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Saiba como é o tratamento de câncer de mama no Hospital Geral de Fortaleza

29 de outubro de 2025 - 09:00 #Câncer de Mama #HGF #Rede Sesa #tratamento

Marizete sabe que a detecção precoce é fundamental para a recuperação

Marizete de Souza Silva, 53, vestia rosa para a sexta de oito sessões de quimioterapia no Centro de Infusão do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Mas ela diz que a roupa não diz respeito ao mês de conscientização sobre o câncer de mama. Até porque, para ela, é muito claro: é preciso ficar atenta ao câncer de mama em todos os meses do ano, de outubro a outubro rosa.

Moradora de Aquiraz, foi lá que ela recebeu o diagnóstico de um tumor na mama, há seis meses. “Descobri durante um exame de rotina. O doutor me perguntou se eu tinha caso de ‘CA’ na família e eu respondi: ‘que eu saiba, não’. Fiz mamografia e ultrassom, e aí deu [o diagnóstico da doença]”, conta Marizete.

Desde maio deste ano, ela está sendo acompanhada no HGF — veio encaminhada de uma unidade de saúde do município da Região Metropolitana de Fortaleza. Marizete sabe que a saga não será curta nem fácil. Porém, ela conta com aliados fortes: a equipe do hospital e a fé. “Meus pais são pessoas leigas, que não entendem muito de medicina, essas coisas. Tudo isso mexe um pouco com eles. Me afetou também no início… um tratamento desse afeta a vida de qualquer um. Mas, sou uma mulher de fé, e isto tem me deixado tranquila. Eles veem que eu estou bem e eu acho que isso aí é o que os conforta”, relata.

Em outra etapa, está a professora Maria Ilâni Maia Maciel, 56, de Alto Santo. Ela também descobriu o câncer de mama em um exame de rotina e realizou uma mastectomia no HGF em 2018. Atualmente, é acompanhada por profissionais de mastologia para a verificação do procedimento. “Depois da cirurgia, deu tudo certo, graças a Deus”, agradece.

Maria Ilâni realiza sua consulta regular no HGF

Assim como Marizete, foi em exames de rotina que Maria Ilâni descobriu a doença. “Ela veio silenciosa Eu não sentia nada… dor nenhuma. Aí fiz a mamografia e constatou o câncer”, lembra.

Atualmente, ela realiza tratamento para outro câncer, desta vez na clavícula, em outra instituição. A resignação em enfrentar um novo desafio mistura-se com a determinação pela cura. “Dessa vez, senti uma dor persistente, aí fiz novos exames e confirmou a reincidência. Não é fácil começar tudo de novo, mas vai dar certo”, diz a professora.

Passo a passo do tratamento no HGF

Uma equipe multidisciplinar cuida de pacientes com câncer de mama no HGF

Pacientes com câncer de mama encaminhados das redes de atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) são acompanhadas tanto pelo ambulatório de Mastologia quanto de Oncologia. É sempre um trabalho a várias mãos. “A gente sempre tem que ter o apoio da equipe de medicina, de enfermagem, des farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e radiologistas na reabilitação das pacientes. Até porque o câncer de mama não é uma doença única, mas sim uma condição com vários tipos totalmente diferentes”, detalha a médica oncologista Adriana Pires.

O tratamento de pacientes como Marizete e Maria Ilâni só foi possível graças a um diagnóstico realizado a tempo. A médica conta que isto ainda é um tabu, que precisa ser vencido quanto antes. “As mulheres, muitas vezes, têm receio de fazer a mamografia, pois é um exame que causa certo desconforto. Por isso, elas precisam ser estimuladas a fazer o exame preventivamente. Frequentemente, elas evitam enfrentar a doença; há mulheres que estão com nódulo na mama há alguns anos e não procuram ajuda. Quando chegam, sentem-se envergonhadas por terem escondido o problema da família ou de si próprias”, lamenta Adriana.

De outubro a outubro rosa

Desde 2024, a Sesa promove a campanha “De outubro a outubro rosa”, com o objetivo de falar sobre autocuidado o ano inteiro e estimular a realização dos exames necessários, além de desmistificar as questões com relação à mamografia. Durante o mês, reportagens especiais semanais irão abordar o tema.