IPC inicia teleconsultas de fisioterapia para pacientes mastectomizadas
31 de outubro de 2025 - 11:54 #Câncer de Mama #fisioterapia #IPC #Mastectomizadas #Navegação #teleconsulta
Thiago Andrade - Ascom IPC  - Texto e fotos 


Duas semanas após a teleconsulta, Rosiana foi ao IPC para receber sua prótese externa de silicone
Por meio de uma videochamada no celular, Rosiana Magalhães, 32, recebeu, diretamente de onde mora, orientações de Marillac Sampaio, fisioterapeuta do Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPC). Moradora de Pacatuba (CE), a dona de casa não precisará se deslocar até a unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em Fortaleza, para realizar os exercícios que a ajudarão a recuperar os movimentos do braço esquerdo, limitado desde a cirurgia de retirada da mama, parte do tratamento de câncer iniciado em março deste ano.
Ela é uma das primeiras participantes do Projeto Telecuidado, que visa atender mulheres mastectomizadas que precisam de atendimento da Fisioterapia pós-cirurgia para reduzir possíveis complicações, como a limitação do movimento.

O projeto é uma parceria entre o IPC e a Residência Multiprofissional em Saúde Digital da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), também unidade da Sesa. “O público-alvo são pacientes que, por questões socioeconômicas ou de distâncias demográficas, não conseguem fazer um acompanhamento contínuo de Fisioterapia”, explica a enfermeira Cíntia Lima, uma das residentes do programa.
“Uma vez consolidada a logística de atendimento de teleconsultas da Fisioterapia, devemos viabilizar a expansão do recurso também para outros setores, como a Psicologia, por exemplo”, afirma a residente.
A fisioterapeuta Marillac comemora as possibilidades da teleconsulta. “Além dos exercícios de alongamentos, sempre feito respeitando o limite da dor de cada uma, há orientações para antes e imediatamente depois da cirurgia que fazem toda a diferença na recuperação, e parte desse trabalho pode ser feito por vídeo”, explica a profissional do IPC.

“Quando não há orientação, muitas vezes o receio da paciente ou o excesso de zelo de algum familiar determina que se evite ao máximo movimentar o braço e o ombro do lado operado”, conta a fisioterapeuta. A profissional explica que o contrário deveria ser incentivado: logo após a cirurgia, a paciente já deve ensaiar movimentos confortáveis, sem forçar. “É gradativo: depois da cicatrização, com a retirada dos pontos, alguns exercícios de maior amplitude podem ser acrescentados. Aos poucos, os movimentos que eram possíveis fazer antes da cirurgia serão recuperados”, explica Marillac.
Alguns cuidados específicos, no entanto, devem ser levados em conta. “Estamos falando de uma movimentação cautelosa, que vai preparar a musculatura e as articulações do ombro e braço. Não se deve, por exemplo, pegar peso ou usar pulseiras, anéis e outros adereços que pressionem o membro”, avisa a fisioterapeuta, que lista ainda uma porção de outras recomendações, como ter cuidado ao retirar as cutículas das unhas, para que se evitem inflamações que possam levar a infecções, não dormir sobre o braço, não expor prolongadamente a pele do braço ao sol ou ao calor, e não verificar a pressão, fazer exames de sangue ou aplicar vacinas no braço do lado em que foi feita a operação.
Para Rosiana, que mora em Pacatuba (CE), a novidade foi muito bem-vinda. “Fiz a cirurgia em agosto e tenho seguido as recomendações de movimento e exercícios. Mas, em casa, ficava ansiosa de fazer errado ou sentir alguma dor. Com a Fisioterapia por vídeo, sinto que não estou sozinha”, afirma.
Alguns cuidados específicos, no entanto, devem ser levados em conta. “Estamos falando de uma movimentação cautelosa, que vai preparar a musculatura e as articulações do ombro e braço. Não se deve, por exemplo, pegar peso ou usar pulseiras, anéis e outros adereços que pressionem o membro”, avisa a fisioterapeuta, que lista ainda uma porção de outras recomendações, como ter cuidado ao retirar as cutículas das unhas, para que se evitem inflamações que possam levar a infecções, não dormir sobre o braço, não expor prolongadamente a pele do braço ao sol ou ao calor, e não verificar a pressão, fazer exames de sangue ou aplicar vacinas no braço do lado em que foi feita a operação.
Para Rosiana, que mora em Pacatuba (CE), a novidade foi muito bem-vinda. “Fiz a cirurgia em agosto e tenho seguido as recomendações de movimento e exercícios. Mas, em casa, ficava ansiosa de fazer errado ou sentir alguma dor. Com a Fisioterapia por vídeo, sinto que não estou sozinha”, afirma.

