Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Regional do Sertão Central auxilia bebês prematuros durante amamentação

22 de agosto de 2025 - 12:25 # # # # #

José Avelino Neto - Ascom HRSC - Texto e foto

Fonoaudilogia auxilia bebês prematuros que precisam aprender a sugar, deglutir e respirar durante amamentação

O nascimento de uma criança antes do período ideal pode trazer complicações para o bebê. Entre elas, disfunções orais. “Alguns recém-nascidos nascem com disfunções orais que causam alterações que dificulta a pega, a sucção e a deglutição”, explica Nádia Suellen, fonoaudióloga do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Os fonoaudiólogos são os profissionais que atuam junto a esses bebês para reverter esse quadro.

O trabalho realizado pela categoria na neonatologia é importante para que a criança consiga sugar ao mamar, engolir e respirar corretamente. Algo que o bebê ainda não sabe, mas precisa aprender. Além da prática com os recém-nascidos para fortalecer a alimentação, os fonoaudiólogos, além de proporcionarem autonomia para se alimentar com segurança, ainda auxiliam no fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.

O aprendizado da amamentação

A diarista Mariana Lima Alves, 37, amamentou os outros quatro filhos. Entre eles, a pequena Ariela que nasceu com apenas 34 semanas no HRSC. Prematura, ela foi uma das crianças que aprendeu a mamar. No início, a alimentação acontecia por meio de uma sonda, mas, atualmente, já consegue sugar o leite materno. “Na primeira vez que ela pegou no peito foi uma felicidade tão grande que eu tive vontade de chorar”, afirma Mariana.

 Amamentação promove fortalecimento de vínculos entre mãe e filho e precisa ser estimulada

Para conseguir mamar, Ariela contou com o acompanhamento da equipe de fonoaudiólogos do HRSC. “Esses bebês precisam ter coordenação entre os blocos de sucções, que é sulgar, engolir e respirar ao mesmo tempo. Como são prematuros, eles não conseguem e precisam ser ensinados”, completa Nádia Suellen.

Antes de engolir o leite, os bebês precisam adquirir resistência para deglutir a própria saliva enquanto respiram adequadamente. Essas etapas são trabalhadas por meio de treinos, como o de motricidade orofacial e a sucção não nutritiva. Paralelamente, as equipes estimulam o vínculo afetivo. “A gente trabalha a parte emocional das mães, explicando que o bebê precisa dela e colocando em prática o método canguru”, acrescenta a fonoaudióloga.

Enquanto o processo não é concluído, a alimentação é feita por sonda, retirada somente quando o bebê consegue mamar sem riscos. É nesse momento que a atuação dos fonoaudiólogos, em conjunto com fisioterapeutas, médicos e enfermeiros, se completa. “Quando a gente tem um bebê que passou muitos dias entubado e consegue fazer o desmame da sonda, para nós é o ápice”, afirma Nádia.

Mariana hoje vê a filha Ariela mamando e reconhece que o gesto vai além da nutrição. “Dar de mamar a um filho não é só dar alimento, é dar amor também. É bom segurar o filho no braço e poder ajudar e proteger”, diz.