Seplag-CE integra debate sobre FNE 2026, estimado em R$ 52,6 bilhões

4 de setembro de 2025 - 11:13 # # # #

Ascom Seplag - texto e fotos

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) deverá ter R$ 52,6 bilhões para investimentos em 2026, um incremento de 11,1% em relação a 2025. A projeção foi apresentada pelo Banco do Nordeste (BNB) nesta quarta-feira (3), durante evento realizado em sua sede, em Fortaleza (CE). O titular da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE), secretário Alexandre Cialdini, representou o governador Elmano de Freitas na abertura institucional do processo de elaboração da Programação FNE 2026. O encontro também contou com a presença de representantes de outros estados nordestinos, do Consórcio Nordeste, da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDic).

A proposta de aplicação dos recursos do FNE é conduzida pelo BNB, seguindo as deliberações do Conselho Deliberativo da Sudene, em consonância com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDL). Neste ano, os debates em torno da programação do FNE foram associados às perspectivas da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada pelo governo federal em 2024. “É essencial reafirmar o alinhamento do FNE com as atividades geradoras de emprego e renda e com a Nova Indústria Brasil, prestigiada nas aplicações desde o seu lançamento”, destacou o presidente do BNB, Paulo Câmara, em vídeo exibido no início do encontro, uma vez que ele cumpria agenda em Brasília.

Na oportunidade, o dirigente lembrou que o FNE cumpre duas missões fundamentais: ser fonte permanente de financiamento para investimentos produtivos e atuar como contrapartida estratégica para alavancar novos recursos em prol do desenvolvimento da região Nordeste. “Fazer o FNE cada vez melhor é uma das diretrizes estratégicas do Banco do Nordeste, consolidando o Fundo como instrumento de desenvolvimento com justiça social para a nossa região”, concluiu Paulo Câmara.

Planejamento

A programação anual do FNE, que estabelece a distribuição prevista de recursos por estados, setores e segmentos econômicos, é construída a partir de um processo participativo realizado em cada estado da área de atuação da Sudene.

Para o secretário Alexandre Cialdini, o momento é importante para a realização de um planejamento alinhado com os atuais desafios macroeconômicos. “Planejar é pensar antes de agir sistematicamente e com método. Nesse processo, devemos considerar desafios como as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. É importante considerar as oportunidades das cadeias produtivas que estão dadas nos mercados internacionais diante desse desafio. Acho que temos expertise para isso”, disse.

O titular da Seplag-CE ressaltou ainda a relevância da integração entre os diferentes níveis de governo – federal, estadual e municipal – para o alcance do desenvolvimento socioeconômico sustentável. “O Ceará, protagonizado pelo governador Elmano de Freitas, tem desenvolvido um programa chamado Ceará Um Só, no qual estamos trabalhando com os 184 municípios divididos em 14 regiões de planejamento. Que a gente possa fazer o Nordeste Um Só. Dentro desse processo de integração, precisamos trazer os municípios nordestinos e organizar as estruturas dos arranjos produtivos locais. Louvo essa iniciativa do banco de aperfeiçoarmos o planejamento participativo para que possamos aprimorar essas fronteiras de possibilidades de produção, olhando também para a reforma tributária”, afirmou Cialdini.

Recursos e integração

O secretário de Desenvolvimento do Piauí, Washington Bonfim, representando o governador Rafael Fonteles e o Consórcio Nordeste, lembrou a importância da aplicação de recursos do FNE para o desenvolvimento da região.

O diretor de Planejamento do Banco do Nordeste, Aldemir Freire, enalteceu a construção participativa da programação do FNE para atender às demandas da região. “É um momento bastante importante para o Banco, pois, a partir de agora, a gente começa um diálogo com os estados, a sociedade civil e os segmentos econômicos para definir a aplicação dos recursos. A participação da Seplag-CE é relevante, pois ela será uma das nossas parceiras na discussão sobre como será a aplicação dos recursos do FNE no Ceará, os setores prioritários e os segmentos que precisam de mais crédito. Então, a participação do Governo no Ceará nessa discussão ajuda o BNB a alocar melhor seus recursos”, declarou.

Principais números do FNE

Durante o evento, o superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do BNB, Irenaldo Soares, destacou que, desde 2023, o FNE já aplicou R$ 118 bilhões, sendo R$ 11,2 bilhões para a indústria, R$ 19,3 bilhões para o Agroamigo, R$ 6,2 bilhões para a inovação e R$ 15,4 bilhões para as energias renováveis.

“Importante destacar que 100% dos municípios que compõem a área de atuação da Sudene foram contemplados com os recursos do FNE. Outro dado importante é que 87% dos recursos foram direcionados para municípios de baixa e média renda”, afirmou.

Nova Indústria Brasil

O encontro contou ainda com a participação do secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDic, Uallace Moreira, que apresentou a Nova Indústria Brasil (NIB), destacando que ela está articulada com outros programas, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica.

Na oportunidade, ele enfatizou que não se trata apenas de pensar a indústria, mas de gerar mais qualidade de vida para os cidadãos e de fortalecer a soberania nacional. “O objetivo não é a indústria em si, mas atender às demandas da sociedade. Precisamos, por exemplo, do setor da saúde fortalecido. É um setor que gera emprego, renda, contribui para o desenvolvimento econômico, protege a vida das pessoas e gera soberania. Não podemos pensar em desenvolvimento econômico sem indústria. A NIB retoma essa perspectiva inovadora de promover o desenvolvimento econômico em que a indústria assume esse protagonismo”, disse.

Ao final, o secretário nto e Gestão do Ceará, Alexandre Cialdini, destacou a relevância do programa. “A NIB é uma grande iniciativa do presidente Lula, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. É fundamental ressignificar a política industrial, que esteve abandonada por tanto tempo. Felizmente, esse esforço está sendo retomado”, disse.