Museu da Imagem e do Som abre nova exposição imersiva e recebe evento internacional de performance

10 de dezembro de 2025 - 11:13 # # # # #

Ascom MIS - texto e foto

Programação da semana inclui ainda oficina, fala aberta online e roda de capoeira

O Museu da Imagem e do Som do Ceará abre no sábado (13) a nova exposição imersiva “E assim por diante…”, de Cao Guimarães e do duo O Grivo. Na sexta (12), o espaço recebe um evento internacional de performance, realizado em parceria com a Universidade Federal do Ceará e que acontece pela primeira vez na América Latina. A programação prevê ainda oficina de cartões de Natal na sexta (12), fala aberta online sobre museologia trans no sábado (13) e roda de capoeira no domingo (14). Toda a programação é gratuita. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) do Governo do Ceará, vinculada à Secretaria da Cultura, com gestão parceira do Instituto Mirante.

Abertura da Exposição “E assim por diante…”, de O Grivo + Cao Guimarães

No sábado (13), às 17h, o MIS abre a exposição “E assim por diante…”, criada em parceria pelo cineasta e artista plástico Cao Guimarães e pelo duo musical O Grivo, formado por Nelson Soares e Marcos Moreira. A mostra celebra os 25 anos de parceria entre eles, que gerou, ao longo desse tempo, mais de 50 obras entre filmes de longa, média e curta metragem, instalações, performances e shows. Ocupando diversos espaços do MIS (sala imersiva, escada, jardim e fachada), “E assim por diante…” reúne três obras que estão num campo de interseção entre imagem, som e texto. A exposição tem como ideia central um elogio ao movimento das coisas e à passagem do tempo. No dia da abertura, haverá ainda, às 18h, na praça do MIS, uma performance composta por projeções de filmes no painel de led da praça e música ao vivo. As trilhas sonoras dos filmes “Hypnosis”, “Between – Inventário de Pequenas Mortes” e “Aula de Anatomia”, de Cao Guimarães, serão executadas ao vivo pela dupla O Grivo.

Performance Studies international – PSi#30: XXX Cruzo Cruising Encruzilhada 

Também na sexta-feira (12), acontece na praça do MIS o evento Performance Studies International – PSi#30: XXX Cruzo Cruising Encruzilhada, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará (UFC). É a primeira vez que o evento acontece na América Latina e reúne artistas do Brasil e de Portugal.

A programação terá início às 16h30, com a performance “]con]tenção”, de Charlene Bicalho (Brasil). A fragmentação do título antecipa a experiência da obra inspirada na busca incansável de mães pelos corpos de seus filhos na mata, após a maior chacina da história do Brasil (Rio de Janeiro, outubro de 2025). A performance instalativa torna visível as vidas perdidas, enquanto convoca o público a escutar a leveza do que se desfaz e a gravidade do que o país insiste em drenar. Charlene Bicalho (1982, João Monlevade/MG) é artista visual, pesquisadora e curadora independente. Usa o desmanche de narrativas hegemônicas por meio de intervenções performáticas, instalações, vídeos, fotografias e objetos. Seu trabalho cria poéticas efêmeras diante das realidades coloniais, a partir de investigações sobre relações de poder, reflexões sobre o legado de comunidades tradicionais e aprendizagem contra hegemônica. Artista premiada por editais culturais, nos últimos quatorze anos participou de exposições e realizou ações na Alemanha, Argentina, Bélgica, Estados Unidos, França, Peru, Portugal, Uruguai, e no Brasil realizou trabalhos site specific em diversas instituições das quais destaca, Pinacoteca de São Paulo, Centro Cultural São Paulo e unidades da rede SESC. Foi uma das artistas indicadas ao Prêmio Pipa 2021, atualmente é estudante de PhD da Universidade do Texas em Austin, orienta artistas por meio da mentoria [DES]manches, realiza trabalhos artísticos comissionados e integra comissões de seleção de projetos artísticos/culturais.

Continuando a programação, às 18h acontece o PSi#30 Cruzo Cruising Encruzilhada: Série Conversas, com Raquel Lima (Portugal) e Clarissa Diniz (Brasil) na conversa intitulada “Entre Formatividade e Indisciplina: a relação como política do pensamento”, com mediação de Yuri Firmeza (Brasil). Inspirada nas noções de diálogo e entrecruzamento evocadas pela “encruzilhada”, tema da 30ª Conferência Internacional de Estudos da Performance, a “Série Conversas” nesta PSi#30 substitui a “conferência magistral” por um encontro entre duas pessoas, neste caso, a artista portuguesa Raquel Lima e a curadora e professora Clarissa Diniz. O PSi é uma associação profissional fundada em 1997 com o objetivo de promover a comunicação e o intercâmbio entre artistas, pensadores, ativistas e acadêmicos que atuam no campo dos estudos da performance, especialmente por meio de conferências anuais. Com uma programação diversificada que inclui palestras, sessões de apresentação de pesquisas, mesas-redondas curadas, oficinas e apresentações artísticas, a conferência deste ano promete ser uma plataforma valiosa para o crescimento intelectual, oportunidades de troca e desenvolvimento profissional. Em sua trigésima edição, o evento acontece pela primeira vez em um território da América Latina.

