Hospital Mental oferece serviço de emergência 24 horas

7 de novembro de 2019 - 14:47 # # # #

Milena Fernandes - Ascom Hospital Mental

Pela segunda vez, a costureira Joana Vasconcelos procura a emergência do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), da Saúde do Governo do Ceará, para auxiliar no atendimento da sua filha que tem esquizofrenia. M.L.V, 25, tem o transtorno e em um momento de crise é necessário buscar ajuda em um hospital especializado. “Muitas vezes ela recusa o remédio e fica difícil controlar. Ela chega a surtar em casa, tendo alucinações e delírios, ficando até agressiva. Mas no atendimento da emergência do Hospital Mental eu fico segura, porque a equipe sempre consegue contornar o problema dela”, revela.

Com emergência 24 horas à disposição da população cearense, o HSM é referência em psiquiatria no Estado. Todos os dias, diversos profissionais, entre psiquiatras, clínicos gerais e enfermeiros, atendem em média 70 pacientes. Em 2018, foram atendidos na emergência do HSM 22.889 pacientes. Neste ano de 2019, de janeiro a setembro, foram contabilizados 18.434 atendimentos só na emergência.

O médico psiquiatra e diretor clínico do HSM, Raimundo Melo, orienta que existem situações urgentes que não podem ser desapercebidas pelos familiares. “Em alguns casos, os pacientes devem ser trazidos imediatamente para a emergência. São os casos de depressão com tentativa de suicídio, surto de esquizofrenia com agressividade, transtorno bipolar na fase depressiva ou eufórica com risco de suicídio ou agressividade, compulsão de drogas ou álcool e crises de pânico”, explica.

As principais doenças observadas e com indicação de internação foram: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicotrópicas; esquizofrenia; psicose não específica; transtorno afetivo bipolar; transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool; transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de cocaína e transtorno depressivo recorrente.

O psiquiatra reforça ainda que os pacientes que estejam em situações que envolvam conduta agressiva, trazendo risco para ele e para as pessoas que estão próximas, precisam ser levados à emergência do HSM, onde é realizado o acolhimento através da classificação de risco, com o Protocolo de Manchester (sistema de triagem baseado nas cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul, sendo vermelho representando os casos de maior gravidade, e azul os casos de menor gravidade), para receber o atendimento psiquiátrico.

A enfermeira que coordena a emergência do HSM, Danielle Rebouças informa que, a grande vantagem desta triagem é separar os casos verdadeiramente urgentes dos não urgentes e garantir o atendimento prioritário dos casos mais graves. “Dessa maneira, os pacientes são atendidos com mais agilidade e os profissionais conseguem gerir as tarefas e atuar da forma mais correta, amenizando o impacto de complicações nesses pacientes mais graves”, explica.

Para manter a agilidade e a qualidade no atendimento da emergência do HSM, o diretor clínico, Raimundo Melo, faz um apelo para que os pacientes sejam trazidos para a emergência em situações realmente necessárias.

“Nós temos verificado que muitos familiares trazem os pacientes apenas para renovar receitas, mas o ideal é que, nesses casos, os pacientes sejam levados ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou aos Postos de Saúde, pois são situações estáveis em que não há necessidade de buscar atendimento emergencial. O médico clínico do Posto de Saúde ou os psiquiatras do CAPS são habilitados para renovar essas receitas”, recomenda.