Cid e Lula visitam Centro de Convivência Antônio Diogo, em Redenção

28 de fevereiro de 2013 - 20:18

O Centro de Convivência Antônio Diogo da Secretaria da Saúde do Estado, em Redenção, com 85 anos de existência e de referência no tratamento de hanseníase, vai receber nesta sexta-feira, 1º de março, às 16 horas, a visita do governador Cid Gomes e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhados do secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos. Antes, às 15 horas, o governador Cid Gomes vai conferir a entrega do título Doutor Honoris Causa pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), também no município de Redenção.

 

 

Em 2007, Lula instituiu pensão indenizatória para pacientes de hanseníase vítimas de isolamento e internações compulsórias até dezembro de 1986, no valor de R$ 750, vitalícia, pessoal e intransferível. Gente como a aposentada Maria de Lourdes, com 96 anos, que mora no Centro de Convivência Antônio Diogo, antiga colônia, desde os tempos de juventude. Lá, casou três vezes com parceiros que também tiveram a doença e nunca mais saiu. Ficou viúva no ano passado. Na varanda da casa dela, sempre sentada num cadeira de rodas por causa das incapacitações trazidas pela hanseníase, a aposentada acompanha o movimento de preparação para receber os visitantes desta sexta-feira.

 

 

Atualmente há no Brasil 33 ex-colônias. Abrigam principalmente ex-pacientes que, por problemas de adaptação física ou opção, permanecem nos antigos hospitais. No Ceará, além do Centro de Convivência Antônio Diogo, fundado em 1928, há em Maracanaú o Centro de Convivência Antônio Justa. Hoje, vivem no Centro Antônio Diogo 152 pessoas. São 51 ex-pacientes e familiares. Há dois pavilhões que abrigam ex-pacientes sem familiares. O pavilhão masculino abriga nove ex-pacientes e, o feminino, oito. Há, ainda, 64 casas, quase todas ocupadas por famílias de ex-internos.

 

 

A prioridade do Centro de Convivência Antônio Diogo é o trabalho de reintegração social dos ex-internos. O grupo de convivência de ex-pacientes se reúne todas as sextas-feiras em oficinas de ressocialização. No Centro de Convivência funciona uma sapataria especializada em calçados para pacientes vivendo com as sequelas provocadas pela doença. São sandálias feitas sob medidas para quem perdeu partes dos membros inferiores e precisam de sandálias adaptadas para garantir proteção, mobilidade e mais qualidade de vida. Para melhorar o movimento das pernas e braços, em muitos casos incompletos devido a doença, há uma unidade de fisioterapia.

 

 

Lá, dentro da área do Centro de Convivência Antônio Diogo, funciona ainda uma Unidade Básica de Saúde onde atua uma equipe de Saúde da Família mantida pelo SUS através da Prefeitura de Redenção. A unidade também faz o diagnóstico de hanseníase para todos os municípios da região. Em todo o Ceará, nos últimos seis anos, foram diagnosticados 13.761 casos novos de hanseníase.

 

 

A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). Não é hereditária e a evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. Apresenta múltiplas manifestações clinicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Em um país endêmico como o Brasil, em qualquer pessoa com alteração de sensibilidade na pele deve-se pensar em hanseníase. Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase.

 

 

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

 

 

A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença. O controle da hanseníase é baseado no diagnóstico precoce de casos, o tratamento e cura, visando eliminar fontes de infecção e evitar sequelas. Daí, a importância da detecção de casos pelos municípios via PSF.

 

 

28.02.2013

Assessoria de Comunicação da Sesa
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