Irmãs que descobriram câncer de mama ao mesmo tempo celebram fim do tratamento no Hospital Regional do Sertão Central

13 de outubro de 2025 - 10:04 # # # # #

Texto, fotos e vídeo: José Avelino Neto - Ascom HRSC Júlio César Lopes - HRSC - Arte gráfica

Casadas e, até então, levando suas vidas distintas, o câncer pôs Luzinete e Benta no mesmo caminho; as duas decidiram encarar o processo juntas, encontrando força uma na outra

Um tumor na mama marcou a vida de duas irmãs: Antônia Luzinete do Nascimento e Francisca Benta do Nascimento, moradoras de Solonópole. Elas descobriram o câncer praticamente ao mesmo tempo, enfrentaram a doença unidas, trilharam lado a lado o mesmo desafio e receberam o mesmo desfecho: o fim do tratamento e a expectativa da cura.

O tratamento de Luzinete e Benta foi realizado no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)em Quixeramobim, que há pouco mais de um ano deu início aos atendimentos de oncologia, como parte da estratégia de regionalização do serviço pela Rede Sesa. “Quando descobrimos a doença ficamos desesperadas, mas fomos acolhidas nesse hospital com tanto carinho que tudo foi mais leve”, diz Francisca Benta.

Francisca descobriu o câncer em setembro de 2024, após encontrar um nódulo durante um ultrassom que fez no município onde mora. Ela foi regulada pela secretaria municipal de saúde para o HRSC, lugar em que iniciou o tratamento. Passado um mês, foi Luzinete quem recebeu o mesmo diagnóstico. Ela também passou a ser acompanhada no hospital. Lá, uma biópsia também confirmou o câncer na mama. Desde então, as duas passaram a ser atendidas pela mesma equipe.

Luzinete e Benta foram acompanhadas pela mesma equipe no HRSC

Unidas pelo mesmo desfecho

Casadas e até então levando suas vidas distintas, o câncer pôs Luzinete e Benta no mesmo caminho, e as duas decidiram encarar o processo juntas, encontrando força uma na outra. “Pedimos à enfermeira para marcar nossos atendimentos no mesmo dia. Uma servia de companhia para outra, e assim fomos até o fim”, relembra Francisca.

Entre consultas, cirurgias e sessões, o apoio de uma para outra e a fé foram aliados importantes. “Esse choro é de alegria. A gente venceu e hoje está aqui, contando nossas bênçãos”, diz Antônia.

Apoio mútuo, tratamento assertivo e fé levaram as irmãs para o caminho da cura: “Esse choro é de alegria: a gente venceu e hoje está aqui, contando nossas bênçãos”

Em julho deste ano, Francisca Benta concluiu o ciclo de quimioterapia e tocou o sino da esperança. Menos de um mês depois, a irmã Luzinete também tocava o sino. O toque marcava mais do que o fim de um ciclo: era o símbolo, em forma de som, da vitória compartilhada de uma luta travada entre irmãs.

As duas destacam o papel da equipe do HRSC responsável por tornar o processo mais humano e acolhedor. “O hospital foi um presente de Deus. Fizemos todo esse tratamento perto de casa e nunca pagamos nenhum exame, tudo pelo SUS. Hoje só tenho gratidão”, afirma Antônia. Francisca completa: “Mesmo nos dias difíceis, a gente chegava e sempre tinha alguém com um sorriso, desde a equipe da recepção até a equipe da oncologia. Isso fazia toda a diferença”.

“A gente chegava e sempre tinha alguém com um sorriso”

Serviço que muda vidas

O serviço de oncologia do HRSC iniciou-se em julho de 2024. Até o último mês de outubro, foram 2.785 pacientes já atendidos e 2.332 cirurgias já realizadas. No período, mais de seis mil sessões de quimioterapia já foram aplicadas.

Antes, quem morava em um dos 20 municípios do Sertão Central só encontrava tratamento contra o câncer na capital, o que submetia o paciente a longas viagens, um processo doloroso para quem já acumula as consequências do tratamento oncológico. Agora, com o serviço mais próximo de casa, os usuários garantem mais dignidade, conforto e a chance de renovar as esperanças.

Leonardo Oliveira, médico coordenador da oncologia do HRSC, ressalta o reflexo dessa facilidade. “A gente consegue perceber a alegria dos pacientes por poder fazerem o tratamento aqui. Agora, estamos conseguindo antecipar os tratamentos e proporcionar mais chances de cura”, explica.

A enfermeira à frente do serviço, Elaine Lima, completa. Ela enxerga a necessidade de oferecer além de um bom serviço, entendendo que cada paciente carrega uma história, uma incerteza e muita esperança. “O grande impacto é acolher com empatia e caminhar junto ao paciente ao longo do seu tratamento, fortalecendo a esperança nessa jornada de cuidado”.

Elaine Lima: acolher com empatia e caminhar junto ao paciente

De outubro a outubro rosa

Desde 2024, a Secretaria promove a campanha “De outubro a outubro rosa”, com o objetivo de falar sobre autocuidado o ano inteiro e estimular a realização dos exames necessários, além de desmistificar as questões com relação à mamografia. Durante o mês, reportagens especiais semanais irão abordar o tema.