Projeto de capacitação qualifica 818 profissionais autônomos em 15 municípios cearenses
7 de agosto de 2025 - 15:27 #autônomos #capacitação #Ceará #municípios
Ascom SET - Texto
Em um esforço conjunto para ampliar oportunidades de trabalho e geração de renda e aprimorar a qualidade dos serviços prestados por profissionais autônomos, O Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), em parceria com a Secretaria do Trabalho do Ceará (SET), realizou no período de junho/24 a junho/25 o projeto de capacitação Trabalhador Autônomo.
Com ações em Aracati, Caucaia, Crateús, Eusébio, Fortaleza, Horizonte, Iguatu, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Limoeiro, Pacatuba, Pindoretama, Quixadá, Sobral e Tianguá, a iniciativa capacitou 818 trabalhadores, tenho formado 38 turmas nos cursos de confeiteiro, cozinheiro, costura, cuidador de idosos, eletricista, faxineiro e jardineiro.
Impacto positivo
Entre os concludentes, 471 são do sexo feminino e 344 do sexo masculino. A adesão quase paritária entre os gêneros revela que as capacitações tiveram um impacto positivo entre trabalhadores e trabalhadoras.
Para o presidente do IDT, Raimundo Angelo, investir em capacitação é uma estratégia essencial para o crescimento profissional e pessoal, possibilitando que o trabalhador autônomo não só mantenha sua relevância no mercado, mas também se destaque como um prestador de serviços de confiança e excelência. “O Projeto Trabalhador Autônomo permitiu que trabalhadores de diversas áreas aprimorassem suas habilidades e conhecimentos, tornando-se mais competitivos e aptos a oferecer mais qualidade e segurança em seus respectivos ofícios. Dessa forma, o IDT tem uma grande satisfação de ter oferecido a essas pessoas e suas famílias, mais oportunidades de inclusão produtiva e autonomia financeira”, ressalta.
“Quero pedir ao governo que não desista da gente”
Paloma Lima dos Santos, 31 anos, é uma das centenas de profissionais capacitadas pelo projeto Trabalhador Autônomo. Aluna do curso de corte e costura, ela estava na lista dos cerca de 2 mil funcionários desligados pela Guararapes, por ocasião do encerramento das atividades da fábrica em Fortaleza. Desde então, vem tentando ganhar a vida como autônoma, através da experiência alcançada em quase oito anos de atividade na empresa.
“Hoje em dia eu tô só nas oficinas de confecção, dentro das casas das pessoas. O curso foi muito útil para mim, foi através dele que eu comecei a pegar mais foco pela moda, pela costura, pelo corte, pelo designer, tecido. E também porque eu não aprendi só a parte de corte e costura, teve a parte teórica também, que era como a gente se manter diante de um emprego fixo, ou se a gente for querer abrir um próprio negócio futuramente. E eu tenho um projeto de botar meu próprio negócio, já tenho a máquina que a Guararapes me deu e comprei outra, é uma overloque e uma costura reta. Quero pedir ao governo que não desista da gente, porque tanto o homem quanto a mulher têm a vontade de aprender só o que falta é ajuda mesmo, porque nem todo mundo tem tempo, nem todo mundo tem dinheiro para poder pagar um curso”.
“Só tenho gratidão por esse curso, pelo conhecimento que nós tivemos, pelos professores maravilhosos e pelo investimento do governo”
Com brilho nos olhos ao falar sobre sua profissão, a cuidadora de idosos Eugênia Oliveira, relembra com saudosismo e gratidão os dias de curso, destacando o aprendizado. “Foi um curso de três meses, muito completo, com professores maravilhosos, de um conhecimento extraordinário. O que me deixa mais impactada é a gente poder transmitir para as pessoas o que a gente aprende, como o ser humano tem que ser tratado, isso eu aprendi no módulo de recursos humanos. Foi tudo bom no curso, do início ao fim. Tudo que eu aprendi, eu já tô aplicando no meu trabalho, teve algumas coisas que eu já sabia, mas teve muito mais conhecimento. Eu sobrevivo dessa profissão. Se eu pudesse eu tinha uma casa e botava tudo que era velhinho pra cuidar”.
Qualificação como diferencial competitivo
Com larga experiência na atuação da prestação de serviços autônomos no Ceará, o IDT/Sine esclarece que em um mercado cada vez mais competitivo, a qualificação profissional diferencia o trabalhador, aumentando suas chances de assegurar oportunidades de trabalho. Além disso, profissionais atualizados estão cientes das melhores práticas e novas tendências em suas áreas. Isso não só aumenta a satisfação do cliente, como também melhora a reputação do profissional no mercado, gerando maior confiança e fidelização.
Medidas visam assegurar ocupação e renda
Dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) relativos ao quarto trimestre de 2024, demonstram um percentual de 53,3% no grau de informalidade da população. De janeiro a março deste ano, segundo a PNADc, o Ceará registra 996 mil trabalhadores autônomos, sendo que destes, apenas 136 mil possuem CNPJ.
Atento a esses indicadores, o Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Trabalho (SET), e do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT/Sine), vem buscando alternativas para garantir ocupação e geração de renda para essa categoria profissional que, com a sua força individual de trabalho, investe por contra própria no mercado.
Para o secretário do Trabalho, Vladyson Viana, é importante assegurar condições de desenvolvimento e autonomia financeira para todos os trabalhadores, seja através da criação de empregos formais, ou no apoio ao empreendedorismo por meio das iniciativas individuais ou de grupos. “É importante assegurar condições de desenvolvimento para todos os cidadãos, nesse sentido, o Governo do Ceará tem buscado ampliar medidas que promovam a inclusão produtiva da população. Para o segmento autônomo, além dos programas de capacitação, temos alcançado bons resultados com a política de concessão de microcrédito, criação de plataformas digitais que conectem trabalhadores a clientes, garantindo mais visibilidade e oportunidades e a criação, no IDT, de uma gerência específica para desenvolver a área, aumentando a capilaridade das ofertas”, reforça Viana.