Sistema prisional do Ceará recebe lançamento nacional do Programa SEJA PRO+ Trabalho e Emprego
2 de dezembro de 2025 - 14:55 #Lançamento #SAP #SEJA PRO+
Natasha Ribeiro - Ascom SAP - texto
Pablo Pedraza - SAP - fotos
O sistema prisional do Ceará sediou, nesta segunda-feira (1º), o lançamento nacional do Programa SEJA PRO+ Trabalho e Emprego no estado. A iniciativa, promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Conselho Nacional do Sesi (CN-Sesi), ofertará 1.500 vagas gratuitas de qualificação profissional para jovens cearenses, dentro de um total de 25 mil vagas disponibilizadas em todo o país. O programa combina a Educação de Jovens e Adultos (EJA) com cursos profissionalizantes voltados para trabalhadores de 18 a 29 anos que não concluíram a educação básica ou o ensino médio.
O lançamento estadual ocorreu na Unidade Penal Professor José Jucá Neto (UP Itaitinga 5), em Itaitinga, escolhida por ser referência na execução do Projeto Sesi — modelo que integra EJA e qualificação profissional para pessoas privadas de liberdade. A escolha da unidade reforça o reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo sistema prisional do Ceará na promoção da educação e do acesso ao trabalho.
A abertura da solenidade contou com a apresentação do grupo “Acordes para a Vida”, formado por internas da Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF), simbolizando as ações humanizadoras promovidas pela SAP e destacando o papel da arte como instrumento de transformação.
Embora o programa já esteja em execução em estados como Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pará, o Ceará passa a integrar oficialmente a iniciativa por meio de uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), responsável pela implementação local das ações por meio do Sesi e do Senai. Na UP Itaitinga 5, o Projeto SESI já alcança centenas de internos, oferecendo oportunidades de conclusão da educação básica, formação técnica e preparação para a reinserção social e profissional.
O SEJA PRO+ alcança diferentes públicos, incluindo pessoas privadas de liberdade, fortalecendo políticas de inclusão social e desenvolvimento humano. No Ceará, o programa oferece 1.500 vagas gratuitas, sendo 700 para a região metropolitana de Fortaleza, 400 vagas para Sobral e 400 vagas para Juazeiro do Norte. Desse total, 300 vagas serão destinadas à UP Itaitinga 5.
Durante a solenidade, foram inaugurados dois galpões industriais construídos em parceria com o Senai Ceará. O primeiro, uma oficina de costura, foi viabilizado com recursos do Procap (Projeto de Capacitação Profissional). Já o segundo, destinado às oficinas de marcenaria e serralheria, recebeu investimento do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). Juntos, os equipamentos contribuíram para a formação de cerca de 400 internos em áreas como pedreiro, eletricista, gesseiro e pintura de paredes, consolidando a unidade como um polo de qualificação profissional dentro do sistema penitenciário.
A solenidade contou com recepção institucional e visita guiada às instalações produtivas da unidade, seguida do ato oficial de lançamento do SEJA PRO+ no Ceará e da entrega simbólica de certificados da EJA e de cursos profissionalizantes do SENAI a ex-alunos internos. A programação encerrou com a entrega simbólica de troféus às autoridades presentes, em reconhecimento ao apoio e à parceria na promoção da educação e da qualificação profissional no sistema prisional.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou o avanço das ações de reinserção social no Ceará. “O que vi aqui é um sistema que realmente oferece oportunidade de reinserção. A combinação entre qualificação, educação e elevação de escolaridade com uma profissão é o caminho mais sólido para garantir oportunidades lá fora. Já visitei outros estados, mas o que encontrei no Ceará é, sem dúvida, um dos melhores modelos de recuperação de detentos que conheço. Hoje lançamos o programa Seja Pró Mais Emprego e Trabalho, com 1.500 vagas — 300 só nesta unidade — para ampliar escolaridade e formar profissionais. Também estudamos trazer, no futuro, programas de letramento digital para fortalecer ainda mais essa política”, concluiu.
O secretário da Administração Penitenciária e Ressocialização, Mauro Albuquerque, ressaltou o papel do trabalho e da educação na transformação das unidades prisionais. “O Ceará mostra que investir em disciplina, educação e trabalho muda realidades. Aqui, cada sala de aula e cada posto de trabalho é uma oportunidade concreta de recomeço. Esse modelo reduz reincidência, fortalece a segurança e devolve à sociedade pessoas mais preparadas. Seguimos avançando para que o sistema prisional continue sendo sinônimo de resultado e reinserção”, atenta.
O superintendente do SESI Ceará e diretor regional do Senai Ceará, Paulo André Holanda, destacou a relevância da parceria com o sistema prisional. “Esse trabalho demonstra a força da educação na ressocialização. O Ceará já colhe resultados concretos, com uma das menores taxas de reincidência criminal do país. A integração entre ensino básico, alfabetização e qualificação profissional mostra que é possível transformar vidas com responsabilidade e parceria. Os internos que participaram das capacitações conseguiram construir os galpões inaugurados hoje, o que reforça a importância de unir aprendizagem e prática. Já são milhares de pessoas privadas de liberdade alcançadas pelo Sesi e pelo Senai, beneficiadas com educação e formação profissional dentro das unidades prisionais”, disse.
O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Fausto Augusto Junior, ressaltou que o SEJA PRO+ integra elevação de escolaridade e qualificação profissional, com foco especial nos jovens. “O programa unifica educação e formação profissional. É um programa pensado para jovens de todo o Brasil, inspirado, inclusive, na experiência do sistema prisional do Ceará, que é única no país. Aqui, conseguimos vincular a conclusão dos estudos ao desenvolvimento profissional, cumprindo a missão do SESI de levar educação aonde o trabalhador está — inclusive dentro das unidades prisionais. Ver os internos trabalhando e aprendendo mostra que oportunidades fazem diferença. Quando oferecemos educação e qualificação aqui dentro, reduzimos a chance de retorno ao sistema e ampliamos as possibilidades de reconstrução da vida após o cumprimento da pena”, afirma.