Equipe do Hias realiza desejo de paciente de ir ao cinema pela primeira vez
21 de novembro de 2025 - 16:04 #cardiopatia congênita #cinema #Hias #paciente #Primeira vez
Levi Aguiar - Ascom Hias e Casa Civil - Texto
Levi Aguiar, George Braga e Eligia Cavalcante - Foto

A paciente encheu a enfermaria de cor e alegria com desenhos, transformando, durante a internação, as paredes em um espaço de imaginação
Em meio a uma internação prolongada, Manuela, de 6 anos, ganhou um capítulo inesquecível em sua história. Profissionais do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) mobilizaram-se para realizar um sonho da menina: ir ao cinema pela primeira vez. O passeio emocionou familiares e toda a equipe que acompanha a pequena, moradora de Flecheiras, no litoral cearense. Em uma trajetória marcada por desafios de saúde, aquela tarde no escurinho da sala, com pipoca e risadas, tornou-se um símbolo de vida plena, afeto e cuidado, diante de uma condição de saúde que não tem tratamento curativo.
“Ainda bebê, minha filha passou por uma cirurgia e, desde então, vive sob acompanhamento. Mesmo assim, quem convive com ela logo percebe que a Manu carrega uma luz própria. Ela brinca, conversa, faz planos, gosta de rir e de sonhar”, conta Antônia Sena, 43 anos, mãe da pequena.
O passeio, organizado como todo o cuidado visando à saúde da pequena, ganhou proporções ainda mais emocionantes quando Manu, ao chegar ao shopping, encontrou 17 familiares que viajaram de Trairi, a 139,5 km de Fortaleza, para viver aquele momento ao lado dela. Entre eles estavam o pai, irmãs, primos e tios, todos ansiosos para rever a menina, que estava há mais de 50 dias internada.

Cercada pelo carinho dos familiares, Manu realizou sonho de ir ao cinema pela primeira vez
A mãe acompanhou cada instante, das risadas ao silêncio atento da filha diante da tela gigante. “No escuro da sala, enquanto o filme passava, a gente viu algo maior acontecer. Nossa família é grande e unida, todos amam minha menina. Havia mais gente querendo vir, mas nem todos conseguiram. Ela é muito acolhida no Hias. Todas as equipes cuidam dela com muito carinho. Estou feliz de ir para casa com ela depois de realizar um grande sonho”, relata Antônia.
Cardiopatia congênita complexa
Manu nasceu com uma cardiopatia congênita complexa, a atresia pulmonar com comunicação interventricular, condição que dificulta a passagem do sangue entre o coração e os pulmões. Nos últimos meses, após duas internações anteriores ainda em 2025, ela retornou em setembro ao Hias para tratar um abscesso cerebral, infecção localizada no cérebro.
“A Manu tem um diagnóstico difícil, que ameaça a continuidade da vida. Nosso cuidado é centrado nela, buscando controlar sintomas e garantir que ela viva com dignidade e conforto. Diante da gravidade do quadro e dos riscos de uma cirurgia, priorizamos o controle dos sintomas. É uma honra cuidar do corpo e da alma dessa pequena”, explica a intensivista e paliativista Cinara Carneiro.
Para o psicólogo Luiz Augusto, preservar a infância é tão importante quanto qualquer intervenção clínica. “Além de medicações e procedimentos, precisamos garantir que essas crianças continuem sendo crianças. Promovemos ações de humanização para reduzir o sofrimento delas e das famílias, ajudando-as a lidar com o processo de adoecimento”, afirma.
“Mesmo sem um caminho totalmente curativo, ela vive uma vida cheia de sentido. É alegre, brincalhona, cheia de vida. Concluiu o tratamento antibiótico, está com menos sintomas e merece, como qualquer criança, viver experiências pela primeira vez”, conclui a pediatra Sara Farias, que acompanhou a pequena durante o processo de internação.
