Combate ao racismo: denúncias crescem 13% no primeiro semestre no Ceará
29 de setembro de 2025 - 11:51 #Decrin #denúncias #igualdade racial #racismo
Eliezio Jeffry - Ascom Casa Civil - Texto
Carlos Gibaja - Casa Civil - Foto
Mais encorajados, cearenses recorrem aos canais oficiais para registrar os casos de discriminação de raça ou cor
Os cearenses estão cada vez mais encorajados a romper o silêncio e denunciar os casos de racismo. No primeiro semestre de 2025, o número de registros cresceu mais de 13% em todo o estado. Foram 182 ocorrências de janeiro a junho, ante 161 no mesmo período do ano anterior. Os dados são da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp).
Nesse intervalo, abril foi o mês com maior número de registros, somando 46 casos de crimes ou atos de preconceito de raça ou cor. A denúncia tem se consolidado como uma ferramenta essencial e reflete o avanço das ações afirmativas e de conscientização sobre o tema. Nesse contexto, a criação da Secretaria da Igualdade Racial (Seir) representa um marco nesse processo, ao fortalecer os canais de enfrentamento, oferecer orientação e ampliar o debate público sobre o racismo.
De acordo com Zelma Madeira, a sociedade precisa compreender que “racismo não é brincadeira pesada, é crime”. A gestora acrescenta que a interiorização da política de equidade racial é uma ferramenta importante no enfrentamento dessas violações.
“Atuamos de forma transversal para que todos os 184 municípios cearenses tenham consciência de que o racismo é crime. Seja por meio de formações, de projetos como o Município Sem Racismo ou de ações afirmativas, nosso objetivo é fazer com que mais pessoas saibam identificar e registrar esses crimes, para que sejam punidos conforme determina a legislação”, afirma.
Criação da Decrim
A Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), representa um marco no combate aos crimes de intolerância. Inaugurada em 15 de fevereiro de 2023, a unidade atua no município de Fortaleza, no bairro Papicu – Área Integrada de Segurança 10 (AIS 10). Caso se sintam discriminadas em razão de sua raça/cor, religião ou orientação sexual, as vítimas são orientadas a realizar o registro das ocorrências presencialmente, na sede da delegacia, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.