Raquel Lima é poeta, arte-educadora, performer, ensaísta e artista transdisciplinar. É licenciada em Estudos Artísticos – Artes Performativas e investigadora de doutoramento em Estudos Pós-Coloniais, com um interesse particular em oratura, memória intergeracional, movimentos afro- diaspóricos e práticas contemporâneas de escapismo, abstração e cura. Tem apresentado o seu trabalho acadêmico e artístico em vários países, nomeadamente nas Bienais de Veneza e São Paulo. Foi eleita uma das 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia pela revista Bantumen e cofundou a associação cultural União Negra das Artes. Clarissa Diniz é curadora, escritora e educadora na área de artes. Professora adjunta da Escola de Belas Artes da UFRJ. Mestre em história da arte pela UERJ e doutora em antropologia cultural pela UFRJ. É professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Foi editora da revista Tatuí e publicou inúmeros catálogos e livros.

Encerrando a programação, às 19h30 haverá a performance “parangoLEDs” ou “Tutunho, um Oiticica avessado” de Tutunho (Brasil). Dezenas de gadgets luminosos de LED (luvas, tênis, óculos, máscara, fios, fitas, barras rígidas e painéis flexíveis), comprados em plataformas de e-commerce, cozem para Tutunho, o profeta-performer, uma versão antropo(tecno)cênica das peles de animais, “a pele da (ciber)cultura”, pele-mídia, pele-pixel. Esse vestível feito do acúmulo e do excesso de tecnologias ordinárias e inúteis, do chorume eletrônico da tecnosfera, ciber-manto kitsch, é uma paródia torta da camisola branca do juízo final, do Manto da Apresentação profético de Arthur Bispo do Rosário, dos Parangolés de Hélio Oiticica. Sessenta anos depois de sua primeira ativação pelos passistas da Mangueira na Mostra Opinião 65, os parangolés, na paródia irônica de Tutunho, perdem em carnavalização e assumem um cariz apocalíptico. Tutunho é professor do Instituto de Cultura e Arte-ICA-UFC (Curso de Publicidade e Propaganda e no Programa de Pós-Graduação em Artes-PPGARTES-UFC). Pesquisador do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura-ID+ (Portugal) e líder do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte-LICCA. Artista visual e performer.

Oficina Cartões que guardam memórias: criando narrativas afetivas de Natal 

Na sexta-feira (12), o MIS promove a oficina Cartões que guardam memórias: criando narrativas afetivas de Natal, com Nicole Mota e Aguie Lima, graduandos em Biblioteconomia e estagiários da Bibliotecas Marly Mariano e Thomaz Farkas (MIS CE). A atividade acontece das 15h às 17h, na Sala Multiuso (andar -1 do Anexo), e é voltada para crianças a partir de 10 anos e adultos. As inscrições devem ser feitas neste link. Nesta oficina, os participantes mergulham no universo das narrativas visuais e afetivas para criar cartões natalinos únicos. Inspirada pela Biblioteca do MIS, onde livros, fotografias e documentos preservam histórias de diferentes épocas, a atividade convida cada pessoa a transformar lembranças, desejos e sentimentos em pequenos registros afetivos. Assim como as imagens e os sons guardados pelo museu, cada cartão produzido torna-se um documento de memória e sensibilidade, valorizando a criatividade, a expressão artística e o gesto de presentear alguém especial com algo feito à mão.

Diálogos Desobedientes: Reflexões Coletivas no Campo da Museologia Transicional, com Luan Apollo

No sábado (13), das 17h30 às 19h30, acontece pelo canal do MIS no Youtube a fala aberta Diálogos Desobedientes: Reflexões Coletivas no Campo da Museologia Transicional, com Luan Apollo. A atividade é voltada para a comunidade LGBTQIAPN+ e propõe um espaço de diálogo sobre Museologia Transicional, centrado nas experiências e vozes de pessoas trans, travestis, transmasculinas e não-binárias na arte, cultura e museologia brasileira. A proposta é refletir sobre as diversas representações e os desafios enfrentados por essas pessoas em um sistema que ainda marginaliza suas vivências. Os museus devem ser espaços de resistência, com práticas interseccionais e equitativas em todas as suas dimensões. A conversa abordará exposições que desafiaram padrões tradicionais, discutindo como arte, cultura e museologia podem atuar juntas na promoção da equidade. Será um momento de escuta e troca sobre o futuro da museologia, celebrando a diversidade como base para um campo mais justo, ético e representativo.

