Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT) estreia seus espetáculos de conclusão de 2025 no Theatro José de Alencar

3 de dezembro de 2025 - 14:42 # # #

Ascom TJA - texto e foto

“O Caroço” (Manhã), “Terra Bárbara” (Tarde) e “Hecatombe” (Noite) contam com direção, respectivamente, dos professores Juliana Veras, Murillo Ramos e Neidinha Castelo Branco

O Theatro José de Alencar (TJA), espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), recebe neste fim de semana, no Palco Principal (100 lugares por sessão), os espetáculos de conclusão de 2025 das três turmas do Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT). Com entrada gratuita, a retirada de ingressos acontece pelo site Sympla um dia antes de cada apresentação, às 18h; e na bilheteria, uma hora antes do início.

A Turma Manhã, com direção da professora Juliana Veras, irá estrear o espetáculo “O Caroço” no dia 6 de dezembro, em duas sessões: 18h30 e 20h. Já com direção de Murillo Ramos, a montagem da Turma Tarde em questão é intitulada “Terra Bárbara” (dia 5 de dezembro, às 18h30 e 20h). Por fim, a Turma Noite irá encenar no Palco Principal “Hecatombe” no domingo (7), às 18h30 e 20h; a direção é assinada pela professora Neidinha Castelo Branco. Conheça mais sobre as montagens de 2025:

Terra Bárbara

Das profundezas da terra, do barro, surge o homem. Antes, muito antes, a terra se forma. O que chamamos de “ Processo civilizatório”, que se faz e refaz a todo o tempo, nos trouxe máculas e desassossego. Mas no meio de tudo isso, insistindo, existe o afeto e um emaranhado de sentimentos que tecem a grande teia da vida, a turma 2025 do CPBT Tarde vem apresentar “ Terra Bárbara “, exercício de montagem dirigido por Murillo Ramos. O espetáculo mostra um caleidoscópio de fragmentos de opressões e ressentimentos à partir de cenas que poderiam e são (infelizmente) cotidianas. Entrem, sintam, fabulem…

Em um espaço cênico de aproximadamente doze por seis metros a turma do CPBT-Tarde propõe, através de um jogo de cenas curtas, um olhar atento sobre as questões da sociedade atual. A encenação intencionalmente “ blocada “ expande a dramaturgia na tentativa de um caleidoscópio que, através da ideia de “ processo civilizatório”, se pode chegar a uma narrativa.

“Terra Bárbara” é um exercício para se pensar as diversas e híbridas formas de composições da cena. Elementos como corporeidade, música, sonoridades, e projeções, são usados no espetáculo como forma de expansão do pensamento dramatúrgico. Um exercício imagético e lúdico onde o expectador é convidado à fabulação. Expandindo os sentidos, expandindo a vida.

O Caroço

Em uma sociedade que diz valorizar a infância, mas pouco escuta suas crianças, o espetáculo “O Caroço” revela as marcas invisíveis deixadas pela invalidação e pela violência silenciosa dentro de casa. A montagem de conclusão da turma manhã do Curso Princípios Básicos de Teatro 2025, traz, sob a direção de Juliana Veras, uma fábula corporal sobre aquilo que nasce, o que sobrevive, e o que germina dentro de nós quando o mundo nos corta pela raiz.

Entre fantasia e brutalidade, sombras e memória, descubra a resistência poética da infância e a busca pela compreensão daquilo que nos atravessa quando ainda não somos nós. Uma história sobre família, infância, violência e a extraordinária capacidade humana de brotar e renascer, mesmo depois do impossível.

Ficha técnica

Atuantes: Alceu Feitosa, DebiAr, Edith Sousa, Ellen Bibiano, Francisco Douglas, Franco Silva, Gabriel Martins, Italo Sousa, João Lucas Benjamim, Lía Flôr, Lucas Kennedy, Manuel Alves, Mikael Silva, Monique Pinheiro, Nádia Queiroz, Nágila Holanda, Nilsélia Carneiro, Paulinho Pouf, Surdan, Tom Olinda, Valentine Braga, Vítor Girão e Yuri Axel

Assistência de direção: Baruque Teixeira, Kevyn Costa

Dramaturgia: Criação coletiva

Texto: Monique Pinheiro, Nágila Holanda, Tom Olinda, Juliana Albuquerque Veras (orientação, revisão e mapa de ações) | Colaboração: Valentine Braga

Sonoplastia: Italo Sousa, Mikael Silva, Tom Olinda, Vitor Girão

Figurino: Ellen Bibiano, Lía Flôr, Nádia Queiroz, Nágila Holanda, Paulinho Ploof, Surdan, Valentine Braga, Baruque Teixeira (coordenação)

Maquiagem: Paulinho Pouf, Surdan, Baruque Teixeira (coordenação)

Cenário: Alceu Feitosa, Franco Silva,João Lucas Benjamim, Monique Pinheiro, Yuri Axel, Kevyn Costa (coordenação)

Iluminação: Ciel Carvalho (mapa), Franco Silva, Monique Pinheiro, Kevyn Costa (coordenação)

