Hospital Universitário do Ceará: a esperança como motor para dias melhores
1 de setembro de 2025 - 08:54 #Esperança #HUC #Humanização #Rede Sesa
João Pedro Guedes - Ascom Casa Civil - texto
Hiane Braun - Casa Civil - fotos
Inaugurado em março deste ano, a unidade da Rede Sesa, localizada em Fortaleza, já realizou mais de 27 mil atendimentos
Francisco Carlos da Silva, de 71 anos, o Carlos Careca, é figura conhecida pelas ruas do bairro Pirambu, em Fortaleza. Hoje aposentado, o simpático senhor já fez de tudo um pouco na vida: foi cantor, compositor, metalúrgico e até líder comunitário. Contudo, recentemente, Seu Carlos precisou encarar um novo desafio: um câncer no estômago. “Quando fui diagnosticado com o câncer, fui transferido para o Hospital Universitário do Ceará (HUC). Recebi um atendimento de primeira, não tenho do que reclamar. Foi uma verdadeira benção de Deus em minha vida. Descobri que a esperança é o maior sentimento do ser humano e que sem ela ninguém vive”, conta.
Após o diagnóstico, Seu Carlos passou por cirurgia no HUC para retirada do tumor. Daí para frente, o paciente criou uma relação de respeito, parceria e admiração por dois profissionais da unidade de saúde, o médico Isaac Avelino e a fisioterapeuta Emanuela Marques. “Após a cirurgia, tive uma complicação nas primeiras horas e fui para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Quando estive lá, criei uma proximidade muito grande com a fisioterapeuta, doutora Emanuela. Ela sempre me deu muita tranquilidade e me auxiliou com as caminhadas”, relembra. “O doutor Isaac também vinha falar comigo, perguntava como eu estava, como estava o tratamento. Esse cuidado foi muito importante para mim”, completa, de forma emocionada.
Mesmo sabendo que a luta apenas começou, o sempre sorridente senhor encara o desafio de cabeça erguida, como outros em sua vida. Para ele, o fato de todo o acompanhamento pré e pós-cirúrgico acontecer no HUC, além da sequência do tratamento, é algo animador. “Eu não teria recurso para me recuperar dessa doença. Então, o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) e de seus profissionais é de uma importância muito grande. Agradeço bastante pelos dias que fiquei internado aqui e também fico feliz que ficarei sendo acompanhado no HUC”, afirma.
Reconhecimento e satisfação
Desde cedo, a vida do médico Isaac Avelino, 36, foi repleta de adversidades. De família humilde, o profissional precisou batalhar bastante para alcançar os seus objetivos. De batalhar por uma vaga no Colégio Militar de Fortaleza a passar por algumas ocupações ainda jovem, além de duas tentativas de curso superior em outras áreas, foi na saúde, por meio da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR), onde Isaac achou morada. “Todo esse processo me deu maturidade para que eu pudesse chegar onde cheguei. Nos outros cursos nunca me senti realizado. A Medicina me proporciona isso”, disse.
O médico explica que, ao se deparar com o caso de Seu Carlos, achou o cenário complexo, mas lembra que o paciente sempre se mostrou positivo, colaborativo e alegre, elevando o clima da sala. “Ele transparecia sempre muita calma, na medida do possível sempre nos recebendo com um sorriso no rosto. Ao ponto que a internação prosseguia, o mesmo se enchia de esperança de que todo o tratamento daria certo”, comenta.
“Ser lembrado pelo Seu Carlos como um profissional de confiança e ser citado por ele é de uma satisfação e alegria indescritível. É o reconhecimento de um trabalho, que busco sempre realizar com toda a dedicação e zelo. A relação médico-paciente bem estabelecida, pautada na confiança, comunicação e empatia, impacta diretamente a recuperação do paciente, promovendo maior adesão ao tratamento, precisão diagnóstica e desfechos terapêuticos mais eficazes”, complementa Isaac Avelino, médico do HUC desde a inauguração da unidade de saúde e atualmente coordenador dos prescritores.
Cuidar das pessoas
Empresária do ramo de jeans por anos, Emanuela Marques, 38, teve uma epifania aos 30: decidiu ingressar em um curso superior. A profissional conta que persistiu apesar da idade, considerada avançada por muitos para iniciar uma faculdade, além de certa desconfiança de outras pessoas. “Sempre gostei de cuidar das pessoas, daí a escolha para cursar Fisioterapia. Foi uma decisão arriscada, pois eu era bem estabelecida no meu antigo ramo, vendia para todo o Brasil, mas com toda certeza foi um acerto. Consegui o primeiro lugar da minha turma e posteriormente na minha residência”, pontua.
O primeiro contato de Emanuela com Seu Carlos foi no pós-cirúrgico do paciente, nas primeiras 48 horas, quando ele precisou de auxílio em caráter de urgência por conta de um edema pulmonar que evoluiu para um quadro de insuficiência respiratória. “Ele ficou cerca de 10 dias na UTI e nas primeiras horas, por conta do edema, precisou de muita ajuda. Fiquei ao lado dele, estimulando, auxiliando para que todo o líquido saísse do pulmão e aliviasse a situação. A sensação era de afogamento. Depois, ele precisou de uma máscara de ventilação não invasiva, o que felizmente acelerou o processo”, relembra.
Dentro do período de cerca de 60 dias de internação de Seu Carlos, a proximidade entre o paciente e Emanuela foi crescendo com a rotina de exercícios para favorecer a mobilidade do aposentado, facilitando movimentos básicos como ficar de pé e sentar. Era também por meio do celular da fisioterapeuta que os momentos ficavam mais leves, com a trilha sonora sendo escolhida pelo simpático senhor, um verdadeiro fã musical. “Ter escutado esse relato positivo do Seu Carlos é algo revigorante. Tem dias que estamos cansados, mas ao olhar para o paciente você pensa ‘ele só tem você’. Esse tipo de reconhecimento faz sumir qualquer cansaço, qualquer insatisfação. É como se tudo fizesse sentido”, ressalta.
Atendimento humanizado
Desde sua inauguração até o fim deste mês de agosto, o HUC já superou 27 mil atendimentos, entre ambulatoriais; entradas de internação; entradas/ transferências de emergência e procedimentos cirúrgicos.
“No HUC, as equipes são orientadas para que a humanização esteja presente em todos os momentos, integrada à técnica e à qualidade do atendimento. Esse cuidado acompanha o paciente em toda a sua jornada, desde o acolhimento na chegada à unidade até a alta hospitalar. Acreditamos que, quando o paciente é bem acolhido e informado sobre o seu tratamento, o mesmo se sente mais seguro e confiante na equipe. O atendimento humanizado vai além do tratamento da doença: é a oportunidade de enxergar cada indivíduo em sua totalidade, respeitando suas particularidades e necessidades”, destacou Wlademir Roriz, diretor de Gestão do Cuidado do HUC.