulta de avaliação de neuropatia. “Os pés carregam a gente para todo canto. E eu estava deixando para lá, não passava creme (hidratante), não tinha cuidado com as unhas. Agora não. Além do cuidado com a diabetes, é preciso ter cuidado com os pés, para no futuro não ter que amputar um dedo”, projeta Hugo.

Entre os cuidados, ele cita a aplicação de creme hidratante duas vezes por dia e a retomada dos exercícios com a bicicleta ergométrica. O aposentado passou a sentir dormência nos dedos, o que acendeu o alerta para o cuidado. Sobre o CIDH, ele ressalta a importância do atendimento multidisciplinar no mesmo espaço, com acesso a médicos especialistas e enfermeiras, além de exames, entre outros serviços. “Aqui a gente tem tudo que a gente precisa”, resume Hugo.

Ambulatório do Pé Diabético

Para casos mais complexos de feridas nos pés de pessoas com diabetes, o CIDH conta com o Ambulatório do Pé Diabético. O serviço é oferecido para pacientes atendidos na rotina do serviço e pacientes encaminhados por outras unidades de saúde. Para quem não tem prontuário aberto, é preciso trazer receita médica que comprove o uso de medicamentos para diabetes ou hipertensão. O atendimento acontece de segunda a sexta, das 7h às 16h.

“O objetivo do serviço é promover uma cicatrização rápida das feridas, prevenção de contaminações e/ou infecções, além de evitar amputações”, explica Graça Lima, gerente do setor de Enfermagem do CIDH. No ambulatório, são realizados procedimentos de cuidados com o pé diabético, como curativos especiais, avaliação clínica da cicatrização e assistência durante o período pós-operatório, em casos de amputações.

Ambulatório de Avaliação de Neuropatia

Onde: Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH). Rua Silva Paulet, 2406, Dionísio Torres, Fortaleza (CE)
Quando: quintas e sextas-feiras
Público: pacientes com prontuário aberto no CIDH mediante marcação no guichê do Núcleo de Atendimento ao Cliente (NAC) ou pelo WhatsApp (85) 3125-9161

Se você tem diabetes, conheça os cuidados necessários com seus pés

CUIDADOS GERAIS
Não ande descalço;
Não deixe os pés de molho. Não use bolsas de água quente e travesseiros térmicos;
Use meias sem costura, brancas ou claras, trocando-as diariamente;
Não se sente de pernas cruzadas;
Higienize e coloque os sapatos ao sol com frequência. Olhe dentro dos sapatos antes de calçar.

LIMPEZA DOS PÉS
Lave os pés com água corrente;
Seque bem entre os dedos com toalha limpa;
Corte unhas em linha reta e não muito curtas. Não retire a cutícula!
Passe hidratante em cima e embaixo dos pés. Nunca entre os dedos.

EXAMINAR DIARIAMENTE
Com ajuda de um espelho, examine a sola e entre os dedos;
Procure por cortes, rachaduras, inchaço ou calor localizado.

ESCOLHA DO SAPATO
Evite sandálias de cabresto;
Use sapatos macios;
Use sapatos com, no máximo, 4 cm de altura e largos.

QUALQUER ALTERAÇÃO, AVISE A EQUIPE DE SAÚDE!
As feridas precisam ser tratadas na hora.
Deixe examinar seus pés a cada visita. Para isso, retire os sapatos e meias.

Fonte: Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), a partir de informações do folder “Cuidado com os Pés”, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).