Estudantes da rede estadual desenvolvem projetos e ajudam a transformar rotina do HGF
29 de outubro de 2025 - 14:28 #Educação e serviço público #estudantes #rede estadual #Rotina hospitalar
Eva Sullivan - Ascom HGF - Texto e fotos

Estagiários da EEEP Paulo Petrola durante estágio no Núcleo de Tecnologia (NTI) e Informação do HGF
O Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), tem vivido uma experiência inspiradora de integração entre educação e serviço público. Três estudantes do curso técnico em Informática na Escola Estadual de Educação Profissional Paulo Petrola, situada na Barra do Ceará, estão atuando no Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), por meio da Direção de Ensino, Pesquisa e Residência (Diep), setor responsável pelo planejamento, supervisão, orientação e execução das ações de ensino no hospital.
Em apenas três meses de estágio, os alunos já desenvolveram soluções que substituem etapas manuais por processos digitais, melhorando o fluxo de trabalho em diferentes setores. O projeto mais recente recebeu o nome de Sala Pronta, com o objetivo de reduzir o tempo de preparo entre uma cirurgia e outra. “Com o Sala Pronta, cada responsável poderá registrar em um tablet o término da sua etapa e um painel mostrará em tempo real quais salas estão liberadas. Reduzindo, assim, o tempo entre cada cirurgia”, explica o gerente do NTI, Felipe Oliveira.
Atualmente, o chamado “setup cirúrgico” — o intervalo entre o término de uma cirurgia e o início da próxima — ainda é feito de forma manual. As equipes comunicam verbalmente ou registram em papel o andamento de cada etapa, como a limpeza da sala, a chegada do material esterilizado e o reposicionamento dos equipamentos.
A ideia é que o projeto Sala Pronta entre em funcionamento ainda este ano. “Primeiro, fomos ouvir quem trabalha no setor para entender as necessidades de cada um. Depois, criamos algo para transformar esses processos manuais em automações”, conta a estagiária Ana Lara.
Diretor técnico, Khalil Feitosa, e gerente do NTI, Felipe Oliveira, alinham os avanços do projeto-piloto. A expectativa é que seja expandido para outros setores do HGF
A direção técnica do HGF reconhece o impacto da iniciativa. “As instituições de saúde estão entre as mais complexas que existem, pela quantidade de processos e dados envolvidos. Portanto, cada minuto economizado conta muito. E o trabalho desses jovens pode resultar em 300 ou 400 cirurgias a mais no final do mês, impactando mais pacientes, mais famílias e ampliando o acesso ao sistema de saúde”, explica o diretor técnico Khalil Feitosa.
Khalil ressalta ainda o valor simbólico de ver estudantes da rede pública contribuindo com um dos maiores hospitais do Ceará. “Eu também sou ex-aluno de escola pública e isso mostra que, quanto mais ampliarmos o acesso à educação, mais teremos uma verdadeira mola de transformação social. É uma satisfação enorme ver talentos da nossa população contribuindo para uma saúde mais eficiente e melhor organizada”, elogia.
Felipe e os três estudantes responsáveis pela automação dos processos no centro cirúrgico
Para Felipe Oliveira, a parceria entre o HGF e as escolas profissionalizantes é uma via de mão dupla. O hospital ganha inovação e os estudantes, experiência profissional. “Eles chegam com uma base técnica muito boa e vontade de aprender. É uma troca muito bonita porque o hospital aprende com eles e eles crescem com o hospital”, elogia o gestor.
A Diep é quem viabiliza a presença dos estudantes dentro do hospital, fortalecendo o vínculo entre o ensino e a formação técnica aplicada à saúde. “O nosso papel é abrir portas para que o HGF seja, também, um espaço de aprendizado. E ver jovens da escola pública aplicando seus conhecimentos aqui e ajudando a agilizar processos tão importantes é motivo de muito orgulho”, destaca a diretora Cristina Jorge.
Os três estagiários atuam diretamente no desenvolvimento de automações em diferentes setores, como Assessoria de Comunicação, Almoxarifado, Gerência de Qualidade e Segurança do Paciente e Centro Cirúrgico. Mesmo com a rotina intensa, a sensação é de realização. “É gratificante saber que o que fazemos está realmente dando resultado e ajudando alguém”, diz o estudante Riquelme Sales. “E a gente entende que tecnologia pode ser, também, uma ferramenta de cuidado”, complementa a aluna Rhavenna Ponciano.