HGCC intensifica projeto Coala e reforça compromisso com a qualidade da atenção neonatal
26 de setembro de 2025 - 11:08 #atenção neonatal #Coala #HGCC #Rede Sesa
Wescley Jorge - Ascom HGCC - texto
Thiago Freitas - HGCC - fotos
A equipe multiprofissional fica atenta no controle de oxigênio para os bebês prematuros
A plaquinha na incubadora pode ser apenas um detalhe em meio à alta tecnologia em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. O significado dela, porém, e sua representação no cuidado aos recém-nascidos é de extrema importância para prematuros em oxigenoterapia. A sinalização afixada no alto do equipamento pela equipe do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), faz parte do projeto Coala – Controlando o Oxigênio Alvo Ativamente, implementado na unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
A medida intensifica a atenção e reforça o compromisso com a qualidade e a segurança da assistência neonatal. Essa ação faz parte do Qualineo, estratégia do Ministério da Saúde voltada à redução da mortalidade neonatal, que ainda representa a maior parcela dos óbitos infantis no Brasil.
O controle da oxigenoterapia é parte da rotina na unidade. O Coala amplia e acentua essa prática. O objetivo garante que os bebês, especialmente os prematuros menores de 37 semanas, recebam a quantidade adequada de oxigênio. Esse cuidado evita complicações sérias, como a retinopatia da prematuridade, que pode evoluir para a cegueira, e a displasia broncopulmonar, doença crônica que compromete a função pulmonar.
A implementação acontece por meio de uma ação integrada da equipe multiprofissional. Quando um prematuro, no perfil indicado, precisa de oxigênio suplementar, uma placa é fixada no monitor para lembrar a faixa segura de saturação. Técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos acompanham continuamente os sinais vitais. Caso o bebê apresente saturação entre 91% e 95%, os profissionais realizam ajustes, aumentando ou reduzindo a oferta de oxigênio, evitando complicações.
A plaquinha do Projeto Coala sinaliza que o bebê está em oxigenoterapia
Para a médica neonatologista Ana Nery, o projeto representa mais atenção. “O oxigênio salva vidas, mas em excesso pode trazer consequências graves. O Coala confirma o que já fazemos no hospital. O profissional vê a plaquinha identificando que aquele bebê é parte do projeto e, a partir daí, todos ficam atentos para que a saturação não ultrapasse o limite seguro. Conseguimos reduzir riscos e oferecer um cuidado ainda mais qualificado aos nossos pacientes”, afirma.
O trabalho envolve a participação de todas as categorias profissionais. O técnico de enfermagem notifica a equipe ao perceber alterações; enfermeiros, fisioterapeutas e médicos fazem os ajustes necessários. “O Coala é uma ferramenta de sensibilização, que reforça a responsabilidade coletiva. Cada profissional que olha para o monitor sabe que precisa atuar em conjunto para manter a segurança do bebê”, acrescenta Ana Nery.
A equipe multiprofissional está envolvida em todo o processo de monitorização
A dona de casa Aline Ramos, 26 anos, viveu uma gestação marcada por complicações. No início da gravidez, apresentou sangramento. Ela também contraiu uma bactéria, o que a levou a dar entrada na emergência do HGCC. Foram duas semanas de internação até que, no dia 11 de setembro, o pequeno João Bernardo decidiu chegar antes da hora, com apenas 25 semanas de gestação. Desde o nascimento, ele está internado na UTI Neonatal, onde é acompanhado pelo Projeto Coala.
Para Aline, participação do filho no projeto representa mais segurança no cuidado. “Eu fico mais tranquila porque os profissionais ficam mais atentos, já que ele é muito prematuro e precisa de oxigenação perfeita. Dia desses, ele tomou o leitinho, a última dieta, e eu ia para casa bem tranquila, só que começou a apitar. As profissionais logo ficaram atentas. Quando percebi, já tinha médicos, enfermeiros e técnicos todos em volta dele. Foi então que notei o adesivo”, relata.
Nos monitores dos bebê prematuros, as plaquinhas do projeto reforçam a atenção da equipe
O projeto também fortalece o elo entre ensino e serviço. O HGCC, referência em atenção neonatal, é campo de formação de residentes multiprofissionais que participam ativamente da execução e avaliação do Coala. Auditorias regulares verificam se os bebês elegíveis estão identificados com a plaquinha e dentro da faixa de saturação recomendada.
Mariana Monte, residente de enfermagem neonatal, destaca que esse acompanhamento tem valor acadêmico e prático. “O Coala é um exemplo de como a integração entre assistência e ensino pode gerar benefícios concretos. Estamos coletando dados que vão mostrar o impacto real da efetivação do projeto na prevenção de complicações. O trabalho com os prematuros nos ensina muito, e poder transformar esse aprendizado em resultados é uma grande motivação.”
Com a efetivação do projeto Coala, o HGCC reafirma seu papel de referência em neonatologia no Ceará, unindo experiência assistencial, atualização científica e formação profissional. A iniciativa contribui para salvar vidas, reduzir riscos e preparar novas gerações de profissionais de saúde comprometidos com a segurança e a qualidade do cuidado.