Luan Apollo é natural do Sul da Bahia, Itabuna, e atualmente reside no Rio de Janeiro-RJ. Pesquisador membro Associado no Grupo de Pesquisa Comunidades e Museologias/COMUSE e no Núcleo de Pesquisa do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), com interesse em saberes e epistemologias Trans, propositor de uma Museologia Transicional, Mediador Cultural, e Educador Museal. Artivista, Artesão e Arteiro. Integrou a Executiva Nacional de Estudantes de Museologia (EXNEMUS – 2023/2024/2025). Transfeminista e Mobilizador de Direitos Humanos . Bacharel em Museologia. Atualmente é titular do Conselho Consultivo de Patrimônio Museológico/IBRAM, representante civil da Rede LGBTQIA+ de Memória e Museologia Social. Idealizador e membro gestor da Rede TransMuse. Filiado a Liga Transmasculina João W. Nery, do Forúm Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS) e Rede de Educadores Museais (REM). Também atualmente é Assessor Técnico da Superintendência LGBTI+, compondo a Coordenação de Assessoria Técnica e Monitoramento (CATEM), no Programa Rio Sem LGBTIfobia.

Vem Vadiar No Museu – roda de capoeira com Mestre Urso Preto

No domingo (14), das 15h30 às 17h, acontece na praça do MIS o Vem Vadiar no Museu, a roda de capoeira conduzida por Mestre Urso Preto, do território do Campo do América. A roda acontece no último domingo de cada mês, mas foi antecipada em dezembro devido às festas de fim de ano. Vem Vadiar no Museu convida a todos para gingar, brincar e celebrar a preservação desta rica herança cultural. Pensando no papel que os museus possuem de salvaguardar as memórias e patrimônios culturais, materiais e imateriais na nossa sociedade, como uma ferramenta de mediação dessas atividades, o MIS acolhe e incentiva a manifestação da capoeira com uma roda aberta ao público, onde todos podem participar.

Sala imersiva, exposições e biblioteca 

Nesta semana, a sala imersiva (andar -2 do Anexo) exibe as exposições “Aves do Ceará” e “Fósseis do Cariri” de quarta a sexta-feira. No sábado (13), estreia a obra “E assim por diante…”, que ficará na sala o dia todo. Já no domingo (14), as três obras se revezam no espaço. O MIS segue ainda com as exposições físicas “Turbilhão” (andar +2 do Anexo), “Imaginar os Cearás: memórias e tecnologias” (andar -1) e “Laboratório dos Sentidos” (Casarão).

O MIS funciona de quarta a domingo, com horários diferenciados: quartas, quintas e domingos, das 10h às 18h (acesso até 17h30), e sextas e sábados, das 13h às 20h (acesso até 19h30). A biblioteca Marly Mariano & Thomaz Farkas (andar +1 do Anexo) funciona de quarta a sexta-feira, das 13h às 18h.

Serviço:

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Entrada: gratuita.

Oficina Cartões que guardam memórias: criando narrativas afetivas de Natal
Com Nicole Mota e Aguie Lima
Data: 12 de dezembro (sexta-feira)
Horário: 15h às 17h
Local: Sala Multiuso (andar -1 do Anexo)
Público-alvo: crianças a partir de 10 anos e adultos
Inscrições: neste link.

Performance Studies international – PSi#30: XXX Cruzo Cruising Encruzilhada
Com Charlene Bicalho (Brasil), Raquel Lima (Portugal), Clarissa Diniz (Brasil) e Tutunho (Brasil)
Data: 12/12 (sexta-feira)

Programação:

– 16h30 – Performance ]con]tenção de Charlene Bicalho (Brasil).
– 18h – PSi#30 Cruzo Cruising Encruzilhada: Série Conversas – Raquel Lima (Portugal) e Clarissa Diniz (Brasil) na conversa intitulada “Entre Formatividade e Indisciplina: a relação como política do pensamento”, com mediação de Yuri Firmeza (Brasil).
– 19h30 – Performance “parangoLEDs” ou “Tutunho, um Oiticica avessado” de Tutunho (Brasil).
Local: praça do MIS

Abertura da Exposição “E assim por diante…”, de O Grivo + Cao Guimarães
Data: 13 de dezembro (sábado)

Programação:

– 17h: abertura
– 18h: performance de O Grivo
Local: praça do MIS

Trair o CIStema | Diálogos Desobedientes: Reflexões Coletivas no Campo da Museologia Transicional
Com Luan Apollo
Data: 13 de dezembro (sábado)
Horário: 17h30 às 19h30
Canal do MIS no YouTube
Público-alvo: comunidade LGBTQIAPN+

Vem Vadiar No Museu – roda de capoeira com Mestre Urso Preto
Data: 14 de dezembro (domingo)
Horário: 15h30 às 17h
Local: praça do MIS

Sala imersiva:

Quarta a sexta-feira
Aves do Ceará
Fósseis do Cariri

Sábado
E assim por diante…

Domingo
Aves do Ceará
Fósseis do Cariri
E assim por diante…