Instituto de Prevenção do Câncer recebe tecnologia inovadora para detecção precoce de câncer de colo do útero no Ceará

18 de agosto de 2025 - 12:07 # # # # # #

Ascom IPC - Texto
Thiago Andrade - Foto

Visita de comitiva do Ministério da Saúde e da Secretária da Saúde do Ceará (Sesa) marcou o lançamento do novo modelo de rastreamento do câncer do colo do útero por teste de DNA-HPV no Ceará

O Instituto de Prevenção do Câncer (IPC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), recebeu, na manhã da última sexta-feira (15), a comitiva do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) para visita que marcou o lançamento nacional do novo modelo de rastreamento do câncer do colo do útero por teste de DNA-HPV no Estado.

Representando o ministro da Saúde, o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, esteve no IPC e enfatizou a importância da iniciativa: “É um método moderno, que representa um avanço para o rastreamento organizado do câncer de colo do útero no Ceará e em todo Brasil. É o SUS reafirmando o compromisso da saúde com a eficiência, por meio do Programa Agora tem Especialistas e suas diretrizes, para cuidar de cada uma e de cada um do Ceará”, afirmou.

Para a secretária da saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, a estratégia é mais um importante passo na construção coletiva de uma saúde de qualidade no Ceará: “São parcerias muito importantes, como essa do Governo Federal com o nosso Estado e com a Prefeitura de Fortaleza, que trazem transformações e melhorias duradouras para a população. A saúde do Ceará tem recebido fortes investimentos e o lançamento de hoje é mais uma demonstração do fortalecimento da nossa política do SUS e do quanto a ciência salva vidas”, destacou a secretária.

Outros 10 estados e também o Distrito Federal receberam representantes do Ministério da Saúde para o lançamento da iniciativa. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública de todo o território nacional.

Público alvo

O público-alvo do rastreamento organizado são as mulheres cisgênero, incluindo homens transgênero, indivíduos não binários, de gênero fluido e intersexuais nascidos com sistema reprodutivo feminino. “O câncer de colo do útero é uma doença totalmente evitável, mas temos anualmente no Brasil cerca de 6 mil vidas que se perdem, porque, infelizmente, descobrem tardiamente a doença. Queremos mudar essa realidade. O novo teste é um produto do Sistema Único de Saúde que por muito tempo foi caro, mas agora, com a tecnologia nacional, temos condições de ofertar para todas as mulheres brasileiras”, explicou a diretora da Secretaria de Atenção Especializada (Saes) do Ministério da Saúde, Regina Vianna Brizolara.

A secretária adjunta da Saúde de Fortaleza, Aline Gouveia, também enfatizou a importância da parceria federal e da vacina contra o HPV: “o novo modelo de rastreamento, aliado à vacinação, configura um investimento precioso e necessário para a erradicação do câncer do colo útero”.

O HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, terceiro tipo mais incidente em mulheres, com 17.010 casos novos estimados por ano, no triênio 2023-2025. Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta 15 casos da doença a cada grupo de 100 mil mulheres. “O Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPC) tem, desde o seu início, a vocação para o cuidado da saúde da mulher, com a prevenção do câncer ginecológico. O novo teste vem a incrementar a concretização deste compromisso, salvando ainda mais vidas no Ceará”, destacou a diretora-geral da unidade de saúde, Christina Benevides.

Medida do Programa Agora Tem Especialistas, novo teste será implementado em 11 estados e Distrito Federal. No Ceará, o teste beneficia, inicialmente, mulheres de Fortaleza

Agora Tem Especialistas

Uma das estratégias do Programa Agora Tem Especialistas, programa federal que reduz o tempo máxima de espera por diagnóstico em especialidades de grande demanda (oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia), o teste de biologia molecular DNA-HPV detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV) e beneficia também mulheres assintomáticas, pois identifica a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais.

Com tecnologia inovadora e 100% nacional, o novo modelo de rastreamento será implementado de forma gradativa e substituirá o exame citopatológico Papanicolau, que passará a ser realizado apenas para confirmação de casos em que o teste DNA-HPV der positivo.

Além de conferir maior sensibilidade diagnóstica, o teste DNA-HPV reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, com intervalos maiores entre as coletas quando o resultado der negativo. Outra vantagem é o rastreamento equitativo e de alta performance, que alcança mulheres em áreas remotas ou com menor oferta de serviços.

A implementação começa por um município em cada estado, sendo ampliada conforme a finalização da troca do método. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública de todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos por ano.