Ceará Científico 2025 conta com mais de 600 estudantes de 100 municípios

4 de dezembro de 2025 - 14:08 # # #

João Pedro Guedes - Ascom Casa Civil - Texto
Thiago Gaspar - Casa Civil - Fotos

Ao todo, 259 projetos, distribuídos em 187 escolas, foram inscritos entre as quatro categorias do evento

Com objetivo de incentivar e apoiar o ensino científico nas escolas, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), deu início, nesta quinta-feira (4), ao Ceará Científico 2025. Ao todo, 259 projetos de 611 estudantes, provenientes de 187 escolas de 100 municípios cearenses, participaram do evento. Neste ano, o tema geral adotado foi: “Saberes científicos em tempos de crise climática global”. A solenidade foi comandada pelo governador Elmano de Freitas, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.

“O que me anima em encontrar todos vocês é o foco de todos para fazer projetos ligados aos problemas do mundo, mas também das suas comunidades. Tudo isso demonstra o potencial que temos. A escola pública cearense é o maior orgulho do nosso povo. Ninguém tira o conhecimento que a nossa juventude acumula por meio da educação. Cada projeto desse é um tijolinho para mudar a vida de cada um”, destacou o governador Elmano de Freitas.

Promovido pela Seduc, desde 2007, o Ceará Científico iniciou-se como Feira de Ciências e, a partir de 2016, passou a ter o formato atual, que culmina na Etapa Estadual.

Titular da Seduc, Eliana Estrela agradeceu ao governador Elmano de Freitas por todos os esforços feitos em prol da educação. “Queria agradecer ao nosso governador por toda dedicação, por ser uma pessoa que acredita e incentiva os projetos científicos. A nossa juventude tem muito potencial e por meio da pesquisa tem feito grandes descobertas. Todos vocês merecem o nosso verdadeiro reconhecimento”, disse.

O Ceará Científico estrutura seus projetos em quatro categorias, voltadas a diferentes perfis de estudantes e instituições. Em cada uma delas, podem ser desenvolvidos trabalhos nas cinco áreas de pesquisa do evento, que orientam o processo investigativo realizado pelos estudantes.

Juventude e inovação

Surfando na onda do hidrogênio verde, as alunas Mirelly Vidal e Íris Maria, da Escola Estadual de Educação Profissional Gustavo Augusto Lima, de Lavras da Mangabeira, desenvolveram um projeto de um carro movido por meio de energia renovável.

“A transição energética é algo que está em alta. Levar isso para dentro da escola ainda é um desafio, mas fica mais acessível desta maneira. O hidrogênio verde é o combustível do futuro”, explicou a professora de física Camila Tavares, idealizadora e orientadora do projeto.

“As aulas ficam mais interessantes e esse projeto fez com que eu me envolvesse mais na matéria, me incentivou e também outros colegas”, afirmou Mirelly.

Em Pedra Branca, Magno Andrade e Maria Eduarda, alunos da EEEP Antônio Rodrigues, pensaram em um sistema automatizado de irrigação para auxiliar na produtividade. Chamado Lumix, o sistema utiliza biogel e atração de polinizadores com luz UV.

“Nosso projeto possui dois sensores. Um diz quando a terra está seca, liberando o bio gel para manter o território úmido. O outro informa quando não há mais luz natural, ligando a luz UV para atrair polinizadores para a plantação”, explicou Maria Eduarda.

O biogel já existe no mercado. Contudo, a versão dos estudantes chega a ser três vezes mais barata que a convencional. O produto é feito com escamas de peixe, resolvendo um problema com uma solução criativa.

Em Cascavel, João Pedro Monteiro e Jordana Mendonça criaram dois produtos para auxiliar produtores de modo geral. “São duas películas de umidade do solo feitas com cascas e restos de maracujá”, explica João. A dupla estuda na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Marconi Coelho.

“O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de maracujá no mundo. Sabendo disso e vendo que em nossa comunidade essa matéria prima estava sendo descartada, pensamos nesse produto. Uma película é criada por meio da fermentação e a outra com hidrogel”, complementou o aluno.

Com as películas, diversos produtores poderão manter a vida útil do solo por mais tempo, suportar altas temperaturas e preservar o uso de água.

De Caucaia, Ykaro Sued e Ester Rayanne, ambos com 11 anos, são alunos da Escola Indígena Narcísio Ferreira Matos. A dupla, com o auxílio da professora orientadora Verônica Lopes, desenvolveu diversos produtos a base de carnaúba.

“Tudo foi feito na escola com o auxílio dos professores. São bolsas, cadernos e até mesmo trajes”, contou a educadora.

No sexto ano, Ester está gostando muito de participar do projeto. “Sempre quis fazer parte de algo assim. Era um sonho. Estou bastante feliz e contente com o resultado”, comentou.

Selo Escola Sustentável

Durante o evento, também foram premiadas unidades de ensino com o Selo Escola Sustentável, programa estadual de certificação que reconhece ações e projetos pedagógicos bem-sucedidos na área da educação ambiental e da sustentabilidade.

Secretária do Meio Ambiente e Mudança Climática, Vilma Freire, salientou a importância do selo e do incentivo para as instituições. “O nosso governador Elmano tem revolucionado o Ceará com diversas políticas públicas. Esse selo significa muito mais que uma premiação. Toda a nossa gratidão aos professores, aos alunos e a comunidade escolar que abraçam esse projeto”, pontuou.

Neste ano, os grupos participantes do Selo foram os compostos pelas Escolas Estaduais de Ações Afirmativas (Indígenas, Quilombolas, Regulares em Áreas de Assentamento e Escolas de Família Agrícola); Centros de Educação de Jovens e Adultos (Cejas) e EEEPs.