HGWA fortalece vínculos e assegura direitos dos pacientes por meio de Serviço Social
18 de setembro de 2025 - 17:02 #Direitos #Fortalecimento de vículos #HGWA #Pacientes #serviço social
Bruno Brandão - Ascom HGWA - Texto e fotos
Durante os estudos de caso, a equipe avalia os casos mais críticos e planejam ações de auxílio
Com a missão de promover o bem-estar social, a justiça e a inclusão, o Serviço Social é parte essencial do cuidado em saúde. No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), esse serviço atua como ponte entre o cuidado clínico e a garantia de direitos, articulando rede socioassistencial, fortalecendo vínculos familiares e assegurando direitos sociais do paciente, seja na internação, na alta ou até em situações de óbito.
Segundo Michel Barbosa, coordenador do Serviço Social do HGWA, uma das estratégias fundamentais é o encontro semanal de estudo de caso, cuja finalidade é de discutir os casos sociais mais complexos com toda a equipe de assistentes sociais, dando um olhar de totalidade. “O objetivo é sempre buscar a melhor resolução, garantindo uma alta segura para o paciente. A cada semana, um caso de uma clínica diferente é escolhido, sempre que houver alguma pendência social que possa comprometer a continuidade do cuidado. Nessas reuniões, são definidos encaminhamentos, novas articulações e possíveis parcerias com órgãos da rede socioassistencial”, explica.
A atuação do Serviço Social também se reflete no apoio a pacientes. Foi o caso de Edmar Soares, pescador de 58 anos. A equipe viabilizou benefícios previdenciários, insumos e curatela (nomeação judicial de um curador que assume o dever de cuidar dos interesses do curatelado, quando ele tem incapacidade transitória ou permanente). Também foi facilitada a presença da esposa durante a internação, articulando com o município de origem o transporte diário. “Achei muito bom. Eles estão me ajudando muito. Eu tenho ido atrás de benefícios, com a ajuda dos meus filhos, que não sabiam que ele tinha direito e isso vai nos ajudar demais”, relata Irelda Silva, esposa do paciente.
Dona Irelda, que acompanha o esposo internado, recebe as orientações da assistente social
Entre os desafios enfrentados pelo Serviço Social estão os casos de pacientes em situação de rua. Nesses cenários, a equipe busca inicialmente localizar familiares e restabelecer vínculos. Além disso, em situações que envolvem pacientes de outros estados, a equipe atua na articulação com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e o Ministério Público para viabilizar transporte, permitindo o retorno seguro ao convívio familiar, quando possível, e até abrigos.
Outro aspecto importante é o atendimento a pacientes sem documentação civil. O Serviço Social aciona o Caminhão do Cidadão, que realiza o processo de emissão de documentos ainda durante a internação. Quando necessário, são mobilizados órgãos como a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), unidades de saúde ou escolas para localizar familiares e garantir que o paciente não permaneça invisível perante a rede.
Articulação constante
Para a assistente social Juliana Araújo, o trabalho no hospital exige uma articulação constante com diferentes políticas públicas. “Nosso contato é com toda a rede. Trabalhamos na política de saúde, mas dialogamos também com previdência, habitação e assistência social. Nosso papel é garantir que o paciente não saia daqui invisível. Seja para acessar um benefício, resgatar a convivência familiar ou conseguir uma documentação, estamos presentes em todas as fases: da internação à alta, ou mesmo no pós-óbito, quando é preciso assegurar direitos aos dependentes”, ressalta.
Juliana recorda o caso de uma idosa internada após um AVC, sem nenhum documento civil e sem vínculos formais de trabalho. A articulação entre o hospital, o Ministério Público e a rede de acolhimento institucional garantiu os cuidados necessários após a alta. Outro caso foi o de uma paciente vítima de violência doméstica, que, mesmo sem cumprir o tempo mínimo de contribuição, conseguiu acessar benefício previdenciário graças à flexibilização prevista na legislação, um direito garantido após a intervenção do Serviço Social junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).