Sesa realiza Seminário de Atualidades em Saúde para a População Negra e promove debates e formação sobre equidade no cuidado
26 de novembro de 2025 - 17:31 #Atualidades #formação #População negra #seminário #Sesa
Jessika Sampaio - Ascom Sesa - Texto e Fotos

O compromisso é em ampliar a formação das equipes e assegurar um atendimento acessível, humano e pautado na equidade
Em alusão ao Novembro Negro, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou, nesta quarta-feira (26), o Seminário de Atualidades para a População Negra. O encontro reuniu profissionais da saúde, gestores, pesquisadores, estudantes e representantes de instituições parceiras para discutir estratégias de qualificação do cuidado e fortalecimento do letramento racial entre trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).
Realizado pela Secretaria da Atenção Primária e Políticas de Saúde (Seaps), por meio da Célula de Atenção à Saúde das Comunidades Tradicionais e Populações Específicas (Cepop), o seminário integrou a programação do Festival Afrocearensidade 2025, promovido pela Secretaria da Igualdade Racial (Seir), ampliando a agenda de ações voltadas ao enfrentamento ao racismo e à promoção da equidade na saúde.
A abertura contou com a participação de Thais Facó, coordenadora da Atenção Primária da Sesa, e de Isabel Valentim, orientadora da Célula de Combate e Superação do Racismo da Seir. A atividade também incluiu momentos de integração e homenagem a personalidades negras que contribuíram para a cultura e a história do país, como a teóloga e filósofa cearense Maria Lúcia Simão Pereira, que morreu este ano, aos 76 anos.
Ao longo da programação, os participantes dialogaram sobre os desafios históricos enfrentados pela população negra no acesso à saúde. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que mais de 70% da população do Ceará se autodeclara preta ou parda. Esse recorte torna mais evidente a importância de desenvolver políticas, práticas e formações capazes de reconhecer desigualdades, contextos sociais e especificidades epidemiológicas desse grupo.

“A população negra possui especificidades no processo de saúde-doença e no acesso aos serviços” – Thaís Facó, coordenadora da Atenção Primária da Sesa
A coordenadora da Atenção Primária da Sesa, Thais Facó, enfatizou a necessidade de incorporar o recorte racial nas práticas assistenciais cotidianas. “A população negra possui especificidades no processo de saúde-doença e no acesso aos serviços. Condições crônicas como hipertensão arterial, anemia falciforme e complicações associadas à gestação acometem com maior frequência esse grupo e, somadas às desigualdades socioeconômicas, ampliam barreiras no cuidado”, ressalta. Por isso, destaca, investir em letramento racial e educação permanente é essencial para transformar a realidade na ponta.
Esse entendimento também se articula com a necessidade de uma atuação intersetorial na promoção da equidade, segundo a orientadora da Célula de Combate e Superação do Racismo da Secretaria da Igualdade Racial (Seir), Isabel Valentim. “Quando discutimos vulnerabilidades que atingem a população negra, falamos também da falta de acesso a políticas de prevenção, cultura, educação e direitos que poderiam evitar adoecimento. Integrar saúde e igualdade racial fortalece o bem-viver e amplia o alcance das ações públicas.”
A representante da Cepop, Valéria Mendonça, destaca a relevância da discussão no fortalecimento institucional.“Este seminário traz temas atuais e urgentes para qualificar o cuidado destinado à população negra. Nosso compromisso é ampliar a formação das equipes e assegurar um atendimento acessível, humano e pautado na equidade”, finaliza.