Ceará terá primeira sala de amamentação à mulher trabalhadora

6 de dezembro de 2012 - 12:35

O Ceará vai ganhar a primeira Sala de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta. O Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), unidade da Secretaria da Saúde do Estado, é a primeira organização do Ceará, entre públicas e privadas, a assegurar um espaço de apoio à amamentação às funcionárias nutrizes. Com a Sala de Apoio, as mães trabalhadoras que retornam da licença maternidade passam a ter espaço adequado para fazer o desmame durante o expediente de trabalho e o acondicionamento e preservação do leite coletado para continuar a alimentação do filho com leite materno. A Sala de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta do HIAS será inaugurada às 10 horas desta sexta-feira (7), na Rua Tertuliano Sales, 544, Vila União.

 

As salas de apoio à amamentação são espaços dentro do local de trabalho em que a mulher, com conforto, privacidade e segurança, pode esvaziar as mamas, armazenando seu leite em frascos previamente esterilizados para, em outro momento, oferecê-lo ao filho. Esse leite é mantido em um freezer a uma temperatura controlada até o fim do dia, com uma etiqueta identificando o nome da mãe, a data e a hora da coleta. No fim do expediente, a mulher pode levar seu leite para casa para que seja oferecido ao seu filho na sua ausência, e também se desejar doá-lo para um Banco de Leite Humano. É uma estratégia do Ministério da Saúde que consiste em criar nas empresas públicas e privadas uma cultura de respeito e apoio à amamentação como forma de promover a saúde da mulher trabalhadora e do bebê.

 

Proteção contra doenças

 

O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida do bebê e amamentação até os dois anos de idade ou mais. O leite materno é um forte aliado na luta contra a mortalidade infantil porque possui todos os nutrientes necessários para que a criança cresça com saúde e protegida contra problemas bastante comuns nos primeiros anos de vida, como diarreia, alergias, doenças respiratórias, infecções e vários outros tipos de intercorrências. As empresas que aderem a essa iniciativa tendem a ter menos problemas com a ausência de funcionárias para tratar de problemas de saúde dos filhos, pois como o leite materno possui anticorpos que previnem doenças, crianças que mamam no peito adoecem menos.

 

Pesquisa do Ministério da Saúde divulgada em 2009 mostrou que 34% das mães com bebê menor de um ano e que trabalham fora de casa não amamentam mais a criança, enquanto que nas mães que não trabalham fora, esse índice é menor, de 19%. Geralmente o término da licença maternidade implica em separação da dupla mãe/bebê por um determinado número de horas por dia, fazendo com que esse processo de volta ao trabalho se torne muitas vezes doloroso para a mulher, sobretudo para as que amamentam. Nesse sentido, a sala de apoio é um incentivo para que a mulher trabalhadora siga amamentando seu filho, sentindo-se ao mesmo tempo mais tranquila e disposta para realizar as tarefas profissionais.

 

Para a instalação de sala de apoio à amamentação em empresas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta o o dimensionamento de 1,5m2 por cadeira de coleta e instalação de um ponto de água fria e lavatório, para atender aos requisitos de cuidados de higiene das mãos e dos seios na coleta. Além do espaço necessário para a coleta do leite, a sala deve conter freezer com termômetro para monitoramento diário da temperatura.

 

É importante que o ambiente destinado à sala de apoio à amamentação seja favorável ao reflexo da descida do leite, fundamental para uma boa ordenha. São facilitadores deste reflexo: ambiente tranquilo e confortável, que permita a adequada acomodação da nutriz, sem interrupções e interferências externas e, de preferência, que dê privacidade à mulher. Para atender a estas qualidades, o ambiente deve ser mobiliado com poltronas individualizadas que promovam melhor acolhimento e privacidade, podendo ser separadas por divisórias ou cortinas. Devem ser disponibilizados pelo serviço, ou pelas próprias trabalhadoras, frascos para a coleta e o armazenamento do leite e recipientes térmicos para o seu transporte.

 

06.12.2012

Assessoria de Comunicação da Sesa

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