Coreografia: Rafaely Santos

Orientação corporal: Jane Teixeira, Rafaely Santos

Produção: DebiAr, Edith Sousa, Francisco Douglas, Gabriel Martins, Lucas Kennedy, Nádia Queiroz, Nágila Holanda, Manoel Alves, Eloiza Temóteo, Baruque Teixeira

Monitoria: Baruque Teixeira, Eloiza Temóteo, Kevyn Costa

Colaboração: Jane Teixeira, Rafaely Santos

Libras: Eduarda Marques, Ellen Costa

HECATOMBE

Suspensos em solo árido e escaldante, onde a sobrevivência se confunde com a devoção à Liturgia, os Flagelados cavam sem cessar, presos à promessa que nunca se cumpre. Há milênios, eles vivem ao redor do Poço, purgatório vivo, e são vigiados em carne e cosmos. HECATOMBE é um espetáculo que emerge do fim. Uma peça sobre miséria e poder que questiona o que resta de humano quando todos caminham rumo ao mesmo abismo.

“Hecatombe” não tem nem cronologia, nem espaço delimitados. O espetáculo nasce da investigação da miséria humana extrema como forma de controle social. Partindo da ideia do ritual grego hecatombe (“sacrifício de cem bovinos”) e da estética do Teatro do Absurdo, a peça se passa em um não-lugar desértico e suspenso entre rituais e ressurreições, onde a sobrevivência se confunde com a devoção à Liturgia, texto sagrado que orienta a vida daquele povo desde o início dos tempos.

Durante os exercícios cênicos, desenvolvidos em quatro atos ao longo do curso, a turma consolidou urgências ligadas ao corpo em exaustão e à mente submetida, compondo um mosaico de imagens e sensações atravessados por uma sonoplastia imersiva. O processo de pesquisa atualiza provocações de gmail clássicos do Teatro do Absurdo, como “O Rinoceronte” (1959), de Eugène Ionesco, e “Esperando Godot” (1953), de Samuel Beckett, trazendo-as a um futuro distópico em que a catástrofe é cotidiana e banalizada.

É misturando realidade e ficção, sonho e concretude, que a peça propõe uma reflexão potente sobre a obediência cega, os mecanismos de manipulação e o poder simbólico de quem observa o colapso, mas escolhe permanecer inerte.

A história se ergue em torno do Poço, purgatório vivo que devora os exauridos e regurgita aqueles ainda úteis ao trabalho. A montagem traz à cena os Flagelados, cegos pela promessa de encontrar o Oásis, onde haverá água em abundância. Eles são vigiados pelas Lideranças, zeladoras da ordem, e pelas Crianças, deuses-donos de um mundo em miniatura. O ciclo se repete até que a revelação inesperada de uma flagelada retornada do Poço ameaça quebrar a eterna coerção: o que acontece quando entidades brincam com o fim?

CPBT

O Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT) é realizado pelo TJA, em parceria com a Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará) e a Secretaria de Educação (Seduc). Foi criado em 1991, ano em que o TJA foi reinaugurado. São mais de 30 anos de atividades gratuitas, propondo acolher jovens e adultos que tenham interesse em começar seus aprendizados e práticas teatrais. Em todos esses anos, o CPBT recebeu mais de 9 mil alunos, montou cerca de 65 espetáculos de conclusão e formou mais de 1.200 estudantes, sendo considerado o mais importante curso de iniciação teatral de Fortaleza e do Ceará.

Atualmente, o CPBT mantém turmas em três turnos, sob a coordenação dos professores Juliana Veras, Joca Andrade e Neidinha Castelo Branco. Os fundamentos pedagógicos são norteados pela formação cidadã, por meio de experiências construtivas, lúdicas e estéticas. A ideia é promover a construção de hábitos e atitudes favoráveis à transformação social, em benefício da propagação de conhecimentos e valores em prol da paz e da prosperidade responsável. O curso busca proporcionar aos alunos a oportunidade de vivenciar a experiência da construção do fazer cênico, através do ensino da arte e da atuação baseada no tripé “observar-refletir-exprimir”.

Serviço

Espetáculos de conclusão do Curso Princípios Básicos de Teatro – CPBT 2025

👉🏾 Dia 5/12 (sex) – CPBT Tarde apresenta: “Terra Bárbara” / Direção: Murillo Ramos

Duração: 60min, Classificação indicativa: 12 anos

👉🏾 Dia 6/12 (sáb) – CPBT Manhã apresenta: “O Caroço” / Direção: Juliana Veras

Duração: 50min, Classificação indicativa: 12 anos

👉🏾 Dia 7/12 (dom) – CPBT Noite apresenta: “Hecatombe” / Direção: Neidinha Castello Branco

Duração: 60min, Classificação indicativa: 14 anos

Local: Palco Principal do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro)

Sessões: 18h30 e 20h

Capacidade: 100 lugares (por sessão)

Gratuito – retirada pelo Sympla (https://site.bileto.sympla.com.br/theatrojosedealencar/), um dia antes das sessões, às 18h), e na bilheteria (1h antes do início)

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