Sesa reúne gestores municipais para fortalecer ações de vigilância relacionadas à intoxicação por metanol

7 de outubro de 2025 - 16:50 #

Jessika Sampaio - Ascom Sesa - Texto
Fátima Holanda - Fotos

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) participou, nesta terça-feira (7), de uma reunião com gestores municipais que fazem parte do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE). Esse é o segundo encontro organizado pela Sesa. O primeiro aconteceu na última sexta (3) e reuniu gestores de órgãos de controle. As sessões tiveram como objetivo esclarecer os fluxos de notificação, coleta de amostras e atendimento assistencial relacionados às suspeitas de intoxicação por metanol no Estado.

Nesta terça (7), não há casos confirmados no Ceará – Foto do primeiro encontro

De acordo com o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antônio Silva Lima Neto (Tanta), o momento é de articulação interinstitucional e fortalecimento da resposta rápida do sistema de saúde. “Desde o início das notificações, a Sesa atua em rede com órgãos como a perícia forense e o Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde. Não estamos diante de um problema exclusivamente do campo da saúde. É uma situação que exige cooperação entre várias instituições para garantir monitoramento, vigilância, diagnóstico e tratamento adequados”, destaca o gestor.

Monitoramento e fluxo de vigilância

A Sesa acompanha de forma contínua os casos suspeitos de intoxicação por metanol no Estado.

Até o momento, foram seis notificações. Quatro casos já foram excluídos após investigação laboratorial, incluindo um óbito. Dois seguem em análise, sem indícios fortes de correlação com metanol. “Hoje, não há casos confirmados no Ceará, mas seguimos vigilantes e articulados com os municípios e órgãos federais”, informa Tanta.

Segundo o gestor, o papel da Sesa envolve monitoramento clínico-epidemiológico dos casos, comunicação com as vigilâncias municipais, definição do fluxo de atendimento e envio de amostras para análise pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), vinculada à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). “É essencial que cada caso suspeito seja notificado e que o material coletado siga o protocolo correto, com registro de boletim de ocorrência, garantindo a rastreabilidade e a validação laboratorial”, reforça.

Atendimento e uso de antídotos

Os serviços de saúde da rede estadual, especialmente as UPAs e unidades hospitalares de referência, foram orientados quanto ao manejo clínico e à condução dos casos suspeitos. A remoção de pacientes com sintomas graves deve ser feita por meio do Samu 192 Ceará ou Samu Fortaleza, conforme o protocolo estabelecido.

Sobre o tratamento, o secretário explica que o Estado já possui o antídoto específico contra intoxicação por metanol e que ele é distribuído pelo Ministério da Saúde aos estados. “O Ceará já recebeu uma primeira remessa e temos doses disponíveis para uso hospitalar, caso seja necessário. A reposição ocorre sob demanda, de acordo com a evolução do cenário epidemiológico”, afirma Tanta.

Sintomas e orientações à população

O caso é considerado suspeito quando um paciente que ingeriu bebida alcoólica apresenta embriaguez persistente e desconforto gástrico (dor de barriga, náuseas ou vômitos) somados a forte dor de cabeça, confusão mental e alteração visual. Ao perceber piora ou persistência de um desses sinais, entre 6h e 72 horas após a ingestão de bebida alcoólica, é recomendado buscar imediatamente uma unidade de saúde.

A Sesa reforça que a população deve evitar o consumo de bebidas de origem desconhecida ou de procedência duvidosa, especialmente as vendidas informalmente. “Essa é uma medida simples, mas que salva vidas”, completa Tanta.

Atuação intersetorial e compromisso com a segurança

A Secretaria da Saúde do Ceará segue em articulação com o Ministério da Saúde, e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Pefoce, órgãos de fiscalização e gestores municipais para garantir uma resposta rápida e integrada ao problema.

A Sesa mantém o monitoramento diário das notificações, fornece suporte técnico às vigilâncias municipais e atualiza os protocolos de atendimento conforme as orientações nacionais.