Pesquisador da Uece descreve nova espécie de anfíbio encontrada em Pernambuco
17 de novembro de 2025 - 12:12 #anfíbio #Nova Espécie #Pernambuco #pesquisador #Uece
Ascom Uece - Texto
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Pesquisador da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam/Uece), professor Igor Joventino Roberto, em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), acaba de descrever uma nova espécie de anfíbio que, até o momento, só foi encontrada em poças provisórias dentro de matas preservadas, em fragmentos florestais da Mata Atlântica de Pernambuco.
Trata-se de uma perereca que recebeu dos pesquisadores o nome Ololygon paulofreirei, em homenagem ao educador brasileiro Paulo Freire, nascido no Recife, mesma região onde o animal foi registrado. Os autores explicam que a espécie apresenta tamanho pequeno, variando de 12,7 a 16,3 mm, e uma grande diversidade de padrões de coloração. Seu canto, composto por notas longas e pulsadas, lembra o som de um grilo, característica que também ajudou na identificação.
Para confirmar que se tratava de uma espécie inédita, os pesquisadores utilizaram uma abordagem de taxonomia integrativa, reunindo análises morfológicas, genéticas e bioacústicas, o que permitiu distinguir a nova espécie de outras do mesmo grupo encontradas no Nordeste.
Espécie já ameaçada
Embora recém-descrita, Ololygon paulofreirei já pode ser considerada em perigo de extinção, devido à sua distribuição extremamente restrita e ao fato de ocorrer em áreas sob intensa pressão humana.“Os fragmentos florestais onde a espécie ocorre, principalmente na Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, vêm sofrendo grande pressão para construção da Escola de Sargentos e do Arco de Aldeia”, alerta o professor Igor Roberto.
Segundo o pesquisador, a descoberta reforça a urgência de ações de conservação. “Esse estudo evidencia a necessidade de novas políticas públicas e estratégias de preservação para evitar o desmatamento dessas áreas e impedir a potencial extinção da espécie”, afirma.Os autores esperam que a Ololygon paulofreirei se torne um símbolo da luta pela conservação da Mata Atlântica em Pernambuco, um dos biomas mais ameaçados do Brasil e que, ainda assim, continua revelando espécies desconhecidas pela ciência.
A pesquisa foi publicada na revista Amphibia-Reptilia e pode ser acessada clicando aqui.