Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara fortalece humanização no cuidado ao pacientes da UTI com auxílio da Psicologia
27 de agosto de 2025 - 12:03 #HGWA #Humanização #psicologia #saúde #Sesa #UTI
Ascom Sesa - texto e fotos
Psicologia proporciona escuta e segurança ao paciente internado na UTI
A internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) costuma ser um momento de grande fragilidade para pacientes e familiares. O afastamento dos familiares, somado à gravidade do quadro clínico, muitas vezes potencializa sentimentos de insegurança e solidão. Nesse cenário, iniciativas de humanização tornam-se fundamentais para auxiliar na recuperação. No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a psicologia desempenha papel estratégico nesse processo, atuando de forma integrada com a equipe multiprofissional.
A psicóloga Lorenna Freitas, que atua na UTI Adulto do hospital, explica que a internação em terapia intensiva pode desencadear sintomas de ansiedade, depressão e até mesmo estresse pós-traumático. “A psicologia parte de uma escuta sensível e técnica para lidar com as demandas emocionais do paciente e da família, ofertando um espaço de acolhimento e suporte psicológico, em busca de auxiliar o enfrentamento da internação na UTI”, explica.
As demandas emocionais mais frequentes envolvem medo da intubação e de outros procedimentos invasivos, saudade da família, receio da morte e dificuldades relacionadas a cuidados paliativos. Para minimizar esses sofrimentos, a psicologia atua não apenas com o paciente, mas também como elo entre familiares e equipe de saúde, ajudando a alinhar expectativas, reduzir ruídos de comunicação e ampliar a compreensão sobre o tratamento. Essa atuação multiprofissional garante uma visão integral do paciente, que passa a ser visto para além de sua condição clínica.
Iniciativas
Preenchimento do prontuário afetiva ajuda equipe a compreender personalidade do paciente e, consequentemente, promover afeto
O hospital já conta com iniciativas consolidadas de humanização na UTI Adulto, como a visita estendida, que permite maior tempo de contato entre paciente e familiares; a visita de crianças, reconhecendo a importância dos vínculos familiares mais próximos; e as chamadas de vídeo, que aproximam pacientes de parentes que vivem em outros municípios ou que não conseguem visitar com frequência. Para a psicóloga Lorenna, esses gestos, ainda que simples, têm impacto profundo.
“Também temos o prontuário afetivo como forma de resgatar a subjetividade da pessoa que está internada para além do adoecimento. São ações que reduzem o sofrimento e fortalecem os vínculos afetivos em um momento tão difícil”, afirma.
Para o coordenador médico da UTI Adulto do HGWA, Denison Couto, a psicologia é peça-chave na construção de um ambiente mais humano dentro da terapia intensiva. “A humanização é um projeto estratégico. A própria natureza do cuidado ao paciente crítico tende a tornar o ambiente impessoal, e a tentativa de mudança nesse contexto é fundamental para criar um espaço mais humano e acolhedor. A psicologia tem um papel extremamente importante nesse cuidado”, destaca.
O médico ressalta ainda a relevância da participação da família, sobretudo com a visita estendida, que segundo ele contribui para reduzir a desorientação e a agitação do paciente, melhora o ambiente de trabalho para a equipe e aumenta a satisfação dos usuários. “Percebemos uma melhoria na tranquilidade do paciente, são múltiplos ganhos. Muitas vezes o paciente chega crítico, em um ambiente em que não conhece ninguém, e tudo que for feito para aproximar o ambiente hospitalar do ambiente domiciliar acaba favorecendo o resultado final do tratamento”, conclui.