“A Navegação é um compromisso do IPC com a paciente que está deixando a unidade para iniciar o tratamento de câncer. É um canal de comunicação sempre aberto”, descreve a enfermeira Hosana Tabosa
Cuidado integral em saúde
Rosiane e outras pacientes que participaram das primeiras teleconsultas de Fisioterapia do Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPC) têm uma característica em comum: todas são acompanhadas pelo Serviço de Navegação do IPC, programa de cuidados conduzido por equipe multiprofissional formada por enfermeira e assistentes sociais que monitoram as pacientes do interior do Estado diagnosticadas com câncer na unidade de saúde.
O objetivo é reduzir o tempo para o início do tratamento, por meio da mediação entre os serviços da rede de saúde municipal e estadual, além de orientar e encaminhar a paciente a serviços socioassistenciais, previdenciários e psicológicos, buscando oferecer o máximo de ajuda na compreensão do diagnóstico e do plano de tratamento.
“É um canal de comunicação sempre aberto”, descreve a enfermeira Hosana Tabosa, coordenadora da Seção de Pacientes Externos (Sepex). “A Navegação é um compromisso do IPC com a paciente que está deixando a unidade para iniciar o tratamento de câncer. É uma atenção que vai além do tratamento da doença: são consideradas as emoções, os direitos, a reabilitação, a autonomia da paciente e outros aspectos que, muitas vezes, não ficam em primeiro plano. Aqui no IPC temos a possibilidade de proporcionar isso, com uma equipe multiprofissional”, afirma.
Teleconsutas
A enfermeira conta, ainda, que a possibilidade da realização de atendimentos de Fisioterapia por meio de teleconsultas foi primeiro percebida pela Navegação. “Constatamos que muitas das pacientes mastectomizadas que vinham buscar próteses externas de silicone demonstravam limitações de movimento no lado operado bastante acentuadas, que dificultariam o uso da prótese sem que antes se fizesse a devida reabilitação”.
Assim surgia a ideia do atendimento por vídeo: antes de vir até Fortaleza para buscar a prótese, pacientes do interior passariam por uma avaliação à distância, em que se verificaria a mobilidade do braço e o tamanho da prótese a ser utilizada. Só depois a ida à unidade se faria necessária.
“Nessa hora, a parceria com Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) se fez providencial. Em setembro, já tínhamos uma equipe de três residentes atuando semanalmente no IPC, preparando cartilha on-line, roteiro de atendimento e viabilizando a logística de equipamentos para a viabilização do Projeto Telecuidado ainda durante o mês de outubro”, detalha Hosana.
O objetivo agora é a consolidação e a expansão do serviço: “Com as teleconsultas, mais mulheres em todo o Ceará poderão se beneficiar do tratamento fisioterápico, psicológico e socioassistencial do IPC”, comemora Hosana.
De outubro a outubro rosa
Desde 2024, a Sesa promove a campanha “De outubro a outubro rosa”, com o objetivo de falar sobre autocuidado o ano inteiro e estimular a realização dos exames necessários, além de desmistificar as questões com relação à mamografia. Durante o mês, reportagens especiais semanais abordaram o tema.
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