Vice-Governadoria promove oficina de combate ao abuso e à exploração sexual infantil

18 de maio de 2020 - 17:35 # # # # #

Ascom ViceGov

No Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil (Lei 9.970/00), o Fórum de Mediação, Justiça Restaurativa e Cultura de Paz, da Vice-Governadoria do Ceará, coordenou uma oficina sobre o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes em meio ao cenário de pandemia. O encontrou virtual, realizado na manhã desta segunda-feira (18), foi resultado de uma parceria entre o Fórum, o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Rede Aquarela, da Prefeitura Municipal de Fortaleza.

“Estamos precisando nos adaptar e nos reinventar nesses novos tempos, então, estamos aqui para compartilhar nossas vivências. E hoje é um dia especialmente marcante, já que faz 20 anos da Lei que instituiu esse dia de enfrentamento contra a violência sexual infantil”, disse Érika Chaves, da coordenação de mediação, justiça restaurativa e cultura de paz da Vice-Governadoria.

O encontro contou com a presença virtual de 269 pessoas, que puderam ouvir as experiências da coordenadora do Rede Aquarela, Kelly Meneses, do conselheiro tutelar Thiago Dutra, além do promotor de Justiça Luciano Tonet. Todos atuam no combate a esse tipo de violência.

Acolhimento

Em sua fala, Kelly Meneses explicou como funciona a rede de assistência da Aquarela. No ano passado, o grupo atendeu 644 vítimas, entre crianças e adolescentes. Os profissionais responsáveis por fazer o atendimento passam por capacitação para abordar da forma menos traumática o tema com as vítimas.

“Precisamos da participação da saúde, da assistência social, da segurança pública e do conselho tutelar para isso, todos juntos precisam estar cientes dos casos que estão ocorrendo para uma resposta diante dessas violências. Uma instituição sozinha não consegue”, disse.

Segundo ela, o trabalho executado atualmente inclui delegacias e promotorias com salas lúdicas para que a criança possa se sentir acolhida, além de visitas constantes de profissionais da segurança e da saúde. Durante a pandemia do novo coronavírus, os atendimentos são mantidos, respeitando as normas de prevenção da saúde.

“Precisamos estar sempre atentos e vigilantes à síndrome do segredo, que silencia as vítimas por muitos anos. Algumas nem conseguem falar, é preciso estarmos atentos aos sinais e, a partir deles, investigar”, orientou Kelly. Segundo ela, há sinais físicos, como hematomas, roupas rasgadas e marcas de sangue nas roupas, e sinais comportamentais, como agressividade ou apatia, vergonha excessiva, baixo rendimento escolar, distúrbios alimentares, depressão, automutilação e até ideação suicida.

Integração de forças

Thiago Dutra e Luciano Tonet exaltaram a importância dos encontros e das participações das diversas instituições ao tratar do assunto. “Os atores estão fazendo sua parte, mas precisamos construir um consenso maior para que se possa ter um papel mais efetivo, para que essas ações deem frutos”, disse o representante do Ministério Público do Ceará (MPCE).

Para ele, há obstáculo a serem superados, como por exemplo os casos de exploração sexual. “Muita vezes não conseguimos identificar porque envolve pai e mãe ou algum parente próximo, a criança nem se dá conta do que está acontecendo”, disse. “Talvez a violência sexual seja a mais indigna, porque deixa marcas. A criança não vai esquecer aquilo. Pode ressignificar, mudar um pouco a visão, mas (a lembrança) sempre vai estar ali”, concluiu.